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Anatoly Legkodymov, fundador da exchange de criptomoedas Bitzlato, registrada em Hong Kong, foi preso em Miami na quarta-feira, 18 de janeiro de 2023, e acusado de administrar uma empresa não registrada de transmissão de dinheiro que desrespeitou as leis contra lavagem de dinheiro e facilitou transmissões ilícitas de fundos, anunciou o DOJ dos EUA em 1º de janeiro.
O cidadão russo Legkodymov era acionista majoritário da Bitzlato e controlava a exchange.
Além disso, as autoridades francesas que trabalham com a Europol e as autoridades da Espanha, Portugal e Chipre desmantelaram a infraestrutura digital da Bitzlato. As autoridades francesas e a Rede de Execução de Crimes Financeiros do Departamento do Tesouro dos EUA (FinCEN) estão tomando medidas simultâneas contra a exchange.
Se condenado, Legkodymov pode enfrentar uma pena máxima de prisão de 5 anos. Ele deve ser indiciado no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Sul da Flórida em 18 de janeiro.
O caso está sendo processado em conjunto pela Seção de Segurança Nacional e Crimes Cibernéticos do Gabinete do Procurador dos Estados Unidos para o Distrito Leste de Nova York e pela Equipe Nacional de Execução de Criptomoedas (NCET).
O procurador-geral adjunto de Mônaco afirmou durante a coletiva de imprensa:
“As ações de hoje enviam uma mensagem clara: se você infringir nossas leis na China ou na Europa – ou abusar de nosso sistema financeiro de uma ilha tropical – você pode esperar responder por seus crimes dentro de um tribunal dos Estados Unidos.”
A queda da segunda maior contraparte da Hydra
Hydra serviu como o principal mercado ilegal da darknet que facilitou a venda de drogas, informações financeiras roubadas e outros crimes até ser apreendido e fechado em abril de 2022. De acordo com a denúncia contra Legkodymov, Hydra era a maior contraparte de Bitzlato, enquanto Bitzlato era o segundo maior destino de transações criptográficas para usuários Hydra.
Até abril de 2022, os usuários do Hydra Market, diretamente ou por meio de intermediários, trocaram mais de US$ 700 milhões em criptomoedas no Bitzlato, alegou a denúncia.
A denúncia alegou ainda que a Bitzlato tinha requisitos vagos ou inexistentes de conhecimento do cliente (KYC), que permitiam que ela emergisse como um refúgio seguro para criminosos, incluindo traficantes de drogas e invasores de ransomware. A exchange supostamente recebeu mais de US$ 15 milhões em receitas de ataques de ransomware, de acordo com uma análise on-chain do Federal Bureau of Investigation (FBI).
As regras negligentes de KYC de Bitzlato permitiram o uso de “espantalho” ou identidades falsas durante o registro na exchange. A denúncia alegou ainda que os executivos da Bitzlato estavam cientes da proliferação de “dinheiro sujo” dentro da exchange – uma planilha interna que resumia a visão da exchange de si mesma listava “dinheiro sujo” como negativo.
A denúncia citou várias conversas em que os executivos da Bitzlato até ajudaram os usuários da Hydra a transferir fundos de e para o mercado ilegal. Além disso, os executivos da Bitzlato também ajudaram usuários que evidentemente usavam identidades falsas.
Em uma conversa citada na denúncia, Legkodymov disse que os clientes da Bitzlato eram “conhecidos como criminosos”. A investigação revelou conversas em que Legkodymov foi aconselhado por um alto funcionário da Bitzlato a combater os traficantes de drogas apenas “nominalmente” para evitar prejudicar os negócios da empresa.
Além disso, embora a Bitzlato alegasse não aceitar usuários baseados nos EUA, a exchange recebia tráfego substancial dos executivos de atendimento ao cliente da Bitzlato dos EUA, avisando os usuários que eles poderiam transferir fundos de instituições dos EUA, alegou a denúncia. Legkodymov, que administrava o Bitzlato de Miami desde o ano passado, recebeu relatórios, incluindo um que mostrava que o Bitzlato recebia 250 milhões de visitas de endereços IP baseados nos Estados Unidos, observou a denúncia.
Com informações de CryptoSlate
