A Brasilagro – Companhia Brasileira de Propriedade Agrícolas teve lucro líquido total de R$ 299,3 milhões (ante prejuízo de R$ 23,4 milhões).
A receita líquida atingiu R$ 579,5 milhões, salto de 387% em relação a um ano antes, um avanço de 387% ante o mesmo período de 2020/21.
O ebtida – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado totalizou R$ 340,2 milhões no trimestre, salto de 602% em relação aos últimos três meses de 2020. A margem Ebitda ajustada saltou 22 pontos percentuais, a 51,1%.
No acumulado em seis meses, a BrasilAgro computou Ebitda ajustado de R$ 530,9 milhões, com margem de 45%.
As receitas de soja nos 6M22 tiveram aumento de R$ 148,6 milhões (+209%) em relação ao mesmo período do ano anterior. Além do crescimento do volume comercializado, o crescimento da receita é explicado pelo aumento do preço da soja no período.
As receitas de milho nos 6M22 tiveram um aumento de R$ 24,2 milhões (+37%) em relação ao mesmo período do ano anterior. O aumento da receita do milho reflete o aumento do preço das comoditties no período, compensando a redução na quantidade de toneladas vendidas.
As receitas de feijão nos 6M22 tiveram redução de R$ 1,2 milhão, queda de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior. O fraco desempenho do feijão pode ser explicado pelas condições climáticas que afetaram o plantio do feijão dentro da janela ideal, impactando a qualidade do feijão que ficou abaixo do esperado devido à perda com humidade.
As receitas de algodão nos 6M22 tiveram aumento de R$ 11,6 milhões (+122%) em relação ao mesmo período do ano anterior. Nos 6M22 47,9% do volume vendido referia-se a pluma (preço médio de R$10,09/kg) e 52,1% do volume referia-se a caroço (preço médio de R$1,44/kg). O aumento da receita do algodão é reflexo da alta do petróleo que acaba encarecendo o produto concorrente e aumenta a demanda por algodão, do cenário macroeconômico, com a melhora da economia no geral, a demanda por mais vestuário e consequente aumento da procura por algodão e; o grande movimento dos fundos que alocam os recursos em commoditties para se proteger da inflação. As receitas de cana-de-açúcar nos 6M22 tiveram aumento de R$ 111,9 milhões (+66%) em relação ao mesmo período do ano anterior.
O aumento do preço por tonelada da cana-de-açúcar é resultado do aumento no preço do Consecana e negociações comerciais dos prêmios, passando de 0,829 R$/kg nos 6M21 para 1,453 R$/kg, crescimento de 75,3% nos 6M22.
As receitas de pecuária nos 6M22 aumentaram R$ 2,9 milhões (+18%) em relação ao mesmo período do ano anterior. O aumento da receita é reflexo do aumento da arroba do boi, que compensou a queda no número de cabeças de gado comercializada.
Os resultados da Brasil Agro (BOV:AGRO3) referentes às suas operações do segundo trimestre do ano safra 2021/2022 foram divulgados no dia 09/02/2022. Confira o Press release na íntegra!
Teleconferência
A BrasilAgro prevê alcançar produção agrícola total de soja, milho, feijão e algodão de 400,1 mil toneladas na safra 2021/22, ante 287,5 mil toneladas colhidas em 2020/21. A produção de soja deve atingir 196,5 mil toneladas pelas estimativas atuais, ante 173,5 mil toneladas em 2020/21. A produção de milho safra (verão) deve totalizar 84,4 mil t, quase o triplo das 31,3 mil toneladas produzidas na safra passada, e, para a safrinha de milho, a expectativa é de 95,6 mil toneladas, acima das 70,1 mil toneladas de 2020/21.
Os dados foram apresentados pelo diretor presidente da empresa, André Guillaumon, durante a teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre de 2022, correspondente ao período de outubro a dezembro de 2021. A área plantada em 2021/11 com soja, milho, feijão, algodão, cana-de-açúcar e pastagens deve somar 169 mil hectares, 5% maior do que os 161,1 mil hectares cultivados em 2020/21.
Segundo Guillaumon, dos 62,6 mil hectares cultivados com soja, 16% já foram colhidos. “De modo geral, as condições das lavouras de soja estão muito boas. Do que foi colhido até agora está tudo com um rendimento médio acima de 60 sacas por hectare”, afirmou Guillaumon a analistas e investidores, acrescentando que as chuvas associadas ao fenômeno La Niña vêm beneficiando regiões produtoras no Centro e no Nordeste do Brasil.
A BrasilAgro também espera incrementos de produção de feijão safra, para 4 mil toneladas (ante 2,5 mil t no ciclo anterior) e de algodão, cuja produção deve atingir 16,6 mil toneladas, mais que o triplo das 5,1 mil t de um ano antes. Para o feijão safrinha, a perspectiva é de 3 mil t produzidas, abaixo das 4,9 mil t da temporada anterior. O executivo comentou que vem aumentando o cultivo de algodão safrinha, com plantio em Mato Grosso e incremento de área na Bahia.
Quanto à safra de cana de 2021, Guillaumon informou que a produção atingiu 2,227 milhões de toneladas, pouco abaixo do estimado pela empresa, de 2,248 milhões de toneladas. A área plantada com cana alcançou 26,608 mil hectares e o TCH (tonelada de cana por hectare), 83,71 t/ha. “Há espaço para crescer as produtividades de cana no Maranhão e também no Centro-Oeste”.
VISÃO DO MERCADO
Ativa Investimentos
A Brasil Agro apresentou um resultado trimestral em linha com as nossas expectativas para o 2T22, com a receita impulsionada pelo momentum favorável das culturas e do mercado imobiliário de terras agrícolas. A receita imobiliária foi impactada positivamente pela contabilização da venda de Alto Taquari.
Os destaques em vendas de produtos foram, mais uma vez, as operações de soja, milho, algodão e cana-de-açúcar. Os destaques negativos ficaram com as culturas de feijão e a alta dos custos, sobretudo dos fertilizantes, defensivos e frete.
A Brasil Agro apresentou um resultado trimestral que se coaduna com a tese de investimentos. A Brasil Agro tem um histórico comprovado de execução, com uma TIR média próxima a 20% na alienação de terra adquiridas.
Além disso, a geração de caixa da empresa está em momento bastante positivo devido ao nível de preços dos grãos, o que tem gerado bons dividendos. Dessa forma, além do potencial de desenvolvimento de terrenos improdutivos, a Brasil Agro pode potencializar a geração de caixa de suas terras maduras e arrendadas para aproveitar o ciclo positivo de grãos.
Ativa tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 33,70…
XP Investimentos
A BrasilAgro apresentou bons números no 2T22 (ano-fiscal 4T21), em parte devido às vendas de fazendas anunciadas anteriormente, mas ainda com espaço para uma surpresa positiva devido ao forte aumento na receita de todos os produtos agrícolas (+88% A/A nos 6M22), com clima favorável no Centro-Oeste e Nordeste do Brasil.
A Receita Líquida ficou em linha com nossa projeção em R$ 579,5mi (+387% A/A e -2% vs. XPe), enquanto o Lucro Bruto e o EBITDA ficaram abaixo (-10% e -20% vs. XPe), porém é difícil acertar um alvo em alta velocidade, uma vez que a empresa registrou aumentos estelares de 470% e 540% A/A, respectivamente. Continuamos otimistas com a agricultura brasileira.
XP mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 32,80…
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters