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Via (VIIA3): prejuízo líquido de R$ 297 milhões no 1T23

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A Via, dona das marcas Casas Bahia e Ponto, teve um prejuízo líquido de R$ 297 milhões no primeiro trimestre de 2023, revertendo o lucro de R$ 18 milhões do igual intervalo do ano passado.

O ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado foi de R$ 675 milhões, praticamente em linha com os R$ 673 milhões de 2022. Na receita líquida, foram R$ 7,3 bilhões, ante R$ 7,6 bilhões do consenso Refinitiv e R$ 7,39 bilhões um ano antes.

A varejista registrou um volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) crescendo 10,3% nas lojas físicas, chegando a R$ 5,5 bilhões. Do outro lado, o segmento online recuou 12%, para R$ 3,3 bilhões.

O desempenho do GMV bruto de lojas físicas reflete a melhoria no fluxo das lojas (apesar de ainda abaixo da do período pré pandemia), mas sobretudo uma maior conversão”, explicou a Via no documento publicado na noite desta quinta-feira (4).

No online, a Via registrou no seu negócio próprio (1P) uma redução de 15% do GMV, que ficou em R$ 3,4 bilhões. No marketplace (3P), com presença de parceiros, contudo, houve crescimento de 25,6%, com o GMV chegando a R$ 1,5 bilhão.

A Via destaca que, apesar da receita em queda, seu lucro bruto, que subtrai do faturamento os gastos com produtos vendidos, avançou 3,7%, chegando a R$ 2,3 bilhões.

“O lucro bruto foi de R$ 2,4 bilhões, com margem bruta de 32,1%, aumento de 1,4 ponto percentual. A margem é explicada pela maior racionalidade do mercado online, pelo foco da companhia em rentabilidade e qualidade de estoque, pela maior participação de lojas físicas no mix de venda e pela maior contribuição do take rate no 3P”, fala a empresa.

As despesas com vendas, gerais e administrativas cresceram 5,2% no ano, saindo de R$ 1,66 bilhão para R$ 1,75 bilhão, explicado, de acordo com a Via, pelo aumento dos gastos com provisão para devedores duvidosos (PDD) no crediário. Houve também impactos não recorrentes relativos a provisões trabalhistas.

O resultado na frente de crédito, segundo a companhia, é explicado pelo aumento da da carteira e não por uma perda de qualidade.

No crediário, a carteira ativa cresceu 4% no ano, chegando a R$ 5,4 bilhões, com o PDD em R$ 611 milhões. A perda sobre carteira ficou em R$ 241 milhões, ante R$ 183 milhões no mesmo período de 2022.

“Observamos redução na despesa de PDD em função da retração da curva de over 30 e eficiência na recuperação. A taxa over 90 foi de 9,0%, uma redução de 0,5 pontos percentuais na base trimestral e estável na anual, refletindo melhor tendência na qualidade da carteira. O nível de perda sobre a carteira ativa apresentou mais uma vez melhora sequencial. Entendemos o momento de inadimplência no mercado e, consequentemente, seguimos seletivos” explica a Via.

A Via, por fim, teve um resultado financeiro negativo em R$ 832 milhões, ante R$ 489 milhões um ano antes – explicado pela alta da Selic e maior desconto de recebíveis no cartão de crédito. A companhia fechou março com uma dívida líquida de R$ 550 milhões.

Os resultados da Via (BOV:VIIA3) referente suas operações do primeiro trimestre de 2023 foram divulgados no dia 04/05/2023.

VISÃO DO MERCADO

Bradesco BBI

O Bradesco BBI apontou que a Via divulgou resultados fracos no 1T23, mas em linha com as suas estimativas. O crescimento total do volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) foi morno e não ficou muito longe da sua expectativa: +3% na comparação anual impulsionado pelas lojas físicas (+10,3% na comparação com o 1T22) e marketplace (+25,6% na mesma base de comparação), mas prejudicado por um declínio on-line do canal 1P (vendas diretas) de 14%.

Segundo os analistas da casa, embora a empresa tenha feito um bom trabalho nas margens operacionais (margem bruta ajustada teve crescimento de 1,1 ponto percentual [p.p.] na comparação anual e margem Ebitda ajustada avançou +0,3%), não foi suficiente para compensar as despesas financeiras e o prejuízo líquido chegou a um valor considerável de R$ 297 milhões (em linha com o prejuízo de R$ 290 milhões esperado pelo BBI).

