O dólar à vista (FX:USDBRL) voltou a subir perante o real nesta quarta-feira (05), com investidores monitorando a pauta econômica em Brasília e a Ata da última reunião do Fed. O dólar à vista fechou em alta de 0,20%, a R$ 4,8503, depois de oscilar entre R$ 4,8355 e R$ 4,8706.
Às 17h03, o dólar futuro para agosto subia 0,12%, para R$ 4,8720. Lá fora, o DXY tinha alta de 0,35%, aos 103,348 pontos. O euro caía 0,24%, para US$ 1,0854. E a libra perdia 0,08%, para US$ 1,2700.
Lá fora, uma nova rodada de dados de atividade (PMI), desta vez do setor de serviços, manteve o risco de uma recessão global no radar. A Ata do Fed não trouxe maiores surpresas. Embora a última reunião tenha sido marcada por uma divisão entre os membros que defendiam a manutenção dos juros e os que queriam uma nova alta de 25 pb, o documento divulgado hoje deixou claro que todos concordaram que novas altas serão necessárias até o fim do ano, visto que a inflação dos EUA segue muito acima da meta.
Aqui, as discussões em torno da reforma tributária concentraram as atenções, depois que Arthur Lira decidiu inverter a pauta de votações devido ao impasse sobre o projeto do voto de qualidade do Carf.
Fluxo Cambial
O fluxo cambial total na semana passada (26 a 30/6) ficou positivo em US$ 2,843 bilhões, resultado de entrada de US$ 4,188 bilhões pela conta comercial e saída de US$ 1,346 bilhão pela conta financeira. Saiba mais…
Swap Cambial Hoje
O Banco Central (BC) rolou 16 mil contratos de swap cambial tradicional – equivalente à venda de dólar no mercado futuro ofertados em operação realizada nesta manhã. Ao todo, o leilão teve giro financeiro de US$ 800,0 milhões.
Foram negociados 6,5 mil contratos negociados para vencimento em 1 de novembro de 2023 deste ano. A taxa nominal foi de 6,770% e a linear de 6,568%, sem percentual de corte nas propostas apresentadas. A operação movimentou US$ 325,00 milhões.
Os demais 9,5 mil contratos, com vencimento em 1 de abril de 2024, tiveram taxa nominal de 6,772% e linear de 6,699%, sem percentual de corte nas propostas apresentadas. O total movimentado foi de US$ 475,0 milhões.
Ptax
A PTax, média das cotações do dólar apuradas pelo Banco Central (BC), subiu 1,1%, a R$ 4,8571 para compra e R$ 4,8577 para a venda.
A Ptax é utilizada em diversos produtos do mercado de câmbio, desde os contratos futuros e de opções de câmbio listados na B3 até os contratos derivativos de balcão negociados no mercado local e no exterior, além de operações financeiras de empresas no segmento de câmbio com entrega física.
Veja abaixo o histórico recente:
5/7/2023 Compra: R$ 4,8571 Venda: R$ 4,8577
4/7/2023 Compra: R$ 4,805 Venda: R$ 4,8056
3/7/2023 Compra: R$ 4,787 Venda: R$ 4,7876
30/6/2023 Compra: R$ 4,8186 Venda: R$ 4,8192
29/6/2023 Compra: R$ 4,8578 Venda: 4,8584
UBS BB projeta corte da Selic em agosto e dólar a R$ 4,80 no fim do ano
Após a divulgação do Relatório de Inflação (RI) pelo Banco Central e a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), o UBS BB decidiu alterar sua perspectiva de corte de juros e sua projeção para o câmbio para este ano. Segundo os economistas Alexandre Azara, Fabio Ramos, Rodrigo Martins e o estrategista Roque Monteiro, agora há uma chance de 80% de corte na taxa de juros em agosto, de 0,25 ponto percentual. Antes a leitura era que o primeiro corte seria em setembro, de 0,50 ponto percentual.
“As últimas comunicações do Copom, as atas de reunião e o relatório de inflação do segundo trimestre foram mais ‘dovish’ do que o esperado e sinalizaram explicitamente uma forte disposição para um corte parcimonioso na próxima reunião. Nós agora esperamos que comece o ciclo de flexibilização em agosto.” Nas demais reuniões do ano (em setembro, novembro e dezembro), a projeção é de corte de 0,50 ponto percentual em cada encontro.
Diante dessa revisão para a Selic, o banco passou a prever agora o dólar a R$ 4,80 no fim deste ano (contra estimativa anterior de R$ 5,40) e de R$ 5,00 no fim de 2024 (contra uma projeção de 5,50 anteriormente).
Com a melhora do cenário para moeda local, os economistas do banco apostam na posição comprada em real, mas não contra o dólar, e sim contra o peso mexicano. “A diferença que esperávamos ver entre os setores externos do Brasil e do México começou a se materializar, com o saldo básico (déficit em transações correntes e investimento direto estrangeiro líquido) melhorando no Brasil e piorando no México.”
Ainda segundo os economistas, a posição comprada em peso mexicano hoje está mais extrema do que o observado na posição comprada em real. “Isso, ao lado da nossa expectativa de que o Banxico reduza as taxas abaixo do que é precificado pelos mercados até fim do ano, leva à nossa decisão de manter a posição comprada em real contra o peso mexicano.”
Em relação à curva de juros, o banco afirma que o DI para janeiro de 26 ainda é atrativo. Isso porque os cortes na taxa Selic, de acordo com o relatório, podem acabar sendo mais intensos do que os precificados hoje pelo mercado. “Embora o mercado já tenha precificado o início do ciclo de flexibilização monetária em agosto com um corte de 25 pontos-base, e em seguida três cortes de 50 pontos-base até o fim do ano, há ‘apenas’ 33 pontos-base de corte precificados por reunião em média para 2024, e nenhum em 2025”, diz o texto.
Na visão do banco, quando o Banco Central começar a acelerar o ritmo de corte de juros e passar a cortar a Selic em 0,5 ponto porcentual por reunião – algo que pode acontecer no quarto trimestre deste ano – os mercados devem começar a precificar maior probabilidade de cortes de 0,75 ponto porcentual no ano que vem.
Um hedge, diz o texto, seria o DI para janeiro de 2024. Caso o BC realize um “corte hawkish” em agosto – ou seja, transmita uma perspectiva mais dura do que o mercado espera -, a taxa do DI para janeiro do ano que vem poderia subir, mas com efeito mais limitado no DI janeiro/2026.