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Exxon Mobil e Chevron vão olhar para dentro de casa, mas sem esquecer da América Latina

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Em meio a diversas turbulências geopolíticas e a planos de entregar maiores retornos aos acionistas, as duas maiores petroleiras dos Estados Unidos estão concentrando seus investimentos em produção de petróleo na região das Américas, e em um punhado de projetos.

A Exxon Mobil (NYSE:XOM) e a Chevron (NYSE:CVX), que têm valor de mercado de US$ 436,6 bilhões e US$ 336,4 bilhões, respectivamente, decidiram se retirar de grandes projetos internacionais, com planos de gastar a maior parte de seus orçamentos perto de casa, reduzindo os investimentos de expansões internacionais.

A Exxon Mobil também é negociada na B3 através do ticker (BOV:EXXO34).

A Chevron também é negociada na B3 através do ticker (BOV:CHVX34).

Segundo o jornal The Wall Street Journal, a Chevron vai aportar 70% do capital alocado para a produção nos campos dos Estados Unidos, Argentina e Canadá. A Exxon deve investir um volume similar na Bacia Permiana, nos Estados Unidos, e em campos na Guina e no Brasil, além de projetos de gás natural liquefeito.

No país, a Exxon Mobil possui uma participação em 28 blocos nas Bacias de Campos e Santos em águas profundas e ultraprofundas, e na Bacia de Sergipe-Alagoas, também localizada no mar, abrangendo um total de 10 mil quilômetros quadrados. A Chevron possui em seu portfólio 11 blocos localizados em Campos e Santos.

A decisão contrasta com a prática delas ao longo de décadas; percorrer o mundo em busca de projetos e campos para garantir reservas, uma métrica até então muito acompanhada por investidores.

O advento dos campos de petróleo e gás de xisto nos Estados Unidos nos últimos anos reduziu a preocupação das empresas ocidentais em assegurar a oferta. Em paralelo, os investidores começaram a questionar os gastos excessivos das petroleiras, levando as empresas a priorizarem retornos e buscar projetos mais rentáveis.

Neste sentido, no ano passado, a Exxon Mobil vendeu ou colocou no mercado ativos no Chade, Camarões, Egito, Iraque e Nigéria, além de alguns ativos nos Estados Unidos e no Canadá, sendo a maior venda da companhia desde 2018, segundo a FactSet.

Desde 2018, a empresa planeja vender ao menos US$ 15 bilhões em ativos, reduzindo sua pegada global. E segundo dados da S&P Global Market Intelligence, a produção de óleo e gás da Exxon Mobil recuou quase 18% em 2021, comparado com o pico apurado em 2011.

Já a Chevron registrou uma queda de 3% da produção no ano passado, depois do fim das concessões na Tailândia e na Indonésia. Desde 2019, ela se desfez de ativos no Azerbaijão, Dinamarca, Reino Unido, no Brasil e outros países.

Por outro lado, ela manteve alguns ativos internacionais perto de casa, mesmo que em países controversos em termos de ambiente de negócios. Ela conseguiu uma licença dos Estados Unidos, em novembro do ano passado, para produzir petróleo na Venezuela, mesmo em meio às sanções americanas no regime de Nicolás Maduro.

Depois de anos sofrendo com a fuga de investidores, o setor está dando a resposta que muitos gostariam de ouvir. O segmento de energia no S&P 500 teve um desempenho superior ao índice no ano passado, subindo 59%, enquanto o S&P 500 como um todo recuou 19%.

Com informações de NeoFeed/Por Ivan Ryngelblum

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