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DIs fecham em alta após divulgação da ata do Fed; Treasuries sobem e UBS BB projeta corte da Selic em agosto

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As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em alta depois da divulgação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), com apenas as DI mais curtas operando perto da estabilidade, refletindo ambiente doméstico favorável. O cenário de alta dos juros nos Estados Unidos referenciam os juros daqui, que também são impactados pelo arcabouço fiscal, que segue para sanção presidencial e por fala do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a respeito da reforma tributária.

Lira afirmou em uma entrevista ao programa Conexão, da GloboNews hoje (5) mais cedo, que colocará a votação da Reforma Tributária hoje, para ser discutida, e conduzir o processo de aprovação até amanhã.
Na leitura do analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, os acontecimentos daqui impulsionam as taxas a fecharem. Além disso, a ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) veio em linha com o que o mercado esperava, de modo que a piora do mercado causou surpresa aos analistas. As taxas nos Estados Unidos, no entanto, já estão mais altas e as treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) subindo.

Quase todos os membros do Comitê Geral do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) em sua reunião de junho indicaram que é provável a continuidade do aperto na política monetária iniciado no início de 2022, apesar de num ritmo mais lento, mostra a ata da reunião.

Ainda segundo o relatório, a inflação segue forte e resiliente, assim como o mercado de trabalho, com baixo nível de desemprego. “Isso reforça a expectativa de alta de 25 bps na próxima reunião e deixa aberta aberta a decisão sobre uma segunda elevação ainda em 2023”, diz o especialista.

Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,800% de 12,790% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,785% de 10,620%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,190%, de 10,110%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,225% de 10,115% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a R$ 4,8500 para a venda.

Treasuries

Os rendimentos dos Treasuries estavam em sua maioria em alta nesta quarta-feira, depois que uma leitura mais suave do que o esperado sobre a produção nos Estados Unidos e a ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve em junho pouco contribuíram para alterar as expectativas sobre a trajetória dos aumentos da taxa básica de juros.

Quase todas as autoridades do Fed concordaram em manter os juros inalterados ​​na reunião de junho, a primeira pausa após altas nas 10 reuniões consecutivas anteriores, de acordo com a ata, mas a maioria acredita que mais incrementos nos custos de empréstimos serão necessários. As expectativas de um aumento de 25 pontos-base pelo Fed em sua reunião de 25 e 26 de julho estão em 88,7%, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME, acima dos 81,8% de uma semana atrás. Os rendimentos avançavam lentamente ao longo da sessão, depois que as novas encomendas de produtos fabricados nos Estados Unidos aumentaram 0,3% em maio, abaixo da estimativa dos economistas consultados pela Reuters de um aumento de 0,8% e igualando o aumento revisado de 0,3% no mês anterior. O setor manufatureiro tem enfrentado dificuldades com o ciclo de aumento rápido das taxas do Fed.

Os investidores também avaliarão uma série de dados sobre o mercado de trabalho dos EUA nos próximos dois dias. Às 17:23 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos <us10yt=rr>–referência global para decisões de investimento– subia 7,30 pontos-base, a 3,9315%. A taxa do título de cinco anos <us5yt=rr>avançava 5,90 pontos-base, a 4,2457%. O yield do Treasury de dois anos <us2yt=rr>–que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo– tinha alta de 0,50 ponto-base, a 4,9446%.

O retorno do papel de 30 anos <us30yt=rr>mostrava acréscimo de 5,00 pontos-base, a 3,9267%. A diferença entre os rendimentos dos Treasuries de dez e dois anos <us2us10=rr>–vista como um indicador de expectativas econômicas– subia 6,85 pontos-base, a -101,5 pontos-base. O spread entre as taxas dos títulos de 30 e cinco anos <us5us30=rr>aumentava 0,23 ponto-base, a -32,08 pontos-base.

UBS BB projeta corte da Selic em agosto e dólar a R$ 4,80 no fim do ano

Após a divulgação do Relatório de Inflação (RI) pelo Banco Central e a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), o UBS BB decidiu alterar sua perspectiva de corte de juros e sua projeção para o câmbio para este ano. Segundo os economistas Alexandre Azara, Fabio Ramos, Rodrigo Martins e o estrategista Roque Monteiro, agora há uma chance de 80% de corte na taxa de juros em agosto, de 0,25 ponto percentual. Antes a leitura era que o primeiro corte seria em setembro, de 0,50 ponto percentual.

“As últimas comunicações do Copom, as atas de reunião e o relatório de inflação do segundo trimestre foram mais ‘dovish’ do que o esperado e sinalizaram explicitamente uma forte disposição para um corte parcimonioso na próxima reunião. Nós agora esperamos que comece o ciclo de flexibilização em agosto.” Nas demais reuniões do ano (em setembro, novembro e dezembro), a projeção é de corte de 0,50 ponto percentual em cada encontro.

Diante dessa revisão para a Selic, o banco passou a prever agora o dólar a R$ 4,80 no fim deste ano (contra estimativa anterior de R$ 5,40) e de R$ 5,00 no fim de 2024 (contra uma projeção de 5,50 anteriormente).

Com a melhora do cenário para moeda local, os economistas do banco apostam na posição comprada em real, mas não contra o dólar, e sim contra o peso mexicano. “A diferença que esperávamos ver entre os setores externos do Brasil e do México começou a se materializar, com o saldo básico (déficit em transações correntes e investimento direto estrangeiro líquido) melhorando no Brasil e piorando no México.”

Ainda segundo os economistas, a posição comprada em peso mexicano hoje está mais extrema do que o observado na posição comprada em real. “Isso, ao lado da nossa expectativa de que o Banxico reduza as taxas abaixo do que é precificado pelos mercados até fim do ano, leva à nossa decisão de manter a posição comprada em real contra o peso mexicano.”

Em relação à curva de juros, o banco afirma que o DI para janeiro de 26 ainda é atrativo. Isso porque os cortes na taxa Selic, de acordo com o relatório, podem acabar sendo mais intensos do que os precificados hoje pelo mercado. “Embora o mercado já tenha precificado o início do ciclo de flexibilização monetária em agosto com um corte de 25 pontos-base, e em seguida três cortes de 50 pontos-base até o fim do ano, há ‘apenas’ 33 pontos-base de corte precificados por reunião em média para 2024, e nenhum em 2025”, diz o texto.

Na visão do banco, quando o Banco Central começar a acelerar o ritmo de corte de juros e passar a cortar a Selic em 0,5 ponto porcentual por reunião – algo que pode acontecer no quarto trimestre deste ano – os mercados devem começar a precificar maior probabilidade de cortes de 0,75 ponto porcentual no ano que vem.

Um hedge, diz o texto, seria o DI para janeiro de 2024. Caso o BC realize um “corte hawkish” em agosto – ou seja, transmita uma perspectiva mais dura do que o mercado espera -, a taxa do DI para janeiro do ano que vem poderia subir, mas com efeito mais limitado no DI janeiro/2026.

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