A Oncoclínicas adquiriu 50% do capital social do Centro de Excelência Oncológica (CEON), a joint-venture dedicada ao tratamento ambulatorial oncológico e de síndromes inflamatórias imuno-mediadas existente entre a companhia e a Unimed-Rio desde 2013 e 49,99% do capital social da Pontus Participações S.A., holding detentora de 100% do Hospital Marcos Moraes (HMM), um dos cancer centers da companhia na cidade do Rio de Janeiro.
O fato relevante foi feito pela companhia (BOV:ONCO3) nesta quinta-feira (19).
O valor da firma estipulado para a transação é de aproximadamente R$ 350 milhões.
O pagamento pela aquisição será feito mediante uma combinação de compensação parcial do saldo de recebíveis devidos pela Unimed-Rio e detidos pela Companhia e dinheiro, utilizando recursos próprios da Companhia, a ser desembolsado em 3 parcelas anuais, pagas a partir da data de fechamento da Transação, sendo a primeira na data do fechamento.
Concomitantemente à aquisição dos Ativos, a Companhia e a Unimed-Rio celebrarão, na data de fechamento da Transação, uma extensão por 3 anos adicionais, até o prazo final de 25 anos, do Acordo de Parceria existente entre CEON e Unimed-Rio e a assinatura de um Instrumento Particular de Cessão Fiduciária de Recebíveis da Unimed-Rio em favor da Companhia, a vigorar até o a data final do Acordo de Parceria.
A Transação, uma vez concluída, permitirá à Companhia reduzir a participação minoritária em seus resultados e avançar em sua agenda de otimização da estrutura fiscal, na medida em que passará a deter indiretamente 100% de mais duas subsidiárias operacionais.
O fechamento da Transação está sujeito à verificação de condições precedentes usuais para transações desta natureza, incluindo a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
O Bradesco BBI avalia o anúncio como positivo, pois deve reduzir a participação dos minoritários pela metade, para R$ 20 milhões por ano, de acordo com a empresa, traduzindo-se em R$ 6 milhões de lucro líquido para a Oncoclínicas.
A equipe de research do BBI também avalia que a operação deve “melhorar a eficiência fiscal com a consolidação das empresas operacionais na holding; reduzir os riscos de recebíveis da Unimed Rio com uma conta vinculada que receberá os pagamentos dos clientes da Unimed Rio como retropagamento à empresa, e através do caixa de R$ 200 milhões da transação; e melhorar a qualidade dos resultados da Oncoclínicas com a eliminação de uma joint venture”.
Bradesco BBI mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 14,00.
Itaú BBA
Em termos de rentabilidade, a operação deve gerar um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de aproximadamente R$ 150 milhões, segundo estimativas do Itaú BBA. Consequentemente, o múltiplo da transação ficou em 4,7 vezes EV, ou valor da empresa, sobre o Ebitda.
O BBA ressalta que que, apesar da dissolução da joint venture após a transação, o acordo entre a Unimed-Rio e a Oncoclínicas para o tratamento de pacientes oncológicos permanece válido por mais 25 anos. Além disso, as empresas concordaram que a Oncoclínicas terá acesso a uma conta vinculada da Unimed-Rio para mitigar possíveis riscos de crédito decorrentes da operadora de planos de saúde.
“A transação reflete os esforços da Unimed-Rio para melhorar a gestão de passivos e o desejo da Oncoclínicas de otimizar seus recebíveis e aumentar sua participação nas operações, ao mesmo tempo em que reduz os ganhos direcionados aos acionistas minoritários”, explicam analistas do BBA.
Adicionalmente, ao assumir 100% da operação, a Oncoclínicas poderá incorporar esta rentável subsidiária à Holding, o que “deverá otimizar sua estrutura tributária”, destaca BBA. Dados o valuation atrativo da transação, diminuição do risco de crédito resultante do acesso à conta caução, redução de participações minoritárias e eficiências fiscais, o banco avalia a transação como positiva para as ações da companhia.
Itaú BBA mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 14,00…
XP Investimentos
A XP Investimentos também considera a transação positiva para Oncoclínicas, uma vez que é potencialmente aditivo, melhora a qualidade dos lucros e mitiga um dos principais riscos assumidos pela empresa.
Segundo a XP, o acordo reduzirá significativamente a participação minoritária e aumentará a eficiência tributária assim que a empresa incorporar os ativos.
O EV anunciado foi de R$ 350 milhões, que a XP estima traduzir em um múltiplo aditivo de 4,7 vezes o EV/Ebitda.
XP tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 9,30…