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Azul e Gol: segundo trimestre é período mais fraco, mas menor pressão de custos pode favorecer resultados

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O segundo trimestre geralmente é um período sazonalmente mais fraco para as companhias aéreas, mas o trimestre de 2023 apresenta algumas diferenças em relação aos anos anteriores. Nesse período, as empresas se reorganizaram, enfrentando menor pressão de custos.

A queda do dólar contribuiu para reduzir as despesas atreladas à moeda estrangeira, e também houve uma diminuição no preço do querosene de aviação (QAV), que corresponde a 40% dos custos operacionais das companhias aéreas. Contudo, o preço do combustível ainda permanece acima dos níveis pré-pandêmicos.

Os analistas Ygor Bastos e Bernardo Noel, da Genial Investimentos, ressaltam que os últimos reajustes anunciados só serão contabilizados nos resultados do terceiro trimestre de 2023, devido a um efeito de defasagem de aproximadamente 45 dias. Apesar do efeito sazonal negativo, o trimestre pode ser considerado positivo para as companhias aéreas.

Por outro lado, uma menor demanda por voos, típica desse período, pode levar a uma menor diluição de custos fixos. Em relação ao preço das tarifas, a expectativa é de uma “diminuição marginal”, ao contrário do que normalmente ocorre em um segundo trimestre.

As taxas de ocupação divulgadas juntamente com os dados de IPCA de passagens para os meses do trimestre mostram que a demanda por viagens ainda está forte, o que pode mitigar parte da redução de tarifas, segundo a equipe de análise da Genial. Eles também destacam o efeito da isenção de PIS/COFINS nessa equação, pois as companhias aéreas estão isentas do pagamento desses tributos sobre suas receitas de passageiros até o final de 2026.

No segundo trimestre, tanto a Azul quanto a Gol anunciaram a continuidade de seus processos de renegociação de dívidas, concluindo emissões de títulos em troca do diferimento de certos pagamentos. Essas ações devem proporcionar certo alívio em seus fluxos de pagamento nos próximos trimestres, auxiliando na estrutura de caixa e desalavancagem das companhias, conforme observam Bastos e Noel.

Na avaliação do JPMorgan, as companhias aéreas brasileiras devem reportar resultados decentes no segundo trimestre de 2023, apesar da sazonalidade fraca, devido aos custos mais baixos de combustíveis, o que ajudará as margens.

A Gol (BOV:GOLL4) será a primeira aérea a apresentar seus resultados trimestrais, com divulgação prevista para esta quinta-feira (27), antes da abertura do mercado. Os números da Azul (BOV:AZUL4) no segundo trimestre de 2023 estão previstos para o próximo dia 10 de agosto.

O JPMorgan reforçou, em relatório de prévia, sua preferência relativa pela Azul em relação à Gol entre as companhias brasileiras. Eles apontam que a Azul está relativamente melhor posicionada no que se refere à gestão de passivos, já tendo concluído negociações com locadores, enquanto a Gol ainda aguarda uma renegociação mais ampla. Além disso, veem o valuation da Azul como mais atrativo.

⇒ GOL

As projeções do mercado compiladas pela Refinitiv indicam que a Gol pode apresentar um prejuízo de R$ 152,52 milhões no segundo trimestre de 2023, porém, há uma grande divergência entre as estimativas das diferentes casas de análise que acompanham a companhia aérea.

Os analistas Pedro Bruno e Matheus Sant’anna, da XP, acreditam que a Gol continuará sua trajetória de recuperação neste trimestre. A casa prevê um crescimento anual de 11% nas receitas geradas por assento (RASK) e uma redução de 7% no custo por assento (CASK), impulsionada pela queda no preço do combustível. A XP espera uma melhoria na rentabilidade geral da companhia, com um cálculo de Ebitda de R$ 844 milhões e uma margem Ebitda avançando 14,5 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior.

