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Cogna (COGN3): lucro de R$ 76,15 milhões no 4T22, revertendo prejuízo; empresa vai unificar marcas

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O grupo de educação Cogna, dono da Vasta, Saber e da Kroton, registrou um lucro líquido ajustado de R$ 76,154 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), revertendo o prejuízo de R$ 65,57 milhões apresentado em igual período de 2021.

No acumulado de 2022, o resultado ficou negativo em R$ 52,62 milhões, 48,1% menor frente a igual período do ano anterior.

Os resultados da Cogna (BOV:COGN3) referentes suas operações do quarto trimestre de 2022 foram divulgados no dia 29/03/2023.

O ano de 2022 marcou um ponto de inflexão para a Cogna após dois anos de reestruturação, com seus principais negócios mostrando melhora em margens e com a companhia voltando a registrar lucro.

No trimestre, a receita líquida atingiu R$ 1,696 bilhão, alta de 13,2% versus o 4T21. No acumulado do ano, o dado alcançou R$ 5,0922 bilhões com crescimento de 6,6% versus 2021.

No 4T22, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) recorrente subiu 13,0% e atingiu R$ 471,5 milhões, o sétimo trimestre consecutivo de crescimento. No acumulado do ano, o Ebitda recorrente alcançou R$ 1,46 bilhão, um aumento de R$ 199,5 milhões ou 15,8% em relação ao mesmo período de 2021.

Com isso, no trimestre, a margem Ebitda (Ebitda sobre receita) recorrente teve leve queda de 0,1 ponto percentual (p.p.) e alcançou 27,8%. No acumulado do ano, margem Ebitda recorrente melhorou em 2,3 p.p. versus 2021 e totaliza 28,7%, a maior margem dos últimos três anos.

“O 4T22 e o resultado do ano como um todo mostram que 2022 foi de fato um ano de inflexão dos resultados, com resultados muito positivos na Kroton, na Vasta e na Cogna como um todo, com todas as unidades de negócio crescendo receita, Ebitda, margem, mesmo nesse contexto mais difícil no macro, além de crescer geração de caixa, que é bem importante”, apontou Roberto Valério, CEO da Cogna, ao InfoMoney.

“Iniciamos em 2020 a estratégia para a redefinição de Vasta e de Kroton de forma a colocar a Cogna num outro momento de crescimento e vejo que 2022 encerra esse ciclo”, complementa.

Além disso, a Kroton, de ensino superior, alcançou o segundo trimestre consecutivo de crescimento de dois dígitos em receita líquida (alta anual de 12,6%, a R$ 952,55 milhões), com a finalização da fase de reestruturação e entrada no estágio de crescimento, afirma o executivo.

Conforme tem apontado a companhia, o foco tem sido em obter safras de receita de captação crescentes, que se destacaram no terceiro trimestre.

A combinação de: (i) posicionamento da empresa em relação a cursos híbridos e digitais, através da expansão e maturidade de polos e novos cursos; (ii) estratégia comercial caracterizada por eficácia da mídia online, estabilidade de tickets nominais de captação e novos canais de venda e; (iii) a concentração de oferta de cursos de alto Lifetime Value (“LTV”) no segmento de cursos presenciais, oferecem confiança na continuidade do efeito composto de crescimento nas safras de receita de captação da empresa, destacou a empresa no release de resultados.

“Este foi o segundo trimestre seguido de crescimento contundente na receita de Kroton. No nosso modelo de longo prazo, a receita de Kroton só ia começar a crescer em 2023 mas, como a operação foi muito bem, ela começou a crescer já em 2022. No 3T22 a alta foi de 11,7% (na base anual e no 4T22 foi de 12,6%. Ou seja, a receita está ganhando velocidade de crescimento”, avalia o CEO.

Dentre os motivos para isso, aponta, está o crescimento da base de alunos em 11,5% no ano e com maior qualidade. “Se tem mais alunos e com mais qualidade, mais adimplentes, receita e base crescem, o que gera maior recebimento e um momentum positivo”, ressaltou.

A linha de provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) no balanço consolidado foi de R$ 122,6 milhões, alta de 92,5% na comparação anual, entre outras razões pelo fato de o resultado do quarto trimestre de 2021 de Kroton ter sido influenciado por reversão de 47,9 milhões de reais de PCLD.

Por outro lado, houve queda na provisão como percentual da receita em 12 meses, de 15,5% a 12,2%, bem como um índice de cobertura em 68,8% no final do ano passado.

Sobre um possível aumento de competição no segmento e eventuais quedas de tíquetes, o CEO apontou que vê disputa de preços no mercado, mas nada diferente do observado pela companhia já por muitos anos. Neste sentido, ele também aponta que deve haver equilíbrio para crescer, mas visando aumento da receita.

Valério também avaliou como bastante positivo os números de Vasta, de educação básica, que teve alta de 26,8% da receita líquida no 4T22, para R$ 505 milhões, e de 33,4% no ano, para R$ 1,264 bilhão.

Os resultados do 4T22 reforçam o guidance de Valor do Contrato Anual (ACV, na sigla em inglês) de R$ 1,23 bilhão para o ciclo de 2023 e a retomada de crescimento dessa unidade de negócio, afirma.

Geração de caixa e endividamento

No acumulado do ano, a geração de caixa operacional (GCO) após capex cresceu 9,4% e atingiu R$ 540,3 milhões versus R$ 494,1 milhões em 2021, como parte dos esforços da empresa em melhora de geração de caixa, adimplência e rentabilidade. A GCO do 4T22 foi impactada pela postergação no recebimento de parte das vendas do PNLD referente ao exercício de 2022 que foram pagos no início de 2023.

A companhia de educação encerrou o 4T22 com a relação da Dívida Líquida/Ebitda ajustado dos últimos 12 meses em 2,10 vezes ante 2,15 vezes no 3T22 e com considerável margem de segurança para o covenant (cláusulas contratuais junto às instituições financeiras credoras) de 3 vezes. “Apesar da alta constante da taxa de juros (Selic) ao longo do ano, o índice se manteve saudável ao longo de 2022”, destacou a Cogna em release de resultados.

A Cogna tem tratado o tema endividamento como muito importante para ela, com os executivos da empresa já tendo mencionado que, com as recentes emissões de dívidas, a Cogna poderá chegar ao final do ano com caixa suficiente para administrar os negócios confortavelmente e que a empresa só emitirá novas caso veja oportunidades de reduzir os custos atuais da dívida.

No trimestre, houve uma redução no custo médio das dívidas, que passou de CDI + 1,97% ao ano para CDI + 1,89% ano no 4T22 versus 3T22, decorrente de renegociação bem-sucedidas de R$ 500 milhões.

Programas do governo

No início do mês, o Ministério da Educação (MEC) anunciou a criação de um grupo de trabalho para analisar e propor melhorias no FIES (programa de Financiamento Estudantil), o que impactou positivamente as ações do setor.

Valério, contudo, mostrou cautela ao falar sobre o tema, destacando que no momento não há algo concreto, o que é natural, como parte do processo de montagem do novo governo.

“O governo não tem nem cem dias, eles definiram suas equipes, agora é ouvir os setores e stakeholders sobre os temas, por isso a criação dos grupos de trabalho. O processo leva um pouco de tempo, então deveremos ter mais novidades nos próximos meses”, apontou, ressaltando que a Cogna está interessada em participar dos programas do governo, o que inclui também o Mais Médicos.

Unificação das marcas

A Cogna está unificando suas marcas de instituições de ensino superior. Todas passarão a atuar com bandeira Anhanguera, com exceção daquelas que ofertam cursos de medicina.

Atualmente, o grupo trabalha com as marcas como Unopar, Pitágoras, Unic e Unime. Em praças, em que as marcas são muito fortes, como Pitágoras, em Belo Horizonte, ou Unopar, no Paraná, haverá uma transição de dois a três anos, em que as bandeiras serão apresentadas em conjunto. Após esse período, fica a bandeira Anhanguera.

Já nos cursos de medicina, que hoje têm as bandeiras Unic, Unime, Uniderp e Pitágoras, nada muda. No caso da LFG, que é o negócio de cursos preparatórios do grupo, a logomarca passa a estampar Anhanguera Concursos by LFG.

Segundo Roberto Valério, presidente da Cogna, foi feita uma pesquisa que apontou a bandeira Anhanguera como a mais conhecida nacionalmente. “Ao trabalharmos com uma única bandeira também temos redução de custos com marketing”, disse.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters e TC

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