A Tenda divulgou sua prévia operacional. A Tenda registrou um valor geral de vendas (VGV) de R$ 546,4 milhões no terceiro trimestre de 2022, uma queda de 24,6% frente ao mesmo período do ano passado.
O comunicado foi feito pela empresa (BOV:TEND3) na sexta-feira (14).
A Tenda lançou 5 empreendimentos no 3T22 totalizando um VGV de R$ 376,2 milhões, queda de 40,6% na comparação anual e de 51,1% na trimestral.
“O menor volume de lançamentos no trimestre reflete o foco da companhia no ganho de preço. Estamos confiantes que a readequação dos nossos futuros lançamentos à realidade atual de custos permitirá retomarmos gradativamente o volume”, afirmou a Tenda.
No 3T22 as vendas brutas totalizaram R$ 575,1 milhões, -37,5% na comparação anual e +21,8% na trimestral com uma velocidade sobre a oferta bruta (VSO Bruta) de 23,9% (-15,5p.p. a/a e -6,1p.p. t/t).
O preço médio por unidade aumentou +19,6% a/a e +5,0% t/t, resultando, como esperado, na redução da velocidade de vendas.
As vendas líquidas encerraram o 3T22 em R$ 489,3 milhões (-36,5% a/a e -12,4% t/t) com velocidade sobre a oferta líquida (“VSO Líquida”) de 20,3% (-12,7p.p. a/a e -2,5p.p. t/t).
A relação de distratos sobre vendas brutas encerrou o 3T22 em 14,9% apresentando uma variação de -1,4 p.p. na comparação anual e de -9,1p.p. na comparação trimestral.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
A tenda reportou lançamentos fracos em sua prévia operacional do terceiro trimestre, mas considerando seu foco na revitalização de margens e priorização da geração de caixa, isso faz parte do processo e não é necessariamente negativo, principalmente considerando o constante aumento de preços, avalia o Bradesco BBI, em relatório.
Os analistas Bruno Mendonça e Pedro Lobato destacam que o preço médio de lançamentos subiu 41% em base anual no terceiro trimestre, e o preço médio de vendas avançou 20%. Os lançamentos caíram 40%, para R$ 376,2 milhões em valor geral de venda (VGV).
“O processo de reversão de margem provavelmente levará mais do que alguns trimestres e as restrições de caixa provavelmente persistirão, mas lemos os números operacionais do terceiro trimestre como um sinal de que a administração está adotando uma abordagem cuidadosa nesse processo de reversão, o que vemos como algo positivo”, dizem os analistas.
Bradesco BBI tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 7,00…
Citi
A Tenda reportou lançamentos fracos no terceiro trimestre deste ano e busca tração em meio a preços mais alto, com os preços médios praticados pela construtora em alta de 20% em base anual, de acordo com o Citi, em relatório.
“O passo da empresa para ganhos de preço teve uma urgência adicional, já que o aumento dos custos do concreto pode levar as margens a um novo patamar no terceiro trimestre – os preços do concreto da Tenda aumentaram 28% no acumulado do ano”, escrevem os analistas André Mazini, Hugo Grassi Soares e Renata Cabral.
Eles afirmam que, embora reconheçam a necessidade de otimizar as margens, temem que o novo patamar de preço da Tenda possa chegar à faixa de renda da Casa Verde e Amarela com o impulso menos positivo.
Segundo os analistas, a faixa de renda de R$ 3 mil a R$ 4 mil por mês do programa não se beneficiou das recentes rodadas de redução das taxas de hipoteca e, em uma reforma anterior da curva de subsídio, viu as concessões de desconto passarem de R$ 10 mil por unidade em 2020 para R$ 1,7 mil em 2021 e no primeiro semestre de 2022.
Citi tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 6,50…
Credit Suisse
Os números operacionais da Tenda no terceiro trimestre foram fracos, o que já era esperado, diz o Credit Suisse. O banco destaca que a construtura viu evolução nos preços, mostrando que a estratégia de focar em rentabilidade está funcionando.
Os analistas Pedro Hajnal e Vanessa Quiroga escrevem que a companhia já havia indicado que iria reduzir volumes, então a queda nos lançamentos e vendas não deve assustar o mercado.
“No lado positivo, a Tenda está aumentando preços de forma bem sucedida, o que vemos como positivo mesmo com o impacto negativo na velocidade de vendas”, comentam. Eles afirmam que as margens da construtora devem ficar pressionadas novamente.
Os preços médios da Tenda subiram 5% na comparação com o segundo trimestre, a R$ 186 mil, com preço médio de lançamentos avançando 5%, a R$ 210 mil. Os lançamentos caíram 41% em um ano, a R$ 376 milhões, enquanto vendas recuaram 36%, a R$ 489 milhões.
Credit Suisse tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 9,00…
Itaú BBA
A visão do BBA converge com a dos outros bancos e ele diz que a “Tenda registrou mais um trimestre de lançamentos e volumes de vendas contratadas fracos, com desaceleração contínua na velocidade de vendas”. O destaque foi o aumento do preço médio por unidade vendida, mostrando uma tendência de alta na comparação mês a mês.
Dadas as incertezas sobre o valor contábil da empresa daqui para frente, em um setor com avaliação ancorada pelo P/BV (preço sobre book value, ou valor contábil) e retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês).
Itaú BBA tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 8,00…
XP
Os resultados operacionais da Tenda no terceiro trimestre foram fracos, conforme o esperado, em linha com sua estratégia de redução de volume para focar em margens, diz a XP.
O analista Ygor Altero diz que os lançamentos de R$ 376 milhões foram 18,9% abaixo das estimativas, com maior seletividade da empresa. As vendas líquidas de R$ 489 milhões foram 8,9% aquém do projetado, afetadas pelo aumento significativo de preços.
Ele afirma que o lado positivo foi o aumento de preço médio por unidade, chegando a R$ 185,5 mil, impulsionado pelos números de setembro. Os distratos também caíram na comparação anual e trimestral, como percentual das vendas brutas.
“Além disso, os repasses aumentaram significativamente, atingindo R$ 546 milhões, o que, em nossa opinião, é um indicativo positivo da redução do nível de queima de caixa da empresa”, comenta.
XP tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 11,00…
Informações FinanceNews