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Ações da Petrobras registram sessão de forte queda após produção em queda no 2T23 e ruídos políticos

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As ações da Petrobras registram uma sessão de forte queda nesta quinta-feira (27), com o noticiário deste pregão e as expectativas de próximos dias movimentados para a companhia impactando os ativos.

Às 16h43 (horário de Brasília), PETR4 caía 5,2%, a R$ 29,40, e PETR3 tinha baixa de 5,7%, a R$ 32,52, em uma sessão de baixa, ainda que menos expressiva, para outras empresas do setor, caso de 3R (RRRP3) e PRIO (PRIO3) – apesar do dia de alta do petróleo.

Além da visão de correção após as recentes altas, Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, destaca que outras petroleiras do mundo estão divulgando resultado do segundo trimestre de 2023 (2T23), como foi o caso de Shell.

Essas empresas têm sentido o impacto da queda do petróleo na base anual, o que influencia os ativos de seus pares. A Shell divulgou ter registrado lucro ajustado de US$ 5,07 bilhões no segundo trimestre de 2023, representando menos da metade do ganho (-55,80%) recorde de US$ 11,47 bilhões observado em igual período do ano passado; as ações caem cerca de 1,5% na Bolsa americana nesta quinta.

Porém, Cruz avalia que os resultados mais fracos em si não são necessariamente um ponto negativo, já que o 2T22 foi marcado por uma alta do petróleo pela guerra da Ucrânia, sendo que os patamares atuais da commodity estão razoáveis. Por sinal, como será destacado mais à frente, a alta recente do petróleo pode inclusive ser um fator de pressão para a estatal.

De qualquer modo, pode haver uma leitura imediata do mercado sobre os balanços, afetando o mercado como um todo.

A Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) divulgará seus resultados na próxima quinta-feira (3) sendo que, na véspera, revelou seus dados operacionais, que também repercutem no mercado. Ao mesmo tempo, a proximidade da definição da nova política de dividendos da estatal, com reunião do Conselho na próxima sexta-feira (28), e a percepção de parte do mercado de que a companhia deveria subir o preço dos combustíveis também estão no radar dos investidores.

  • Confira abaixo os principais pontos dos grandes eventos do noticiário da estatal:

Petrobras reduz produção, mas destaque fica para utilização das refinarias

Na véspera, a companhia informou que sua produção de petróleo e gás atingiu 2,64 milhões de barris de óleo equivalente (boed), uma queda de 1,5% em base trimestral, enquanto as vendas de derivados subiram 1,5% na mesma comparação.

Um dos destaques ficou para o fator de utilização das refinarias ficou em 93%, com aumento de 8 pontos porcentuais (p.p.) em relação ao trimestre anterior.

Além disso, a companhia destacou que em junho atingiu uma utilização nas refinarias de 95% (o maior valor desde 2015), sinalizando os esforços da empresa em fortalecer a produção doméstica, conforme destaca o Itaú BBA.

Neste ponto, o Bradesco BBI ressaltou que o aumento da taxa de utilização da refinaria da Petrobras ainda não resultou em vendas significativamente maiores da empresa, mas pode indicar que a Petrobras está tomando as medidas necessárias para aumentar sua participação no mercado nas vendas domésticas de combustíveis.

O banco também ressalta que as importações de gasolina foram maiores neste trimestre, o que pode levar a maiores perdas de importação, embora este não deva ser o caso neste trimestre, uma vez que os preços estiveram em linha com a paridade de importação em média durante o período.

O Goldman Sachs também ressalta que a produção de diesel da Petrobras se igualou às vendas no segundo trimestre, enquanto a empresa importou 93 mil barris por dia de diesel no período, o que pode indicar que a empresa está construindo estoque de diesel.

“Isso, por sua vez, poderia potencialmente traduzir em vendas a preços mais baixos no futuro, uma vez que o mercado está possivelmente em excesso de oferta. (…) Nesse contexto, notamos que o fluxo de notícias recente já aponta para a Petrobras realizando vendas de diesel para liberar capacidade, com volumes de diesel abaixo do que se cobra oficialmente das distribuidoras (e abaixo da referência internacional).”

Nova política de preços no radar

Ao mesmo tempo, os investidores monitoram a atuação da Petrobras em reajustar preços pela nova política de combustíveis anunciada em maio (que, apesar de melhor do que esperada, gerou incertezas no mercado), em meio às altas recentes do petróleo. Na tarde desta quinta-feira, o contrato do petróleo brent para setembro, referência para Petrobras, subia 1,35%, a US$ 84 barril, próximo das máximas desde abril com sinais de aperto da oferta.

O câmbio é um dos pontos que tem contrabalanceado os ganhos do petróleo no mercado internacional e fazendo com a estatal não eleve os preços. Na véspera, em entrevista, o ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou que a queda do dólar tem gerado espaço que permitiu reajustar preço de combustível.

Conforme destaca análise do Estadão, o câmbio abaixo dos R$ 5 tem ajudado a manter a lucratividade da Petrobras, mas a pergunta é até quando a nova gestão vai conseguir manter os preços “abrasileirados”, depois que o petróleo ultrapassou o patamar de US$ 80 o barril. Logo após o anúncio do fim política de paridade preços de importação (PPI), analistas destacaram que uma alta do petróleo seria o grande teste para a atual política da empresa.

