A Dasa precificou sua oferta subsequente de ações (follow-on) a R$ 8,50 por papel, perfazendo o montante de R$ 1,673 bilhão.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:DASA3) nesta terça-feira (18).
Segundo comunicado, serão emitidas 196,9 milhões de ações ordinárias (ON) da companhia.
Em razão do aumento do capital social da companhia no âmbito da oferta, o novo capital social da empresa passou a ser de R$ 18,032 bilhões, dividido em 752.799.844 ações ordinárias, já considerando o cancelamento de ações aprovado em reunião do Conselho de Administração realizada no dia 17 de fevereiro de 2023.
As novas ações passarão a negociar em bolsa na próxima quinta-feira (20).
De acordo com a Dasa, os recursos provenientes da oferta destinam-se a reforçar o caixa da companhia, para suprir suas necessidades de capital de giro e serviço da dívida, “visando uma estrutura de capital eficiente e otimizada”.
Para analistas do mercado financeiro, a oferta de ações da Dasa é positiva para redução da alavancagem financeira da companhia.
VISÃO DO MERCADO
Goldman Sachs
Já o Goldman Sachs pontua que o anúncio não traz grandes surpresas para o mercado, já que um potencial aumento de capital havia sido relatado em vários portais desde meados de março, devido a restrições de alavancagem após movimentos recentes de fusões e aquisições.
Com relação à precificação da oferta, o Goldman Sachs destacou que o preço de R$ 8,50 por ação representa um prêmio de 12% sobre os preços atuais e um desconto de 22% para o preço-alvo de R$ 11. “A potencial oferta primária é esperada para diminuir o endividamento da Dasa para uma relação dívida líquida/Ebitda de 4,2 vezes /3,9 vezes em 2023 e 2024”, explica o banco.
Paralelamente, analistas do Goldman Sachs não espera melhorias relevantes em termos de liquidez das ações, assumindo que não haja exercício de lote adicional de ações, uma vez que o aumento do free float advindo da oferta base (de 12% para 17%) é impulsionado pela subscrição de uma única entidade estratégica.
Goldman Sachs mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 25,00…
Morgan Stanley
O Morgan Stanley, por sua vez, ressaltou que não há detalhes sobre a destinação dos recursos da potencial oferta de ações da Dasa. “A redução da alavancagem parece ser uma possibilidade, após a emissão de R$ 1,0 bilhão de CRI em novembro de 2022”, comentou o banco. “Mas a empresa não se pronunciou até o momento sobre o destino dos recursos”.
Segundo Morgan Stanley, o posicionamento, a escala e o DNA únicos da Dasa devem permitir que eles liderem a transformação orientada por dados que já começou e tem o potencial de mudar as regras do jogo.
O banco americano ainda lembra que a Dasa tem tido desempenho pior que a média de mercado (DASA3: -43% versus Ibovespa: -7% no acumulado do ano), pois as margens foram pressionadas durante o ano e o lucro por ação (LPA) penalizado pelos custos financeiros, uma tendência que deve continuar no curto prazo, mas analistas acreditam que as perspectivas melhoram a partir de 2023 com a retomada da história de consolidação.
Morgan Stanley mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 25,00…
XP Investimentos
A XP Investimentos considera a oferta como positiva, “dado que resolve parcialmente os problemas relacionados à alavancagem financeira e sinaliza que os acionistas controladores vêm potencial no negócio”. Com isso, nesta segunda-feira (27), as ações DASA3 subiram 6,97%, a R$ 8,13.
De acordo com as projeções da XP, a alavancagem da Dasa ao final de 2023 cairá de 4,5 vezes para 3,9 vezes o Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia. Considerando o prêmio que os investidores pagarão para subscrever as novas ações, as ações precisarão subir 23% para atingir o ponto de equilíbrio.
XP tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 20,80…