A maioria das autoridades do Banco Central Europeu concordou em elevar as principais taxas de juros em 50 pontos-base no mês passado, embora alguns membros preferissem não aumentá-las até que as tensões no mercado financeiro diminuíssem, mostraram as contas da reunião de política monetária de março do banco central.
Ainda assim, as autoridades do BCE concordaram amplamente com a resiliência do sistema bancário da zona do euro, observando que o banco central tem mais terreno a cobrir no ajuste da orientação da política monetária para garantir um retorno oportuno da inflação à meta.
Olhando para o futuro, o banco avaliou os riscos para a inflação como inclinados para cima ao longo de todo o horizonte, com alguns formuladores de políticas argumentando que havia apenas uma pequena probabilidade de que a taxa do IPC caísse para níveis baixos tão rapidamente quanto sugerido pela equipe do BCE de março. projeções.
O documento aponta que o comando do BCE reforçou que reagirá aos dados, mas também mostra que houve um acordo na reunião para sinalizar que, caso não tivesse havido a turbulência, o cenário-base seria de elevação maior nos juros.
A ata mostra que, em caso de maior calma no setor bancário, a inflação voltaria ao primeiro plano na preocupação dos dirigentes. Eles enfatizaram na reunião o fato de que ela seguirá “muito elevada por muito tempo”, reforçando a necessidade de manter política monetária apertada para conter a trajetória dos preços. O BCE ainda vê alguns riscos de alta para a inflação, e também riscos de baixa para o crescimento.
Os dirigentes avaliaram que houve algumas surpresas positivas em indicadores, mas também números acima do esperado na inflação, sobretudo em seu núcleo. Isso levou a uma reprecificação mais persistente por parte dos mercados sobre a trajetória dos juros, destaca a ata.
O BCE considera ainda que as condições de liquidez permanecem “sólidas” e os dirigentes também acreditam que o sistema bancário europeu é sólido. Sobre a economia global, eles viam sinais de estabilização, com a reabertura da China provavelmente apoiando o quadro, mas também com atividade “contida” no curto prazo no mundo. Na zona do euro, o aperto nas condições financeiras decorrente das altas de juros do BCE já começava a provocar efeitos “mensuráveis” na economia, aponta a ata.