Dados da plataforma de análise IntoTheBlock revelam que aproximadamente 56% dos detentores de Shiba Inu (COIN:SHIBUSD) estão no prejuízo com a criptomoeda, o que aparentemente apenas reflete a baixa do mercado nas últimas semanas. De acordo com o mapeamento, cerca de 40% dos donos de tokens da memecoin obtiveram ganhos enquanto quase 4% dos proprietários do criptoativo permaneciam na zona neutra do rastreamento na manhã desta segunda (10), quando esta matéria era editada.

De acordo com o mapeamento, as baleias detém 78% do suprimento do SHIB em circulação, montante que inclui os endereços de carteiras que possuem mais de 1% do abastecimento e investidores que possuem entre 0,1% e 1% de acordo com a métrica informada pelo IntoTheBlock. Segundo a plataforma, o volume total de grandes negociações envolvendo a memecoin foi de US $ 645,11 milhões no últimos 7 dias, o que representa um filtro apenas das transações acima dos US $ 100 mil.

Os dados revelam ainda uma forte correlação entre o preço do SHIB (COIN:SHIBBRL) e o do Bitcoin (BTC). Para se ter uma ideia do que isso representa, nos últimos 30 dias a relação da movimentação entre os preços do SHIB e os do BTC foi de 0,91 em uma escala que vai de 0 a 1,  e de 0 a –1 no caso de criptomoedas que se movimentam contrariamente ao BTC.

Concentrações do SHIB e correlação em relação ao BTC. Fonte: IntoTheBlock
A criptomoeda atingia sua máxima histórica de US $ 000079 no final de outubro quando o SHIB aparecia no TOP 10 e contabilizava uma valorização de quase 200mil% em relação à uma de suas menores cotações no início do ano (US$ 0,00000004) visualizadas no mapeamento do CoinMarketCap. No momento em que esta matéria era escrita, o SHIB era cotado a US $ 0,00002719 acumulando uma retração em torno de 65% em relação à sua máxima histórica.

Desempenho anual do SHIB. Fonte: CoinMarketCap
O capítulo do recorde histórico do SHIB também pode ser compreendido por publicações no Twitter do magnata da Tesla e da SpaceX Elon Musk sugerindo entusiasmo com a criptomoeda. No dia 3 de outubro, por exemplo, o empresário deu uma prova do seu poder de influenciar o mercado ao publicar uma foto de seu cachorro de estimação, um Shiba Inu, que fez o mercado responder com uma alta de 60% do SHIB na ocasião.

Por outro lado, na contramão do pet de Musk, grandes movimentações de baleias do SHIB começaram a despertar no mercado o temor de grandes liquidações do criptoativo e inverter a euforia dos investidores com a criptomoeda. Isso porque ainda no começo de outubro, durante a escalada histórica, uma liquidação massiva de algumas baleias chegou a impactar negativamente o preço do SHIB em 40% durante cerca de 24 horas.

Entretanto, o medo do mercado com “as baleias do SHIB” pode não se justificar por si só, segundo o rastreamento do IntoTheBlock.  Um exemplo é o Axie Infinity (AXS) cuja concentração em posse de baleias, nos parâmetros da plataforma, era de 87% no momento da escrita desta matéria. O que aparentemente não causou medo nos investidores, já que o mapeamento indicava que 82% dos detentores destes tokens estavam obtendo lucros, 10% estavam na zona neutra e apenas 8% registravam prejuízos, apesar de uma correlação de 0,98 em relação ao BTC, no momento da escrita desta matéria.

Concentrações do AXS e correlação em relação ao BTC. Fonte: IntoTheBlock
Apesar da baixa do mercado, outros fatores podem sugerir certa resistência e até entusiasmo de alguns criptoativos no cenário baixista atual. É o que se pode perceber pelo desempenho de alguns jogos de blockchain e tokens não fungíveis (NFTs) relacionados ao metaverso, por exemplo. Embora 2022 esteja apenas começando, algumas informações podem ser valiosas para o que pode acontecer ao longo do ano. No final do ano passado, a Sky Mavis, desenvolvedora do Axie Infinity, foi ao Twitter dizer que “nós temos fundos para continuar trabalhando em Axie por pelo menos 15 anos. Independente do que acontecer, mesmo se a economia global colapsar e cripto cair para zero. Nós estaremos construindo coisas maravilhosas.” Se a promessa vai se concretizar em valorização de mercado ou não, o tempo dirá.

Por Walter Barros