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Americanas vai precisar de nova injeção de capital e a participação dos acionistas da companhia deve ser determinante para o desempenho dessa operação

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A Americanas vai precisar de uma nova injeção de capital, e a participação dos acionistas de referência da companhia – o trio Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles, do 3G Capital – deve ser determinante para o desempenho dessa operação.

O agora ex-CEO da Americanas (BOV:AMER3), Sergio Rial, disse, em teleconferência destinada a clientes do BTG, que “não há dúvida de que a companhia precisará ser capitalizada”. Ele acredita que será encontrado um caminho junto ao mercado para isso. Ao responder o questionamento de um analista sobre o valor a ser levantado, Rial respondeu que “claramente, a capitalização que a Americanas precisa não é de milhões”, dando a entender que a cifra será maior.

A empresa anunciou ontem ao mercado a existência de R$ 20 bilhões em inconsistências no balanço e a renúncia dos então CEO e CFO da companhia, André Covre, que constataram o rombo em nove dias de gestão. Segundo Rial, as inconsistências se relacionam ao “risco sacado que não era lançado como dívida”. Ele complementou que a linha de perdas e ganhos da empresa será impactada “em alguma envergadura, mas que as inconsistências são, principalmente relativas a dívidas”.

“Basicamente, estamos dizendo que a dívida da companhia é maior”, afirmou. O executivo disse ainda que o problema se arrasta por cerca de 7 a 9 anos. “Os R$ 20 bilhões são a melhor estimativa do que vimos em 9 dias, não chancelados por auditoria”, acrescentou.

Durante a manhã, Itaú BBA, XP e Morgan Stanley afirmaram estar em processo de revisão de suas recomendações do papel da varejista. “Mudamos nossa recomendação, pois a turnaround operacional (recuperação da empresa) que procurávamos tornou-se completamente nebulosa e temos visibilidade limitada diante da extensão das inconsistências contábeis”, escreveram os analistas Andrew Ruben e Alexandre Namioka do Morgan Stanley.

Os investidores questionaram o ex-executivo sobre a possibilidade de haver mais problemas na companhia. A resposta de Rial, porém, não foi conclusiva. Ele afirmou que não poderia dizer que não há mais inconsistências no balanço da empresa, ao mesmo tempo que seria leviano presumir que haja mais problemas, já que não houve tempo, em nove dias de gestão, para avaliar todas as linhas do balanço. “A companhia não foi transparente, mas não é tóxica”, afirmou, defendendo que a empresa tem boas práticas.

“A empresa é viável. É grande o suficiente para ser capaz de ser ajustada, redesenhada”, afirmou Rial. O executivo disse que a Americanas “poderia perfeitamente” gerar Ebitda este ano de R$ 1,5 bilhão a R$ 1,7 bilhão. “Vai ser capaz de gerar mais capital de giro”. Ao mesmo tempo, a varejista não vai ser capaz de pagar suas despesas financeiras em sua totalidade e, portanto, a necessidade de injeção de capital.

Dado que a injeção de capital deverá acontecer, começaram os questionamentos a respeito da participação do trio ex-controlador e agora acionista de referência da Americanas. “Difícil ser convencido de que eu vou colocar dinheiro para a empresa continuar rodando sem saber dos acionistas de referência”, afirmou um dos investidores presentes. Rial recordou, então, a participação do trio na última capitalização da companhia. No fato relevante, a participação do 3G Capital no processo não ficou clara.

“Os acionistas de referência da Americanas, presentes no quadro acionário há mais de 40 anos, informaram ao Conselho de Administração que pretendem continuar suportando a companhia, tendo o sr. Sérgio Rial como seu assessor nesse processo, prestando apoio na condução dos trabalhos”, diz o documento.

Dívida

Dando mais detalhes sobre a situação financeira da empresa, Rial comentou que 92% da dívida são livres de covenants – garantias para proteger os credores. Apenas 8% têm alguns covenants, e um deles vem da Hortifruti, adquirida pela Americanas.

“Não temos pagamentos importantes de dívidas na estrutura de dívida da empresa”, disse Rial. “O maior pagamento que teremos é em 2025, de uma debênture. Temos caixa para pagar.”

“Desnecessário dizer que isso deve gerar um grande sentimento negativo, dado o golpe na credibilidade/governança. Recentemente, atualizamos a ação para recomendação neutra, devido ao maior ceticismo sobre o crescimento online”, escreveu em relatório o Citi, que tem preço-alvo de R$ 15,70 para a ação da Americanas, o que representa um potencial de alta de 30,8% sobre o último fechamento.

O Citi reforçou que, por enquanto, o que se sabe é que existem várias “inconsistências contábeis”, incluindo existência de maiores operações de financiamento a fornecedores (no terceiro trimestre de 2022, fornecedores atingiram R$ 5 bilhões); e as estimativas iniciais indicam que o impacto no caixa não é significativo. No entanto, as estimativas ainda estão em revisão e seu valor de fato dependerá da conclusão de uma revisão de auditoria independente, afirmamos analistas do Citi, João Pedro Soares e Felipe Reboredo.

Para eles, ainda não é possível saber se o apoio anunciado pelos acionistas de referência da Americanas vai se traduzir em recursos financeiros. “Muito cedo para dizer se isso realmente se traduz em financiamento – por exemplo, apoiando um aumento de capital. Nesta fase, não podemos avaliar o tamanho do passivo real da empresa (no terceiro trimestre de 2022, a dívida líquida era de R$ 10 bilhões e alavancagem de 3,3 vezes a dívida líquida/Ebitda dos últimos 12 meses). Claramente, este ainda é o começo de uma longa e complexa história”, escreveram os analistas.

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