As ações da Braskem estão em destaque no mercado nesta terça-feira, liderando as altas do Ibovespa. Isso ocorre depois que a Unipar recebeu uma sinalização da Novonor de que sua proposta pelo controle da maior petroquímica da América Latina atende aos interesses da antiga Odebrecht e das demais partes interessadas.
Por volta das 10h55, as ações preferenciais classe A da Braskem (BOV:BRKM5) apresentavam uma alta de 3,1%, cotadas a R$ 28,34. O volume financeiro negociado era de R$ 27,9 milhões.
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Essa sinalização formaliza um convite à Unipar (BOV:UNIP3) (BOV:UNIP5) (BOV:UNIP6), do empresário Frank Abubakir, para iniciar o processo de auditoria, conhecido como due diligence, em relação à Braskem. O objetivo é apresentar uma proposta vinculante ou negociar os documentos definitivos da oferta.
Embora não tenha havido concessão de exclusividade neste momento, a Unipar informou que, juntamente com seus assessores, bancos credores, Petrobras, Novonor e demais partes envolvidas, irá analisar os próximos passos da operação, incluindo a possibilidade de assinar um contrato de exclusividade para iniciar a auditoria na Braskem.
A aproximação entre as empresas já havia sido divulgada no início da manhã pela Braskem e indica que a Unipar está liderando a disputa pelo controle da companhia, que é bastante concorrida.
A Unipar é a maior produtora de cloro e soda da América do Sul e ocupa a segunda posição em PVC. A empresa ofereceu R$ 36,50 por ação da Braskem, o que corresponde a R$ 10 bilhões pelos 34,4% de participação que a Novonor possui na petroquímica. Com essa proposta, a Novonor ainda ficaria com uma participação minoritária de 4%.
A Novonor também recebeu uma proposta da Apollo e da Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc) no valor de R$47,00 por ação da Braskem. Dessa quantia, R$ 20,00 seriam pagos em dinheiro, R$ 20,00 em bônus perpétuos com taxa de 4% ao ano e R$7,00 em títulos conhecidos como “warrants”. Isso tem dificultado uma estimativa precisa do valor presente da proposta, que é considerada menos atrativa pelo mercado.
A J&F, holding dos irmãos Batista, surge como terceira interessada na petroquímica, embora ainda não tenha formalizado uma proposta. Nos bastidores, há informações de que sua oferta seria inferior, mas com pagamento à vista, o que a tornaria mais atrativa para os credores da Novonor. O grupo formado por Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) busca recuperar a maior parte dos R$15 bilhões que emprestaram à antiga Odebrecht, de acordo com o jornal Estado de S. Paulo.
No entanto, de acordo com o Valor Econômico, embora haja interesse da J&F, não está claro se a holding seguirá em frente após a recente valorização das ações da Braskem em meio ás ofertas.