A Tupy registrou lucro líquido de R$ 192,25 milhões no terceiro trimestre de 2022, avanço de 53,6% frente igual período de 2021, informou a companhia de metalurgia. O lucro líquido atribuído aos controladores da Tupy cresceu 55,2% no terceiro trimestre deste ano, para R$ 194,3 milhões.
O resultado é decorrente do crescimento do resultado operacional, da redução da depreciação de ativos intangíveis e devido ao benefício fiscal de pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP).
A receita líquida expandiu 47% no período, para R$ 2,69 bilhões. No período, 50% das receitas tiveram origem na América do Norte, enquanto as Américas do Sul e Central representaram 29% e a Europa, 17%. Os outros 4% são provenientes da Ásia, África e Oceania. Segundo a empresa, as unidades adquiridas contribuíram para maior exposição aos mercados brasileiros e europeu.
A Tupy destaca que clientes localizados na América do Norte exportam seus produtos para diversos países. Uma parcela considerável das vendas para esta área atende à demanda mundial por motores, vendas de veículos comerciais, máquinas e equipamentos off-road.
O Ebitda – juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado de R$ 358 milhões. Isso representa um crescimento de 23,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
Também na comparação com o mesmo período do ano anterior, as receitas apresentaram aumento de 46,9%, a R$ 2,694 bilhões, sendo que a receita por quilo aumentou 9% em relação ao 3T21. A margem Ebitda, por sua vez, foi de 15,8% para 13,3%, uma queda de 2,5 pontos percentuais.
O resultado financeiro líquido foi uma despesa de R$ 10 milhões, ante despesa de R$ 1 milhão no 3T21.
A Companhia apresentou geração de caixa operacional no valor R$ 230 milhões, ante consumo de R$ 29 milhões no 3T21. O resultado é decorrente principalmente da variação positiva do capital de giros em relação ao trimestre anterior (2T22).
O retorno sobre capital investido (ROIC) atingiu aproximadamente 14% no 3T22 (vs 12% no 3T21), apesar do aumento do capital investido com a aquisição das novas plantas.
As despesas operacionais, englobando despesas administrativas e comerciais, atingiram R$ 259 milhões.
O Custo dos Produtos Vendidos (CPV) no 3T22 totalizou R$ 2.159 milhões
Além do crescimento dos volumes, o resultado foi impactado, principalmente, pelo crescimento expressivo das despesas com fretes, que são repassadas conforme cláusulas contratuais, além da negociação salarial da data-base.
O volume físico de vendas somou 177 mil toneladas no 3T22, avanço anual de 34%. Houve aumento de 92% nas vendas no segmento de Transporte, Infraestrutura & Agricultura no mercado interno, reflexo da maior participação de produtos voltados a este segmento na planta de Betim.
No mercado externo, foi registrado crescimento de 21% nos volumes de aplicações para o segmento de Transporte, Infraestrutura & Agricultura, decorrente da demanda por veículos comerciais e off-road, além dos volumes das novas plantas. Também houve elevação de 16% do volume no segmento de Hidráulica no mercado externo devido à maior demanda na América do Norte.
“A despeito dos indicadores positivos e elevada demanda dos consumidores finais, nossos clientes foram afetados por restrições nas cadeias de suprimentos, especialmente, pela redução da oferta de semicondutores. Esse fenômeno continua provocando interrupções nas operações das montadoras e consequente redução do volume de produção de motores, com impacto no resultado da companhia, principalmente, nas aplicações para veículos comerciais leves e caminhões”, ressaltou.
Se por um lado esses gargalos fizeram com que a produção de bens de capital não refletisse integralmente o desempenho da economia, a demanda reprimida e necessidade de recomposição de estoques contribuirão para o aumento dos volumes à medida que as cadeias globais normalizarem, afirmou a empresa.
O total de investimentos nos ativos imobilizado e intangível foi de R$ 106 milhões no 3T22, ante R$ 62 milhões no 3T21, sendo que a base de comparação foi afetada pela entrada das operações de Aveiro e Betim.
A Companhia encerrou o 3T22 com endividamento líquido de R$ 1,5 bilhão, ou seja, a relação entre dívida líquida e EBITDA Ajustado acumulado nos últimos 12 meses correspondeu a 1,27.
Em setembro de 2022, foi realizada emissão de dívida em moeda local (debêntures) no valor de R$ 1 bilhão (valor líquido de R$ 994 milhões, após comissões), destinado, principalmente, à aquisição da MWM. O custo da dívida é de CDI +1,5% a.a., com pagamento de juros semestrais e amortização em duas parcelas (setembro de 2026 e 2027).
As obrigações em moeda estrangeira representam 58% do total (sendo 1% no curto prazo e 99% no longo prazo), enquanto 42% do endividamento está denominado em BRL (13% no curto prazo e 87% no longo prazo). Quanto ao saldo de caixa, 76% são denominados em Reais e 24% em moeda estrangeira.
Os resultados da Tupy (BOV:TUPY3) referentes suas operações do terceiro trimestre de 2021 foram divulgados no dia 07/11/2022. Confira o Press Release!
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters