ADVFN Logo ADVFN

Não encontramos resultados para:
Verifique se escreveu corretamente ou tente ampliar sua busca.

Tendências Agora

Rankings

Parece que você não está logado.
Clique no botão abaixo para fazer login e ver seu histórico recente.

Hot Features

Registration Strip Icon for charts Cadastre-se para gráficos em tempo real, ferramentas de análise e preços.

FED eleva taxa de juros em 0,25 ponto percentual; Powell diz que crise bancária pode apertar crédito

LinkedIn

O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) elevou a taxa-alvo básica de juros dos Estados Unidos nesta quarta-feira em 25 pontos-base, para o intervalo entre 4,75% e 5,0% ao ano – em linha com o consenso e ao maior nível em mais de 15 anos.

No comunicado divulgado junto da decisão, o colegiado reconheceu que a inflação americana permanece elevada. O FOMC também apontou que antecipa ser apropriado algum endurecimento adicional da política monetária para que os juros alcancem um nível “suficientemente restritivo” para que a inflação retorne à meta de 2,0% ao longo do tempo. O colegiado também deixou de mencionar que vê “altas contínuas” dos juros como apropriadas, termo presente em comunicados anteriores.

Esta foi a nona alta consecutiva da taxa de juros americana desde o ano passado, no mais longo ciclo de aperto monetário desde a década de 1980, quando o Fed fabricou uma recessão para controlar a inflação nos EUA. A decisão do FOMC foi unânime. O presidente do Fed, Jerome Powell, deve explicar detalhes do parecer em coletiva de imprensa a partir das 15h30.

O FOMC também pontuou no comunicado que o sistema bancário dos EUA é “sólido e resiliente”. De acordo com o comitê, as falências de bancos regionais americanos devem resultar em condições de crédito mais restritivas para famílias e empresas, além de pesar sobre a atividade econômica, empregos e inflação.

O Fed anunciou que manterá os planos de redução do seu balanço patrimonial, conforme indicado na reunião de maio de 2022. O FOMC também retirou do comunicado as menções à pandemia de Covid-19 e à guerra na Ucrânia, focando no balanço de riscos na crise bancária.

Principais pontos do discurso

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou nesta quarta-feira que um eventual aperto das condições financeiras nos Estados Unidos, oriundo da falência de bancos regionais, pode minar a necessidade de alta de juros na economia americana.

Em coletiva de imprensa após a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), Powell esclareceu que as autoridades não sabem, até o momento, qual será a extensão do impacto de condições de crédito mais rígidas após as falências do Silicon Valley Bank e do Signature Bank, há duas semanas.

“Um potencial aperto nas condições financeiras pode significar que o aperto monetário tem menos trabalho a fazer”, disse Powell. Ainda de acordo com ele, um “número significativo” de membros do FOMC projetou um aperto das condições de crédito nos EUA na reunião deste mês.

“Não sabemos o quão significativo, ou contínuo, será o efeito desse aperto de crédito. Dito isso, achamos que é bastante real, o que sugere que estamos alertas quando falamos sobre novas altas de juros”, explicou Powell. Ele também afirmou que o Fed realiza uma “revisão completa” da regulamentação bancária americana para um eventual fortalecimento, caso seja necessário.

O presidente do Fed, por outro lado, esclareceu que a autoridade monetária não prevê em seu cenário-base um corte de juros neste ano. Ele disse, porém, que o Fed ainda acredita ser possível uma trajetória de “pouso suave” na economia americana.

“O processo de reduzir a inflação ainda tem um longo caminho a percorrer”, afirmou. Em sua leitura, o crescimento salarial registrou “alguns sinais” de desaceleração nos EUA, mas ainda há um desequilíbrio entre oferta e demanda na economia americana.

Powell também disse que o Fed usará “todas as ferramentas”, caso necessário, para responder a um quadro de condições de crédito mais restritas. Segundo ele, os problemas envolvendo bancos regionais americanos poderiam ameaçar o sistema Financeiro, caso não fossem resolvidos, justificando as medidas emergenciais adotadas pelas autoridades regulatórias nos últimos dias.

O presidente do Fed também reforçou que todos os depósitos no sistema bancário dos EUA estão seguros. Powell afirmou ainda que o fluxo de depósitos na economia americana se estabilizou e disse apoiar investigações sobre a falência de bancos.

Ao comentar a compra do Credit Suisse pelo UBS, Powell disse que a operação teve um “resultado positivo” para a crise bancária disparada pela quebra do SVB.

INFLAÇÃO

Powell reconheceu que a inflação permanece “muito elevada” nos EUA, e que o processo desinflacionário está “absolutamente ocorrendo” na economia, mas tem ainda “um longo caminho a percorrer”.

Segundo ele, a inflação de bens está recuando, ainda que lentamente, e o Fed não observa sinais de desinflação na categoria de Serviços, excluindo habitação. Powell disse que a decisão do Fed de elevar os juros em 25 pontos-base, para o intervalo entre 4,75% e 5,00%, sinaliza que o banco central americano continua comprometido em esfriar a economia para reduzir os preços.

O presidente do Fed disse que o FOMC considerou pausar a alta de juros na decisão deste mês, embora a tese de aperto tenha sido apoiada por um forte consenso. Nas projeções contidas no relatório conhecido como “dot-plot”, os membros do banco central mantiveram a projeção para o nível terminal dos juros em 2023, a 5,10%, mesmo patamar de dezembro de 2022.

VOLATILIDADE

Imediatamente após a decisão de juros do FOMC, que substituiu o trecho que, em fevereiro, dizia que “altas de juros continuadas serão apropriadas” por “algum aperto monetário adicional pode ser necessário”, os índices aceleraram alta. Durante as falas de Powell as bolsas chegaram a cair perto de 1 ponto percentual e se recuperavam a caminho do fechamento da sessão.

Já os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dois anos – mais sensíveis à política monetária – aceleravam as perdas e recuavam 19,0 pontos-base, a 3,981%, com investidores em busca de títulos de renda fixa. Os rendimentos dos Treasuries de dez anos também estendiam as perdas, recuando 10,4 pontos-base, a 3,507%. Já os contratos de ouro saltavam 1,40%, a US$1.967,54 por onça-troy.

No mesmo horário, o índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana ante uma cesta de divisas pares, perdia 0,86%, a 102,3 pontos, diante da perspectiva de uma potencial interrupção do aperto monetário nos EUA.

Na Chicago Mercantile Exchange (CME), investidores projetavam 53,1% de chance de que o FOMC mantenha os juros inalterados na reunião de maio. Outros 46,4% apostavam em uma alta de 25 pontos-base, para o intervalo entre 5,00% e 5,25%.

Com informações do TC

Deixe um comentário