A Exxon Mobil Corp (NYSE:XOM) recuou contra os investidores que pressionam a maior produtora de petróleo dos Estados Unidos a relatar os riscos para seus negócios decorrentes das restrições às emissões de gases de efeito estufa e possíveis desastres ambientais.
A Exxon Mobil Corp também é negociada na B3 através do ticker (BOV:EXXO34).
Em resposta na quarta-feira (17) ao consultor substituto Glass Lewis, a Exxon disse que a perspectiva de o mundo alcançar emissões líquidas zero de dióxido de carbono até 2050 é remota e não deve ser avaliada em suas demonstrações financeiras.
Uma proposta de acionista buscando um relatório sobre o custo de ter que abandonar projetos enfrenta uma votação de acionistas em 31 de maio. Glass Lewis apoiou a iniciativa, concluindo que a Exxon poderia enfrentar riscos financeiros materiais do cenário líquido zero.
A Exxon disse que o mundo não está no caminho de atingir emissões líquidas zero em 2050. Ela diz que limitar a produção de energia a níveis abaixo da demanda de consumo levaria a um aumento nos preços da energia, como observado na Europa após sanções de petróleo contra a Rússia por causa da Ucrânia.
O cenário de emissões líquidas zero para 2050 (NZE) da Agência Internacional de Energia (AIE) prevê um caminho para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius.
A Organização Meteorológica Mundial disse na quarta-feira que esse limite pode ser atingido pela primeira vez nos próximos cinco anos.
Para que o cenário NZE fosse atendido, a IEA havia dito que a nova exploração de petróleo teria que ser interrompida em 2021 e as nações teriam que mudar para energia renovável a partir de combustíveis fósseis. A Exxon está entre as empresas que investem pesadamente em novas explorações para gerar petróleo e gás nas próximas décadas.
“Está claro que o IEA NZE não atende, pela própria avaliação dos autores do cenário, ao nível de probabilidade exigido para ser considerado em nossas demonstrações financeiras”, disse a Exxon em resposta apresentada à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA.
“É altamente improvável que a sociedade aceite a degradação do padrão de vida global necessária para alcançar permanentemente um cenário como o IEA NZE”, disse a Exxon ao rejeitar a proposta.
A Exxon refutou a recomendação da empresa proxy de avaliar os impactos de um derramamento de óleo de pior caso em suas plataformas offshore de petróleo na Guiana. A Exxon lidera um consórcio responsável por toda a produção de petróleo offshore da Guiana e seu conselho recomendou contra a proposta.
“O relatório solicitado claramente não forneceria informações novas e úteis para decisões”, disse a Exxon, acrescentando que o pedido dos acionistas “ignora o tempo, custo adicional e recursos que cada relatório leva para a empresa preparar”.
Por Reuters