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Fleury estima que sinergias devem gerar entre R$ 200 e R$ 220 milhões anuais em Ebitda

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O Fleury revisou suas estimativas de geração operacional de caixa decorrentes da fusão com o Grupo Pardini, aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na semana passada, sem a necessidade de medidas adicionais (os chamados remédios).

As sinergias promovidas pela união dos grupos devem gerar entre R$ 200 milhões e R$ 220 milhões anuais em Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) extra. O valor é 25% maior que as estimativas iniciais do negócio, que giravam em torno de R$ 160 milhões a R$ 190 milhões.

O cálculo das sinergias é composto por 90% na redução de custos e despesas que a empresa objetiva atingir a partir de agora, mas considera também oportunidades de ganhos de produtividade e novas receitas com a ampliação de portfólio de exames e serviços. A previsão é a de que 95% desses ganhos sejam capturados até o final do terceiro ano de operação conjunta.

O negócio resultante da união dos dois grupos nasce com R$ 7,1 bilhões em receitas brutas, 277 milhões de exames processados por ano, 20.000 colaboradores, 4.300 médicos, 520 unidades de atendimento e mais de 7.000 clientes lab-to-lab (operação B2B do Grupo Pardini, uma nova avenida de crescimento para o Fleury).

O Fleury (BOV:FLRY3) e o Pardini (BOV:PARD3) são o segundo e o terceiro maiores players do setor de diagnósticos do Brasil, atrás apenas da líder Dasa (BOV:DASA3). Em 2022, a Dasa reportou uma receita bruta da ordem de R$ 14,1 bilhões, correspondendo a uma alta de 26% sobre 2021.

A compra do Pardini pelo Fleury foi anunciada em meados de 2022, em transação por troca de ações e dinheiro. As ações PARD3 serão convertidas em ações FLRY3 na proporção de 1,2135 no dia 28 de abril, enquanto os acionistas PARD3 receberão uma parcela em dinheiro de R$ 2,15 por ativo na data.

Ao InfoMoney, Jeane Tsutsui, CEO do Fleury, disse que só a nova avenida de crescimento B2B gera uma receita de R$ 1,8 bilhão por ano. “A gente também agrega vantagens competitivas para o nosso negócio”, afirma. “Nos últimos meses viemos trabalhando em oito frentes, com mais de 60 iniciativas detalhadas, que começarão a ser executadas agora e que puderam nos dar mais clareza nas capturas de sinergias.”

A executiva citou como exemplo de ganhos de sinergia o uso da estrutura logística do Pardini em todo país e a capacidade de negociação com fornecedores. Com o negócio, o Fleury também passa a ter operação B2C (atendimento direto ao público) em Minas Gerais e Goiás com as marcas Pardini e Padrão.

“A gente vai conseguir dar acesso ao portfólio completo de exames do Fleury a uma base de clientes muito maior. (…) Nós temos uma nova operação complementar, principalmente em áreas produtivas pelo Brasil. Quando a gente olha por essa perspectiva, o Pardini tem 14 áreas produtivas e o Fleury possui 10, principalmente derivadas das aquisições que foram realizadas ao longo do tempo. Quando nós somamos essa competência produtiva, nós temos uma capacidade competitiva muito maior. Ou seja, você pode produzir o B2B em várias regionais, diminuindo o tempo de entrega do resultado, o custo logístico e muitas vezes o próprio custo”, destacou Roberto Santoro, até então CEO do Pardini, ao InfoMoney.

Com a operação, Santoro assume como presidente da Unidade de Negócios lab-to-lab, acumulando também Suporte a Operações. Jeane segue como CEO do Grupo Fleury. A nova composição societária é formada pelos sócios médicos (12%), Bradesco Diagnóstico (24,9%), Victor Pardini (6,6%), Áurea Pardini (6,6%) e Regina Pardini (6,6%). O free float (ações em circulação no mercado, nas mãos de investidores minoritários) passa a ser de 43,4%.

Sobre a estrutura de dívida do Fleury com a integração do Pardini, José Antônio Filippo, CFO do grupo, disse ao InfoMoney que ela deve continuar baixa e que não atrapalha os planos de expansão orgânica e inorgânica da companhia.

VISÃO DO MERCADO

Itaú BBA

A equipe de research do Itaú BBA considerou a revisão como positiva, pois a nova faixa representa uma revisão de 20% Ebitda incremental da combinação de negócios, o que certamente é positivo para as ações.

Além disso, analistas do BBA destacam que aproximadamente 90% das sinergias vêm de custos e despesas (ou seja, apenas 10% são sinergias de receita), reduzindo a exposição dessa lucratividade incremental a externalidades. Segundo cálculos do banco, o efeito pós-impostos desse aumento no Ebitda equivaleria a um NPV (Valor Presente Líquido) incremental de R$ 270 milhões no valor justo (cerca de 3,5% do valor de mercado combinado).

Itaú BBA mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 19, para as ações da Fleury, o que implica em um potencial de valorização de 30,7% frente a cotação de fechamento de segunda-feira (17) de R$ 14,54.

JP Morgan 

Para JPMorgan, o anúncio não trouxe novidades, uma vez que suas projeções já estavam à frente da orientação de originação, prevendo ganhos de R$ 200 milhões, que agora é o limite inferior do intervalo.

Nesse contexto, assumindo o limite superior do novo guidance, o valor justo para dezembro de 2023 de R$ 16 mudaria em R$ 0,50, ou 3%, o que representa um potencial de alta que não mudaria materialmente o equilíbrio risco-recompensa que o banco vê neste momento.

No entanto, o JPMorgan vê a projeção como realista, uma vez que os custos gerais e administrativos (G&A) da rede laboratórios Hermes Pardini, onde a maior parte das sinergias deve vir (além dos ganhos conjuntos de compras, portfólio e acreditação), representam cerca de 65 e 75% das sinergias orientadas.

De forma geral, o JPMorgan acredita que a maior parte das sinergias orientadas já está precificada nos níveis atuais de preço. Além disso, o banco mantém a opinião de que a transação não é um grande catalisador para a posição e perspectiva de longo prazo da empresa, já que, embora um bom valor será gerado a partir das sinergias da aquisição, não vê o acordo como um catalisador estrutural.

Por fim, analistas apontam que a empresa combinada deve continuar enfrentando desafios de precificação com uma passagem limitada de inflação. “E vemos o setor como ainda altamente fragmentado, com players hospitalares tentando aproveitar mais serviços ambulatoriais, principalmente diagnósticos e infusões, enquanto continuamos a ver startups surgindo no segmento”, completa.

JPMorgan é mais cauteloso em relação aos papéis do Grupo Fleury e mantém recomendação neutra, com preço-alvo de 16.

Informações Infomoney

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