O contrato mais líquido do ouro fechou nesta sexta-feira, 4, em alta, em sessão marcada pela desvalorização do dólar ante rivais após a divulgação de dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em alta de 2,80%, a US$ 1.676,60 por onça-troy, com alta semanal de 1,93%.
Os metais básicos e preciosos tiveram um impulso após a liberação dos dados do payroll dos EUA, que indicaram geração de 261 mil empregos em outubro e aumento da taxa de desemprego acima do esperado, a 3,7%, no mesmo mês. O indicador teve influência negativa no dólar, o que tende a beneficiar as commodities cotadas na divisa americana.
Analista da Oanda, Edward Moya destaca que a visão inicial do payroll foi que “tanto as contratações quanto os salários permanecem fortes e isso poderia fazer com que o Fed levasse as taxas para 5,25%”.
Segundo ele, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) parece estar no caminho para conseguir combater a inflação, mas isso levará a uma economia mais fraca no início do próximo ano. Ainda, se o relatório de inflação dos EUA da próxima semana surpreender em baixa, o ouro poderá ganhar força ao nível de US$ 1,7 mil por onça-troy.
Já segundo análise de Daniel Ghali, pesquisador do TD Securities, apesar da alta de juros do Fed em 75 pontos-base (pb) na última quarta-feira, os preços das commodities estariam “encenando uma recuperação das mínimas do ano”.
Monitoramento do CME Group feito nesta manhã mostrava que a chance de uma alta de 50 pontos-base nos juros pelo BC americano em dezembro havia subido a 56,8%. Já a possibilidade de uma elevação de 75 pontos-base caiu a 43,2%, enquanto a de alta de 25 pb foi zerada. Na quinta, as porcentagens estavam em 51,5% e 42,2% e 6,2%, respectivamente.
Segundo Ghali, rumores sobre uma possível flexibilização na política rígida contra a covid-19 na China também entraram no radar de investidores. As informações, contudo, foram negadas pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian.
A falta de clareza quanto aos critérios da política de covid-zero e a abundância de rumores tem deixado investidores chineses incertos, mas as autoridades do país indicaram que a postura rígida no combate à doença deve continuar em vigor.
Informações Estado