Mesmo a estatal não praticando mais o PPI, o mercado segue de olho na diferença de preços da estatal com o mercado internacional. Em menos de duas semanas, a defasagem em relação aos preços praticados no Golfo do México, usado como parâmetro pelos importadores, aumentou de percentagens em torno dos 10% para mais de 20%.

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), há 70 dias as janelas de importação estão fechadas.

Conforme destacou Sergio Araújo, presidente da associação, à agência, os preços as defasagens estão em patamares muito elevados, e chegou a hora da Petrobras reajustar seus preços. No caso da gasolina, a defasagem atingiu 23% nas refinarias da Petrobras na última segunda-feira, enquanto o diesel registra diferença de 17%.

A Acelen, única refinaria privada de grande porte do País, está com os preços 14% e 10% defasados, respectivamente, e começou a exportar diesel por não conseguir concorrer no mercado brasileiro.

“Existe risco realmente de uma retração no volume de importação, e o risco é maior no diesel quando se pensa em abastecimento. O fato da Acelen estar exportando diesel significa que a Petrobras está deixando dinheiro sobre a mesa, porque os preços estão artificialmente muito baixos, mas como ela não tem a necessidade de acompanhar a paridade de importação, a gente fica em dúvida do que vai acontecer”, disse Araújo.

À espera de mais definições sobre empresa

É nesse contexto que, na próxima semana, mais precisamente na quinta-feira (3), a estatal divulgará seus resultados do segundo trimestre de 2023, havendo também uma grande expectativa pela nova política de dividendos.

A gestão da Petrobras deve propor uma nova política aos seus conselheiros e, segundo Sergio Caetano Leite, CFO da estatal, a empresa declarará os dividendos do segundo trimestre de 2023 (2T23) com base nessa nova política. De acordo com informações do Valor e em análise do Bradesco BBI, haverá reunião do Conselho na próxima sexta-feira (28) sobre o tema.

Atualmente, a política em vigor prevê pagamentos trimestrais, com fórmula mínima conforme 60% do fluxo de caixa das operações (“FCO”) menos os investimentos (“capex”).

Após a fala do CFO da Petrobras sobre dividendos, a XP destacou que os proventos podem ser menores.

“Em nosso modelo, estamos assumindo uma distribuição de 40% do FCO menos capex (frente a 60% da política vigente), com base em práticas de pares internacionais e no fato de que, se a Petrobras desembolsar valores inferiores a isso, a empresa simplesmente acumulará muito caixa (já estamos assumindo níveis baixos de dívida bruta, cerca de US$ 50 bilhões)”, avalia a XP.

Contudo, aponta, resta saber como será a nova política de fato. Por exemplo, vê boas chances de que a nova política acabe sendo mais flexível e discricionária do que a atual.

Para o Itaú BBA, a nova política s segue como o principal tema de incerteza em relação ao resultado.

“A atual política de dividendos da companhia tem sido alvo de críticas e esperamos que esta possa ser revisada ao final da semana. Até o momento, as pistas que temos é que ela deverá ter um pagamento de dividendos em linha com as grandes empresas de petróleo no mundo, incluir a possibilidade de recompra de ações e permitir que a empresa tenha flexibilidade no pagamento de dividendos para permitir novos projetos e investimentos”, avalia o banco.

Em sua análise de cenários de possíveis políticas alinhadas com as grandes empresas de petróleo no mundo, o BBA estima que os dividendos se situem num intervalo de US$ 2,7-3,5 bilhões, o que implica em um dividend yield (dividendo em relação ao preço da ação) entre 3,3% e 4,3% ou dividendos por ação de R$ 1 a R$ 1,30 por ação PETR4 para o segundo trimestre.

O Bradesco BBI, por sua vez, ressalta que, com base na política atual, acredita que a Petrobras pode anunciar US$ 4,4 bilhões em dividendos. “Também é importante destacar que este será o primeiro pagamento de dividendos com base na nova política da Petrobras, já que o conselho deverá votar a nova política na reunião marcada para o dia 28.

Já os resultados do segundo trimestre da Petrobras serão analisados em outra reunião do conselho, que está prevista para acontecer no dia 3 de agosto, dia em que serão divulgados, após o fechamento do mercado.

Sobre o balanço, o BBA espera que a empresa reporte um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 12,4 bilhões, apresentando uma redução de 14% na comparação trimestral devido a menores preços de petróleo e margens (rentabilidade) de refino.

Já o Bradesco BBI projeta um lucro líquido de US$ 6,7 bilhões (-9% no trimestre), explicado por um impacto não caixa da valorização do real no trimestre. Enquanto isso, o FCFE (Fluxo de Caixa Livre) deve voltar a ser sólido.

Tanto o BBA quanto o BBI possuem recomendação neutra para as ações, com preços-alvo respectivos de R$ 27 (valor 13% menor frente o fechamento da véspera) e R$ 26 (valor 16% menor) para as ações PETR4.

Já o Goldman Sachs segue com visão positiva para o ativo, com preço-alvo de R$ 41, ou potencial de valorização de 32% frente o fechamento da véspera. Os analistas veem os riscos de um possível cenário de baixa, que se concretizariam com uma abordagem intervencionista na política de preços e uma alta alocação de investimentos para energias renováveis, por exemplo, como menores do que antes. Além disso, veem as ações negociadas a um valuation atrativo.

Informações Infomoney

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