Os analistas da casa ressaltam que as tendências fracas do setor persistiram ao longo do 1T23, apesar do suposto alívio competitivo do início do 1T23, quando a Americanas entrou com o pedido de recuperação judicial. A Via informou que, apesar de ter visto uma queda de 14% em seus canais 1P (estoque próprio) online, conseguiu ganhar participação diante apesar do ambiente ainda desafiador.

Por outro lado, o aumento da racionalidade dos concorrentes foi um bom sinal para a Via expandir sua margem bruta em conjunto com os esforços da empresa em eficiências e melhoria adicional na qualidade/assertividade do estoque.

Já em relação ao seu braço financeiro, as principais métricas (inadimplências, provisões, etc.) permaneceram saudáveis, melhorando sequencialmente.

Sobre o fluxo de caixa, o 1T23 costuma ser mais fraco do ponto de vista de geração de caixa e o 1T23 adicionou uma dose maior de ceticismo sobre as práticas de financiamento de fornecedores, o que fez a Via reduzir esses contratos, impactando negativamente o fluxo de caixa em R$ 1,1 bilhão. Na verdade, esse foi o principal entrave no consumo de caixa de R$ 2,6 bilhões do trimestre, avalia.

“Além disso, juntamente com a divulgação da Via no 1T23, a empresa também anunciou uma rolagem de debêntures de R$ 1,1 bilhão que deve trazer algum alívio para os vencimentos de curto prazo”, apontam os analistas do banco.

O BBI também avalia que as despesas consideráveis com juros podem continuar prejudicando significativamente os fluxos de caixa e os resultados nos próximos trimestres. Assim, os analistas do banco projetaram uma reação de neutra a ligeiramente negativa aos números.

“Os números do 1T23 mostram que o ambiente macro no Brasil continua desafiador para as principais categorias da Via e, apesar de fazer um bom trabalho na melhoria de suas margens operacionais, a combinação de: (i) crescimento morno da receita, (ii) desalavancagem operacional, e (iii) as elevadas despesas com juros podem impactar o fluxo de caixa e os lucros por mais trimestres.”, avaliam os analistas.

No 1T23, o resultado financeiro atingiu 11,2% da receita em um negócio que entrega margem Ebitda de um dígito alto a dois dígitos baixos, se bem operado. “Portanto, mantemos nossa postura mais cautelosa em VIIA3 e mantemos nossa recomendação neutra para os ativos”, avaliam.

Morgan Stanley 

Já para o Morgan Stanley, os resultados do 1T23 da Via exibiram menos benefícios com o enfraquecimento da Americanas do que os analistas do banco tinham previsto, com leve alta do GMV total e Ebitda estável. “Com a pressão crescente das despesas financeiras líquidas (-11% da receita), as margens líquidas de -4,0% da Via ficaram abaixo das projeções”, avalia o banco, que seguem com recomendação underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda).

XP Investimentos 

“A empresa reportou resultados mistos do 1T23, com crescimento de receita em linha com o esperado, melhora de margem bruta, mas ofuscados pela emissão de R$ 1,1 bilhão em debêntures”, destaca a XP, que manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 3 por ativo.

Na véspera, a empresa anunciou a aprovação da nona emissão pública de debêntures simples, não conversíveis em ações. “Serão emitidas 1,119 milhão de debêntures, perfazendo o valor total da emissão de R$ 1,119 bilhão na data de emissão (15 de junho de 2023). O valor nominal unitário das debêntures será de R$ 1 mil”. Esses ativos terão prazo de vigência de dois anos.

“O saldo do valor nominal unitário das debêntures será amortizado trimestralmente, sendo a primeira amortização em 15 de janeiro de 2024 e a última na data de vencimento. Já a remuneração será paga nos dias 15 de setembro de 2023 e 15 de dezembro de 2023, e a partir de 15 de janeiro de 2024 (inclusive) trimestralmente, sempre no dia 15 (quinze) dos meses de janeiro, abril, julho e outubro de cada ano até o dia 15 de abril de 2025 (inclusive), e o último pagamento será devido na data de vencimento”, apontou a empresa.

Já a XP também aponta que a emissão de debêntures com o prazo de 2 anos, a um custo de CDI + 4%, pode aumentar a preocupação dos investidores quanto a estrutura de capital da companhia, especialmente após o contínuo aumento na antecipação de recebíveis e a redução acelerada de fornecedores convênio; e ii) as taxas de inadimplência permaneceram razoavelmente sob controle, com a perda sob a carteira caindo 0,1 p.p. no trimestre (para 4,5%), enquanto as provisões representaram 11,3% da carteira ativa (-0,1 p.p no trimestre), enquanto as taxas de over 90 caíram 0,5 p.p na base trimestral, mas estáveis no ano.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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