A MRV&Co, holding que abrange a operação de MRV, Sensia, Urba, Luggo e Resia, reportou no terceiro trimestre deste ano vendas líquidas totais de R$ 1,46 bilhão no terceiro trimestre deste ano. Esse valor representa queda de 27,3% na comparação com o mesmo período de 2021.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:MRVE3) na sexta-feira (14).
Os lançamentos da holding recuaram 13,6% em relação ao 3T21 somando R$ 1,8 bilhão. Na comparação com o segundo trimestre, a queda foi de 14,9%.
No trimestre, a construtora queimou R$ 1,23 bilhão de seu caixa, ante geração de R$ 10,3 milhões no mesmo período de 2021.
“O principal impacto na queima de caixa da operação MRV Incorporação veio do descasamento de 1.250 unidades entre construção e repasses – este descasamento se deu principalmente no mês de julho, quando tivemos o degrau mais alto de aumento de preço e, consequente, queda de volume de vendas”, explicou a MRV.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
A MRV&Co não teve um bom trimestre, com números operacionais fracos, sem nenhum projeto vendido nos Estados Unidos, e queima de caixa pior do que o esperado, mas alguns dos efeitos negativos observados no terceiro trimestre devem ser temporários, avalia o Bradesco BBI, em relatório.
Os analistas Bruno Mendonça e Pedro Lobato escrevem que, no Brasil, novas regras do programa Casa Verde Amarela (CVA) devem permitir que a MRV reacelere os lançamentos e vendas já no quarto trimestre de 2022 e entregue margens melhores ao longo de 2023.
Já o consumo de caixa da aceleração da Resia, sua subsidiária americana, deve continuar, mas atenuado pela ausência de venda de projetos no trimestre, eventualmente equilibrando a geração de caixa quando produção e vendas atingirem o patamar de 5,5 mil unidades por ano, provavelmente em 2024, dizem os analistas.
Segundo eles, o risco percebido sobre o aumento da Resia em um momento de aperto nos Estados Unidos é justificável, pois as taxas de capitalização dos fundos imobiliários americanos ainda estão abaixo dos planos de negócios da Resia, mas em tendência crescente. “Ainda vemos a assimetria de valor para a MRV consolidada como positiva”, dizem, com as estimativas para Resia mantidas e atualizações positivas no Brasil.
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Credit Suisse
Os números operacionais da MRV ficaram abaixo do projetado pelo Credit Suisse, mas analistas do banco enxergam os incrementos de preços na operação de baixa renda como uma conquista positiva. Mesmo que a forte queima de caixa possa ser “chocante” e “preocupante”, a empresa está no caminho certo para expandir as operações da Resia, o que enxergam como positivo em um horizonte de longo prazo.
Além disso, o time de análise destaca que ainda há um projeto em Miami que deve ser vendido no próximo trimestre e minimizar a queima de caixa estrutural que a subsidiária está demandando.
Na visão do Credit Suisse, o mercado “deve focar mais na queima de caixa do Brasil, que apesar de negativo, já era esperado e não sinaliza um sinal de alerta para as operações do core business”.
Dessa forma, o banco suíço diz continuar construtivo com o caso de investimento da MRV, devido aos ventos favoráveis das melhorias no programa Casa Verde e Amarela (CVA) e de um melhor cenário de custos de materiais.
Itaú BBA
“Todas as unidades de negócios consumiram mais caixa do que nos trimestres anteriores, mas Resia apresentou R$ 969 milhões devido à falta de vendas de projetos no terceiro trimestre”, diz BBA, em relatório.
Para analistas do BBA, não há motivo para alarme, pois não enxergam risco de liquidez para empresa. A MRV possui, possivelmente, ativos líquidos (ex.: recebíveis, estoque, unidades Resia e Luggo) que poderiam ser monetizado, se necessário.
Ainda assim, a equipe de analistas acredita que a falta de clareza sobre a geração de caixa nos próximos trimestres (principalmente nos EUA) pode afastar os investidores das ações por enquanto.
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XP
A prévia operacional da MRV no terceiro trimestre teve dados fracos, mas dentro do esperado, diz a XP. As operações da construtora foram impactadas por uma queima de caixa significativa no Brasil e nos Estados Unidos.
O analista Ygor Altero escreve que os lançamentos de R$ 1,8 bilhão foram moderados, com queda de 13,8% em um ano, dentro das estimativas. As vendas líquidas de R$ 1,46 bilhão foram 7,4% menores que o esperado.
“Do lado positivo, a empresa manteve a tendência de alta do preço médio por unidade vendida nas operações brasileiras, em linha com a estratégia da empresa de recuperação de margens”, afirma.
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Informações FinanceNews