Apesar das melhorias significativas em relação ao ano anterior, a Gol apresentou recentemente seu guidance para o segundo trimestre, prevendo um prejuízo por ação de R$ 1,05 no período e uma margem Ebitda de 21%, abaixo dos 25,2% registrados nos primeiros três meses do ano. Os analistas da XP destacam que esses números estão 6% abaixo do consenso, e os números do primeiro semestre de 2023 sugerem uma desvantagem em relação ao consenso para o ano fiscal de 2023 e a orientação da empresa.

A XP estima uma receita líquida de R$ 4,104 bilhões para a Gol no segundo trimestre, representando um aumento de 27% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas 17% abaixo da cifra acumulada nos primeiros três meses do ano. O Ebitda esperado é de R$ 844 milhões, um aumento anual de 92% e uma queda trimestral de 32%. A projeção para o lucro líquido da XP é de R$ 448 milhões positivos.

O BTG Pactual observa que os números preliminares de tráfego aéreo da Gol no segundo trimestre apontam para uma demanda mais fraca, redução na oferta e, consequentemente, em sua taxa de ocupação. Embora o segundo trimestre de 2023 seja geralmente mais fraco para as viagens de lazer, o BTG espera que as margens da Gol permaneçam saudáveis, principalmente devido à menor pressão de custos de combustível. A casa projeta uma receita líquida de R$ 4,1 bilhões para a Gol no segundo trimestre (alta de 27% em relação ao mesmo período do ano anterior), Ebitda de R$ 892 milhões e margem Ebitda de 22%. Além disso, o BTG prevê um lucro líquido de R$ 398 milhões para a companhia, auxiliado pela variação cambial.

Os analistas do BTG destacam que os preços do petróleo, a volatilidade do câmbio e a alavancagem financeira de curto prazo continuam sendo desafios para a Gol no curto prazo.

⇒ AZUL

O consenso da Refinitiv, que representa a média das projeções do mercado, indica que a Azul deverá registrar um prejuízo líquido ajustado de aproximadamente R$ 173 milhões no segundo trimestre.

Com base na prévia operacional da companhia, o BTG Pactual observa que o tráfego internacional foi o principal fator impulsionador do crescimento da empresa no segundo trimestre, compensando o menor tráfego doméstico. Os analistas notam que o segundo trimestre geralmente apresenta volumes mais fracos no mercado doméstico devido à temporada de férias.

Eles estimam uma queda trimestral de 4% no yield de passageiros, refletindo a sazonalidade mais fraca. No entanto, destacam que o negócio de carga foi sólido, com a demanda continuando firme e as novas rotas de comércio eletrônico adicionadas durante a pandemia se mostrando resilientes.

Para o segundo trimestre de 2023 da Azul, o BTG projeta uma receita líquida de R$ 4,3 bilhões, com crescimento de 10% em relação ao ano anterior, mas uma queda de 4% em comparação com o primeiro trimestre. O Ebitda esperado é de R$ 938 milhões, com margem de 22%. A estimativa é de um prejuízo de R$ 299 milhões, menor que os R$ 322 milhões do primeiro trimestre, mas ainda acima do consenso.

Os analistas do BTG observam que, apesar da melhora operacional gradual, os principais desafios de curto prazo ainda são a volatilidade do preço do câmbio e dos custos de combustível. No entanto, eles veem positivamente a reestruturação da dívida, o que representa uma redução significativa do risco da tese de investimento.

Por outro lado, os analistas da Genial apontam que o aumento substancial do custo da dívida é algo sensível para a companhia, dada a necessidade de obter retornos acima de 12% ao ano em dólar, em um setor que é estruturalmente volátil.

A XP, por sua vez, prevê uma ligeira queda na receita por assento da companhia, cerca de 2% em comparação anual, com o yield por passageiro recuando 1% na mesma base de comparação. Por outro lado, a casa espera uma redução de 5% no custo por assento, impulsionada pela queda nos preços dos combustíveis.

Apesar de ver melhores níveis de rentabilidade, com a margem Ebitda ajustada aumentando 4,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior, para 20,4%, a XP estima um Ebitda de R$ 857 milhões, que está 20% abaixo do consenso. A casa também avalia que os resultados do primeiro semestre de 2023 sugerem uma fraqueza em relação às expectativas para o ano inteiro.

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