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B3 pretende criar produtos voltados a ativos digitais como tokenização, negociação e custódia de cripto

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A Bolsa de Valores do Brasil, a B3 (BOV:B3SA3), anunciou por meio de um comunicado chamado “B3 Day 2021: Core Business Sólido | Expandindo Fronteiras“ que buscará desenvolver uma estratégia própria para produtos com Bitcoin (BTC) e criptomoedas em 2022.

Segundo a B3, é preciso acompanhar e se adaptar aos novos tempos do mercado financeiro e com isso a Bolsa pretende criar produtos voltados a ativos digitais, que pode também envolver tokenização de ativos, além da criação de serviços de plataforma de infraestrutura para criptomoedas.

Embora a Bolsa não tenha fornecido muitos detalhes sobre seus planos com criptomoedas e nem quanto eles serão disponibilizados na plataforma, a B3 pretende oferecer uma ampla gama de serviços mirando o mercado institucional regulamentado.

Entre eles, há estudos sobre uma plataforma para tokenização de ativos, negociação de criptoativos, custódia de criptomoedas, entre outros.

“Negociação e acesso a centros de liquidez: isso significa mitigar as complexidades de acesso a um mercado fragmentado, global e 24×7; Custódia de ativos digitais: fornecer custódia confiável (portanto, finality das transações em blockchain); Facilitação de balcão: dessa forma, quer dar mais segurança e eficiência na movimentação e no DVP de ativos digitais; Ganhos de eficiência de capital: assim, quer mitigar a natureza pre-funded das operações e Cripto as a service: facilitar para clientes a exploração do mercado cripto com baixo atrito”, destaca a B3 no comunicado.

Futuros de Bitcoin

Para 2022 a B3 prevê ainda o lançamento oficial de uma plataforma de resseguros, que vai funcionar na blockchain Corda, do R3 e é uma parceria entre a Bolsa e a IRB Brasil. O produto deve ser chamado de Câmara Digital de Resseguro.

“Em linha com a estratégia de intensificar os esforços em expansão e crescimento por meio de novos produtos e serviços no Core Business e em novas frente de negócios além do Core, a B3 modificou o formato da divulgação de suas projeções para refletir essa estratégia, separando os desembolsos entre “core business” e “novas iniciativas e negócios”., destaca a Bolsa”

O documento não contém informações detalhadas dos produtos e nem sobre negociações de “futuros de Bitcoin”, que foi um dos primeiros produtos de criptomoedas anunciados publicamente pela B3 como sendo de seu interesse.

Ainda em 2017 quando as bolsas de Chicago preparavam a listagem dos primeiros produtos de Bitcoin Futuro nos EUA, a Bolsa brasileira disse que estudava um possível lançamento de um produto do tipo no país.

Contudo, após o comentário, a B3 não voltou mais a falar do assunto até que em novembro deste ano a Bolsa voltou a dizer que deseja oferecer investimento em futuros de criptomoedas.

Segundo a B3, a principal questão ainda a ser definida é se as negociações seriam realizadas contra o dólar norte-americano ou contra o real. Contratos futuros precisam de um ínidice de referência, então, no caso da opção pela moeda brasileira, será preciso compor um índice de criptoativos em reais, algo que, hoje, não existe. Porém a previsão é que o produto seja lançado também em 2022.

O crescimento do mercado de criptomoedas no Brasil e o sucesso dos ETFs (índices de fundo) de criptomoedas negociados na Bolsa são as principais motivações por trás dos planos da bolsa brasileira.

Atualmente o mercado de investimentos tradicional conta com 24 tipos de fundos de investimento com exposição a criptoativos, todos regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além de 5 ETFs negociados na B3, sendo eles operados pela Hashdex e QR Asset.

Somando os investimentos dos brasileiros em ETFs e fundos com exposição em criptoativos é possível verificar que já foram alocados mais de R$ 5.629 bilhões nestas aplicações.

O maior valor investido pelos brasileiros está concentrado nos fundos multimercado com exposição aos criptoativos que, juntos, somam mais de R$ 4.852 bilhões. Entre os fundos a Hashdex e a Vitreo são as que detém o maior valor acumulado investido com o fundo Vitreo Criptomoedas FIC FIM, sendo o campeão de PL com mais de R$ 578 milhões.

Por Cassio Gusson

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