A Movida registrou um lucro líquido de R$ 93,7 milhões no terceiro trimestre de 2022, queda de 64% na comparação com igual trimestre do ano anterior.
Segundo o documento, o resultado foi impactado negativamente pela elevação contínua da taxa de juros, o que levou a um aumento das despesas financeiras líquidas.
A receita líquida da companhia entre julho e setembro deste ano, por sua vez, ficou em R$ 2,615 bilhões, alta de 66,1% em bases anuais.
“É a primeira vez em que a receita anualizada bate os R$ 10 bilhões. Isso implica em uma mudança muito importante de patamar para a companhia. Conseguimos posicionar a Movida em uma escala substancialmente diferente da que ela tinha quando começou a pandemia”, disse Edmar Lopes, CFO da Movida.
O Ebitda – juros, impostos, depreciação e amortização – consolidado alcançou R$ 925,3 milhões de julho a setembro, alta de 51% sobre igual intervalo de 2021. A margem Ebitda (sobre receita líquida total) foi de 35,4% no período, queda de 3,6 pontos na comparação anual.
Já o lucro operacional (Ebit) consolidado no trimestre alcançou R$ 624,8 milhões, um aumento de 24,3% frente ao mesmo período do ano passado.
A receita líquida do RAC atingiu R$ 732,0 milhões, um aumento de 65,1% ou R$ 288,7 milhões na comparação com o 3T21 decorrente principalmente do aumento de 44,2% no ticket médio, que alcançou R$ 139,2 no trimestre.
A receita de Seminovos alcançou R$ 1,4 bilhão no 3T22, com crescimento de 67,0% ou R$ 565,8 milhões em relação ao 3T21 e aumento de 14,8% ou R$ 181,8 milhões na comparação com o trimestre anterior. No 9M22, a receita líquida totalizou R$ 3,6 bilhões, expandindo 101,5% ou R$ 1,8 bilhão na comparação com 9M21.
A frota total no final do período foi de 212,7 mil carros, crescimento de 26,4% em relação a 2021. Deste total, 104,987 mil são para RAC, alta de 31,4%, e 107 mil ficam na gestão e terceirização de frotas – crescimento de 21,9% no ano.
“Agora que a indústria automobilística voltou a produzir carros populares, a Movida começou a comprar veículos mais baratos. Com isso, a gente vai ter um ciclo mais favorável em termos de fluxo de caixa, pois o esforço para renovação de frota é muito menor”, explicou Lopes.
No terceiro trimestre, o preço médio da diária de locação bateu recorde, segundo a Movida, chegando a R$ 139,20. Isso representa um avanço de 44% em relação ao valor cobrado um ano atrás.
O volume de diárias cresceu em proporção semelhante, avançando 38%, e chegando a 8,6 milhões no período.
A empresa acredita que ainda há espaço para continuar repassando preços. “Os juros seguem elevados e o preço do carro está maior do que era antes da pandemia, então precisa desse repasse”, disse o CFO.
Lopes explica que a mobilidade e o turismo internos podem atender àqueles que não conseguem pagar por uma viagem ao exterior no final do ano, em um período de férias sem as restrições da pandemia.
Ainda que a entrada de novos veículos pela indústria impacte na depreciação da frota da Movida, o valor dos ativos segue em patamares maiores que os de antes da pandemia.
A receita líquida de GTF atingiu R$ 473,3 milhões no terceiro trimestre, alta de 64,3% na comparação anual. O número refletiu aumento no número de contratos e no ticket médio.
Em seminovos, a companhia vendeu 20 mil carros no período, com ticket médio de R$ 70,7 mil. A receita líquida alcançou R$ 1,4 bilhão, com crescimento de 67%.
O terceiro trimestre de 2022 marcou ainda a entrada da empresa no mercado internacional com a aquisição da Drive on Holidays, locadora de veículos de Portugal, com uma frota de 3 mil veículos. Segundo o CFO, trata-se de uma aquisição pequena, mas com potencial para ganhar relevância daqui a cinco anos.
“Portugal é um mercado de moeda forte, com potencial de retomada do turismo, um país próximo com pouca concorrência”, disse Lopes.
Também foi no terceiro trimestre que a Movida passou a ofertar serviços de rastreamento e assistência com sua marca SAT. A empresa decidiu internalizar essa tecnologia e atividades, antes delegadas a terceiros, a partir do ganho de escala da companhia.
O ROIC LTM atingiu 15,1% com spread de 6,4 p.p. no 3T22 enquanto o ROE LTM totalizou 27,4%.
No trimestre, a Movida registrou uma despesa financeira de R$ 513,7 milhões, representando um aumento de 28,6% em relação a igual período de 2021. O resultado veio diante da taxa selic, de 6,15% em setembro de 2021 e para 13,25% em junho deste ano e 13,75% em setembro. Além disso, o aumento na dívida líquida colaborou para a maior despesa financeira.
A Movida fechou o trimestre com dívida líquida de R$ 11,5 bilhões, aumento de R$ 1,6 bilhão em relação ao trimestre anterior e de R$ 6,1 bilhões em relação a igual trimestre de 2021. A relação dívida líquida sobre o Ebitda foi de 3,1x — estável ante as 3x dos dois trimestres imediatamente anteriores.
Os resultados da Movida (BOV:MOVI3) referentes suas operações do terceiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia 07/11/2022. Confira o Press Release!
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Reuters