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A falta de consenso em torno da maioria dos temas econômicos em discussão na Câmara está ameaçando atrasar a pauta prevista para ser votada esta semana.
A Câmara deve decidir, entre hoje e amanhã, se manterá ou não o texto enviado pela Casa revisora.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o esforço concentrado da Câmara nesta semana tem o objetivo de destravar a pauta econômica, sobretudo a votação da reforma tributária. Lira disse que as bancadas dos partidos vão se reunir ao longo da semana com governadores e prefeitos para costurar um acordo para votação da proposta.
Lira ainda espera um acordo para votar o projeto sobre o voto de desempate nas decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Segundo ele, o Congresso tem algumas ressalvas com alguns posicionamentos da Receita Federal. A expectativa é que o texto seja votado antes do recesso parlamentar, ou seja, até dia 17 de julho.
Ainda hoje, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado fará reunião para sabatinar o economista Gabriel Galípolo e o advogado Ailton Santos. Eles foram indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a diretoria do Banco Central do Brasil (BC).
A produção industrial do Brasil variou 0,3% em maio frente a abril, na série com ajuste sazonal. Em relação a maio de 2022, na série sem ajuste, a indústria avançou 1,9%. No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, houve redução de 0,4% e, em 12 meses, variação nula (0,0%). A média móvel trimestral foi de 0,3%. Saiba mais…
REAÇÃO DO MERCADO
O dólar caía e as taxas dos contratos de juros futuros avançavam nos primeiros negócios desta segunda-feira, com investidores de olho nos desdobramentos de votações na Câmara dos Deputados. A sessão deve ser marcada pela baixa liquidez, devido ao feriado americano de 4 de julho, que mantém as bolsas e mercados de títulos americanos fechados.
Por volta das 9h20, o dólar à vista caía 0,15%, a R$4,8009, enquanto o dólar futuro recuava recuava 0,13%, negociado a R$4,824.
A moeda americana opera sem direção definida no exterior, com leve movimento de depreciação perante seus pares. O real, que acabou se desvalorizando no dia anterior, apreciava ante o dólar – junto de outras 14 de 22 moedas acompanhadas pela Mover. O Índice DXY operava estável, aos 102.996 pontos.
Agentes financeiros também digerem os dados da produção industrial brasileira, que subiu 0,3% em maio e ficou em linha com o consenso do mercado, após recuo de 0,6% em abril. A variação anual foi de 1,9%, acima das projeções de 1,1%.
Os DIs com vencimentos em Jan/24 operavam estáveis, a 12,77%, enquanto os para Jan/25 e Jan/27 avançavam, respectivamente, 3,5 pontos-base e 3,0 pbs, a 10,66% e 10,00%, na mesma medida. À espera de avanços na cena política, o Ibovespa futuro caía 0,25%, aos 121.435 pontos.
👁️ Fique de olho
Economia
A agenda desta terça-feira traz como destaque os resultados da produção industrial referentes a maio no Brasil. Além disso, a sabatina de Gabriel Galípolo e de Aílton Aquino dos Santos na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado deve ser acompanhada com atenção pelos agentes. O dia deve ser de baixa liquidez nos mercados globais devido ao feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos. Veja, abaixo, os principais destaques da agenda desta terça-feira:
Farol econômico: Confira os indicadores que movimentam as bolsas nesta terça-feira (04/07/23)
Exterior
Os índices futuros americanos abriram em queda e as bolsas europeias em instabilidade. Com a bolsa dos Estados Unidos fechada, por causa do feriado do Dia da independência, o mercado mantém a expectativa para a divulgação, amanhã, da ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que manteve a taxa de juros nos EUA.
Na semana passada, o presidente do Fed, Jerome Powell, deixou claro que dois aumentos nos juros ainda devem acontecer neste ano. A justificativa é a persistente inflação que, apesar de ter sido mais moderada desde meados do ano passado, ainda mantém o Comitê em alerta e pronto para tomar a decisão mais acertada.
Na última sexta-feira, saiu o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), referente a maio, considerado o principal índice de inflação analisado pelo Fed, que subiu 0,1% em comparação a abril. Em relação a maio de 2022, o índice teve elevação de 3,8%. O núcleo do PCE exclui variações de preços de alimentos e energia, considerados mais voláteis.
Nesta semana serão divulgados três índices sobre o mercado de trabalho: relatório Jolts, a pesquisa ADP e o paroll do mês de junho, este último, na sexta-feira (7), o mais importante aos olhos do Fed. A previsão do mercado é de uma redução na criação de empregos em junho. Em maio, o payroll subiu 0,3 ponto percentual, um crescimento no número de desempregados de 440 mil. Atualmente, a taxa de desemprego nos EUA é de 3,7%.
Pré mercado: Mercados operam com liquidez reduzida por feriado nos EUA (04/07/2023)
Política
Destaques de ontem na política
O presidente Lula lançou ontem, em Ilhéus (BA), um trecho da ferrovia Oeste-Leste, que fará parte do novo Programa de Aceleração do Crescimento 3 (PAC 3). Além do lançamento do programa em julho, o presidente confirmou a volta dos programas Luz para Todos e Água para Todos, e disse querer construir portos e aeroportos…
O governo liberou R$ 465 milhões em emendas parlamentares. Do montante, R$107 milhões devem ser destinados a municípios de Alagoas, reduto de Arthur Lira, e R$36 milhões para São Gonçalo (RJ). A verba é do Ministério da Saúde, pasta alvo do Centrão que tem R$3 bilhões herdados desde o fim das emendas de relator. Segundo articuladores do governo, a verba liberada pode chegar a R$600 milhões até o fim da semana….
Na reta final de negociações, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, faz uma ofensiva à reforma tributária pressionando o relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP), por mudanças no texto. Para tanto, ele conta com apoios dos governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Ribeiro já cogita uma solução intermediária para substituir o Conselho Federativo, que centralizaria os tributos. A divisão do Fundo de Desenvolvimento Regional também está em jogo…
AGENDA DO DIA
Presidente Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva grava às 8h30 o programa Conversa com o Presidente, no Hotel Gran Meliá Iguazú, na Argentina. Às 10h, encontra o presidente argentino, Alberto Fernández, e chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. Lula retorna ao Brasil às 16h40 e às 17h tem cerimônia de assinatura do Protocolo de Intenções Itaipu/MEC/Unila para retomada das obras do campus da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), e de posse da nova reitora, na Usina Hidrelétrica de Itaipu. Lula retorna a Brasília às 20h50.
CÂMARA DOS DEPUTADOS
Câmara fará sessão com possível votação do projeto de lei (PL) do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), que entre outros pontos propõe a volta do chamado “voto de qualidade” nas decisões do órgão.
FAZENDA
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem reunião com três dos seus secretários: Dario Durigan (executivo), Robinson Barreirinhas (Receita Federal) e Bernard Appy (reforma tributária) às 10h. Às 14h30 reúne-se com Alessandro Octaviano, diretor da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
PRINCIPAIS MANCHETES DOS JORNAIS
📰 Valor Econômico: Ofertas de ações ganham ritmo e chegam a R$15,4 bi até junho
📰 O Estado de S. Paulo: Tarcísio reúne críticos da reforma tributária e ganha peso na votação
📰 O Globo: Ainda sem consenso com estados, Lira admite ajustes na reforma tributária
📰 Folha de S.Paulo: Plano Diretor transforma Jockey Club de São Paulo em parque
Com informações do TC, Valor, BDM, Estadão, Reuters, Agência Brasil, e CMA
