Na noite de segunda-feira, a maior operadora de saúde do Brasil anunciou uma operação para levantar R$1,25 bilhão por meio da venda e posterior locação de 10 imóveis de propriedade da companhia, além da contratação de bancos para estudos sobre uma potencial oferta subsequente de ações (follow-on). A empresa garantiu ainda que a oferta contará com aporte de R$360 milhões por parte da família Pinheiro, sua controladora.
As ações da Hapvida (BOV:HAPV3) lideraram a alta pela manhã na B3, subindo mais de 15%.
Perto das 11h50, as ações ordinárias da companhia avançavam 14,86%, a R$2,54. No mesmo momento, o índice Ibovespa mostrava ganhos de 1,49%, a 101.154 pontos.
Em relatório, os analistas Caio Moscardini e Guilherme Gripp, do Santander Investment, disseram acreditar que as operações anunciadas ontem devem diminuir as preocupações recentes relacionadas à alavancagem e solvência regulatória da Hapvida, com potencial ainda para aumentar o lucro por ação da operadora.
“Vemos ambos os eventos como positivos para a Hapvida”, afirmaram, destacando que o comprometimento da família Pinheiro com aportes vai “melhorar significativamente o sentimento em relação ao caso de investimento” na empresa.
Os analistas Gustavo Miele e Emerson Vieira, do Goldman Sachs, disseram que as transações anunciadas têm méritos e devem mitigar um dos principais riscos para a companhia, se concluídas.
“Se considerados os dois eventos potenciais, isso implicaria uma posição de caixa substancialmente mais saudável, de R$3 bilhões, para o final de 2023”, escreveram em relatório.
O banco americano tem recomendação “neutra” para os papéis da Hapvida, com preço-alvo de R$4,00. O Santander estabelece recomendação “outperform”, equivalente a compra, para os papéis da operadora, com preço-alvo de R$7,00.