O site Pipeline: do jornal Valor, diz que a Equatorial Energia mantém o interesse na aquisição da Amazonas Energia, concessionária de energia que opera no Norte do País: que apresenta elevado estoque de dividas e, por não estar cumprindo obrigações setoriais, tem até o dia 11 de julho para negociar um novo controlador para evitar a abertura de um processo de caducidade por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Segundo a Ativa Investimentos, apesar das negociações não terem avançado no passado, a companhia ainda tem interesse, mas as altas perdas da concessão, as altas tarifas e o baixo poder aquisitivo da região, as complexidades por se tratar de área atendida por sistema isolado diminuem a possibilidade da companhia avançar neste sentido sem nenhuma contrapartida regulatória, financeira e econômica.
“Um fiel da balança nesta equação pode ser a Eletrobras, uma vez que aproximadamente R$ 7 bilhões dos mais de RS 8 bilhões de dívida da Amazonas tem a maior empresa do país como contraparte. Neste sentido, uma eventual transferência deste montante para a Equatorial (ou qualquer conglomerado com melhor perfil creditício que a Amazonas) seria positiva para Eletrobras, que veria uma luz no fim do túnel para a resolução do seu problema. Ademais, a Eletrobras, na figura de
conhecedora da concessão, uma vez que a operou até 2019, pode ajudar o regulador na costura de incentivos à um eventual novo entrante”, explicou a Ativa.
Por outro lado, a corretora salientou que para conceder maior benesse à um futuro concessionário, a Aneel abriria precedente para que outras distribuidoras requisitassem isonomia. Medidas como a ampliação do potencial de sobrecontratação atual da distribuidora e a separação da região da atual concessão da Amazonas somada à aplicação de tarifas diferenciadas para regiões socioeconomicamente mais complexas cairiam como uma luva, mas necessitam de uma boa formatação regulatória e jurídica para não resultarem em novos aumentos de tarifas ou numa eventual necessidade de concessão de subsídios por parte da União.
“Para a Equatorial (BOV:EQTL3): que já roda com uma alavancagem 3 9x, consolidar a dívida de RS 8 5 bi da Amazonas e seu Ebitda anual de R$ 400 milhões significaria avançar para uma alavancagem de 4,8x, o que é superior ao seu covenant mais restritivo de 4,5x. Em que pese o bom perfil de crédito da empresa e a sua capacidade de rolar a dívida, possivelmente a empresa poderia realizar uma nova oferta de ações, o que, no momento, nos faz preferir a dívida da empresa que o seu equity”, concluiu a
corretora.