A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota de crédito da Light e de suas subsidiárias Light Serviços de Eletricidade S.A. e Light Energia S.A de ‘B3’ para ‘Caa3’ na escala global, com perspectiva negativa. A revisão da nota, acrescenta a Moody’s, começou em 3 de fevereiro.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:LIGT3) nesta segunda-feira (10).
Segundo a agência, o rebaixamento se deve ao anúncio da administração da Light de que negociaria com os credores um período de standstill (em que paralisa o pagamento das dívidas) por conta da necessidade de reter caixa para financiar sua operação. A dívida da Light passa de R$7 bilhões. A companhia vem negociando com credores para evitar a antecipação do vencimento de seus débitos.
“Este anúncio foi fornecido juntamente com a divulgação dos resultados do final do ano fiscal de 2022, mostrando uma deterioração adicional na posição de liquidez da empresa em meio a altas taxas de juros e condições de refinanciamento desafiadoras”, afirmou a Moody’s.
Ainda de acordo com a agência, a classificação “Caa3” implica uma elevada probabilidade de descumprimento no pagamento de suas dívidas, com uma taxa média de recuperação para os credores entre 65% e 80%.
“A perspectiva negativa sobre os ratings da empresa reflete incertezas em torno das perdas esperadas para os detentores de dívidas, que podem se deteriorar dependendo da estratégia financeira adotada pela empresa”, completou a agência de classificação de risco.
O mercado já olhava para a concessionária carioca com especial atenção desde que a Light contratou, no fim de janeiro, uma consultoria para melhorar a sua estrutura de capital, em meio ao nervosismo desencadeado pela crise da Americanas. Mas a situação de liquidez da companhia piorou com os juros altos e condições desafiadoras para o lançamento, apontou a agência.