A medida que a inflação mostra pequenos sinais de arrefecimento, as moedas fortes pressionam o dólar para baixo, ajudando também as moedas emergentes como o real a ganharem valor. O cenário trás um prospecto de pausa no juros e o mercado opera com essa ideia. Confira o que os analistas do TradingView estão pensando sobre isso.
Erick MFG
Desde Outubro 22 vimos o Euro voltar a ganhar força frente ao dolar americano. São 10 meses onde o Euro fechou negativo frente ao dolar apenas em 2 meses, uma valorização de praticamente 15%.
Uma explicação para esse desempenho é devido a inflação americana ter cedido em um ritmo mais acelerado do que a europeia, o que levou ao FED mostrar que pode ter atingido o pico da alta de juros. Por outro lado, a sinalização do BOE continuou mais dura e hawkish, sinalizando ainda mais altas nas taxas de juro por la. Isso fez com que o diferencial de juros americano e europeu diminuísse.
Com o diferencial de juros menor, investidores voltam a trazer dinheiro que estavam investidos no carry do dolar para o carry do Euro que tende a ficar mais alto por mais tempo e, possivelmente, uma melhor rentabilidade.
Isso tambem explica a grande queda do índice DXY, onde o Euro tem mais da metade do peso de todas as moedas que compõem a cesta. Desde outrubro o DXY cai -11%.
O grafico mostra o diferencial entre o core inflation europeu e o core inflation americano (azul) em comparação com o EURUSD (laranja). O diferencial de core inflation é historicamente um leading indicator para os movimentos do EURUSD em uns 4-5 meses a frente. Caso essa correlação se prove verdade, mostra que o Euro tem potencial de voltar acima dos 1,20. (Ver o gráfico dinâmico).
DFerre
Podemos perceber que o período que o USD está agora se assemelha ao período 1998-2004 (6 anos), em que o preço andou num canal de alta até o marco temporal de Fibonacci 3 (linha preta 3), momento no qual começou uma tendência de baixa flat e constante por 7 anos, caindo 61,82% da máxima histórica até então!
O período atual começou em 2017 entrando num canal de alta e agora em 2023, após os mesmos 6 anos, está encontrando o marco temporal 3 de Fibonacci desse período (linha preta 3) e está em vias de romper o canal de alta.
Dois períodos identicos, resta saber se os próximos 7 anos teremos uma tendência flat de baixa do dólar, igual ao período anterior, cair 61,82% da máxima histórica atual seria bem ousado, contudo, temos níveis de fibonacci projetados para baixo e no médio prazo podemos sim ver um dólar perto da casa dos R$ 4,00.
Razões fundamentais que podem apoiar a análise técnica:
– Menor dependência mundial pelo dólar (China está emplacando o YUAN como moeda de troca internacional;
– Brasil começou a adotar o YUAN para exportações e importações, diminuindo a dependência do dólar;
– Os EUA não conseguem manter uma taxa alta de juros por muito tempo, correndo o risco de colocar o país em recessão;
– Nossos títulos do tesouro direito, embora sejam mais arriscados, pagam um prêmio melhor;
– A américa latina pode fazer uma moeda única;
– O Brasil está crescendo mais que os demais paises do mundo;
– Se houver uma terceira guerra mundial, EUROPA e EUA devem ser devastados. (Ver mais sobre USDBRL).
Gregcarleto
Sem muitas novidades para o ativo (CMIN3 0,00%), ainda compreendemos uma tendência clara de queda. Interessante que o mesmo se descorrelacionou de VALE3 (+ 0,71% no dia de hoje).
Acredito ser factível novo teste dos R$ 4,05 (meu palpite seria passar direto esta resistência, na próxima vez que isso ocorrer). Abaixo de R$ 4,05 confirmaria o topo druplo com alvo possível/factível em R$ 3,23, porém com existe um suporte relevante semestral em R$ 3,70 eu arriscaria uma compra neste patamar. (Ver mais sobre ações).
Disclaimer: As análises aqui apresentadas são apenas estudos. Elas não são recomendações de investimento, nem de compra nem de venda, tampouco refletem a opinião do veículo de mídia na qual estão sendo divulgadas. São estudos direcionados a pessoas com conhecimento e experiência no mercado financeiro.
Nossos Autores: ErickMFG, DFerre e Gregcarleto.