O Instagram revelou oficialmente nesta noite de quarta-feira (5) o Threads, um aplicativo desenvolvido como rival direto do Twitter. É a ameaça mais séria até agora à plataforma de mídia social de Elon Musk.
O novo app permite que usuários publiquem textos e links e respondam ou repassem mensagens de outras pessoas. Usuários também podem transferir suas listas de seguidores existentes e nomes de contas do Instagram, o aplicativo de compartilhamento de fotos e vídeos da Meta (NASDAQ:META) que conta com grandes marcas, celebridades e criadores entre seus mais de 2 bilhões de usuários.
Muitas dessas contas influentes estavam solicitando ao Instagram para desenvolver um aplicativo baseado em texto, de acordo com Connor Hayes, vice-presidente de produto.
“Os criadores estavam nos dizendo: ‘Queremos uma alternativa para o que está por aí e não queremos começar de novo e ter que construir uma base de seguidores do zero’”, disse Hayes em entrevista, sem mencionar o Twitter especificamente.
O Instagram e o Facebook, ambos de propriedade da Meta de Mark Zuckerberg, têm uma longa – e bem-sucedida – história de cópia de produtos de concorrentes iniciantes da internet.
O recurso Reels da empresa foi uma imitação do aplicativo de vídeo viral TikTok, e suas postagens de desaparecimento de histórias seguiram a ascensão do Snapchat, da Snap.
No passado, os aplicativos da Meta competiram indiretamente pela atenção do usuário com o Twitter, cortejando editores de notícias, políticos e outras pessoas importantes para favorecer postagens em um em detrimento do outro.
A chegada do Threads marca a primeira vez que a Meta lança um rival direto do Twitter.
O momento parece propício para a Meta.
Desde que Musk adquiriu o Twitter por US$ 44 bilhões em outubro passado, a empresa cortou milhares de funcionários em áreas como produto, segurança e operação, afrouxou suas políticas de moderação de conteúdo e colocou usuários e anunciantes em uma série de desafios técnicos.
O Twitter também sofre financeiramente. A receita de publicidade da empresa com sede em São Francisco caiu 50%, disse em março Musk, que recentemente contratou Linda Yaccarino, executiva da NBCUniversal, como CEO para tentar melhorar o relacionamento com as marcas.
O Twitter ainda está limitando quantos tuítes por dia os usuários podem visualizar – uma medida que Musk chamou de “temporária” para afastar usuários indesejados e bots.
Essas restrições são apenas o movimento mais recente que tem levado os usuários do Twitter a buscar alternativas. Mas a maioria dos adversários diretos anteriores da empresa, como Bluesky e Mastodon, não construiu redes grandes o suficiente para dar às postagens o alcance e o impacto que elas têm no Twitter.
Muitas novas redes alternativas também desenvolvem sistemas para gerenciar conteúdo considerado nocivo, inapropriado ou violento.
O Threads embarcará com todos os sistemas “maduros” da empresa, graças à infraestrutura existente do Instagram. O aplicativo terá as mesmas regras de conteúdo do Instagram, com os mesmos controles para silenciar e bloquear contas de assédio.
Figuras públicas que têm contas verificadas no Instagram podem manter seus distintivos azuis no Threads. No início deste ano, o Twitter transformou a verificação em um recurso pago.
“As pessoas estão procurando uma experiência em que tenham mais controle e em que a segurança seja incorporada ao produto desde o início”, disse Hayes.
Outro ponto de destaque, disse Hayes, é que o Threads é construído no mesmo protocolo de rede social ActivityPub do Mastodon e de outros aplicativos de mídia social descentralizados. Isso significa que as pessoas que constroem seguidores no Threads poderão usar o aplicativo para interagir com uma comunidade mais ampla além do Instagram.
É o primeiro aplicativo Meta que será interoperável com produtos concorrentes, embora Hayes não tenha dado um cronograma para essa atualização.
O Threads também está sendo lançado sem anúncios – por enquanto, o foco é deixar e alcançar o maior número possível de pessoas entusiasmadas com o produto, disse Hayes.
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