O Grupo Soma, registrou queda de 21,9% no lucro líquido ajustado no segundo trimestre de 2023 em relação a igual período do ano passado, saindo de R$ 130,8 milhões para R$ 102,1 milhões. Já o lucro líquido caiu 27,6%, a R$ 85,4 milhões.

A empresa explica que o resultado foi impactado pelo maior volume de depreciação decorrente de maiores investimentos realizados nos últimos anos, assim como pelo incremento da taxa SELIC, contribuindo para uma pressão nas despesas financeiras da companhia.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 215,4 milhões, alta anual de 2,4%, compensando parcialmente a pressão de margem bruta no período, com maior eficiência em despesas, em especial na Hering, que vem avançando em rentabilidade e otimização de despesas operacionais.

Já a margem Ebitda ajustada caiu 0,9 p.p. (pontos percentuais), para 16,6%.

A receita líquida somou R$ 1,295 bilhão no segundo trimestre deste ano, crescimento de 7,4% na comparação com igual etapa de 2022.

O lucro bruto atingiu a cifra de R$ 744,2 milhões no segundo trimestre de 2023, um aumento de 4,1% na comparação com igual etapa de 2022. A margem bruta foi de 57,5% no 2T23, baixa de 1,8 p.p. frente a margem do 2T22.

As vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) cresceram 7,7% no segundo trimestre de 20223.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 64,5 milhões no segundo trimestre de 2023, uma elevação de 91,4% sobre as perdas financeiras da mesma etapa de 2022.

Em 30 de junho de 2023, a dívida líquida da companhia era de R$ 919,3 milhões, ante R$ 716,1 milhões da mesma etapa de 2022.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 1,4 vez em junho/23, queda de 0,2 p.p. em relação ao mesmo período de 2022.

Os resultados da Grupo Soma (BOV:SOMA3) referente suas operações do segundo trimestre de 2023 foram divulgados no dia 10/08/2023.

VISÃO DO MERCADO

Apesar de analistas considerarem positivos os resultados do Grupo Soma no segundo trimestre, as ações da empresa registram forte queda no pregão de hoje da B3. Por volta 13h39, o papel caía 9,2%, negociado a R$ 9,81.

Gráficos GRATUITOS na br.advfn.com

Bank of America

O Grupo Soma reportou resultados robustos no segundo trimestre, dadas as comparações difíceis, com alta na receita e nas vendas mesmas lojas, apesar da contração do mercado, de acordo com Bank of America (BofA), em relatório.

A margem bruta diminuiu com maior atividade promocional e impostos mais altos no Grupo Soma compensando as eficiências da Hering, escrevem os analistas Robert E. Ford Aguilar, Melissa Byun e Vinicius Pretto. Segundo eles, a margem da Hering avançou, mas consumidor está mais sensível a preço.

Os analistas dizem ver riscos do comércio eletrônico entre fronteiras com vantagens fiscais, principalmente para a marca Hering mais popular, mas a demanda por vestuário está em recuperação, com inflação mais baixa, redução de juros e desalavancagem do consumidor. Para eles, o Grupo Soma continua bem posicionada em seu portfólio, com várias fontes de oportunidades.

O BofA tem recomendação de compra para as ações do Grupo Soma, com preço-alvo de R$ 14.

Citi

Os resultados do Grupo Soma vieram em linha com as estimativas, mostrando alguma desaceleração nas receitas e queima de caixa, mas com tendências operacionais consistentes, diz o Citi.

Os analistas João Pedro Soares, Felipe Reboredo e Sergio Matsumoto escrevem que as receitas ficaram 3% abaixo do esperado, pressionado pelos resultados das marcas tradicionais da Soma. O resultado da Hering foi dentro das estimativas.

O banco diz que a evolução operacional da Hering e bons números da Farm Global são interessantes e ajudam a criar boas perspectivas para a empresa após um trimestre onde enfrentou uma base de comparação elevada.

O Citi tem recomendação de compra para Grupo Soma, com preço-alvo em R$ 16, potencial de alta de 48% sobre o fechamento de ontem.

Goldman Sachs

O Grupo Soma reportou resultados dentro das projeções no segundo trimestre em receita, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) e lucro líquido, e excluindo Hering continuou a superar amplamente o mercado geral, mas registrou uma queda na margem brutas, diz o Goldman Sachs, em relatório.

A queda na margem reflete níveis de remarcação mais altos no contexto de uma difícil base de comparação e clima mais quente, além de alguns fatores incomuns, escrevem os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini. Segundo eles, parte da queda foi compensada por menores despesas.

Os analistas ressaltam ainda que a Hering cresceu apenas 3% no comparativo anual, mas conseguiu aumentar margens brutas de alavancagem operacional e eficiências geradas no nível da indústria, juntamente com uma maior participação de vendas a preço integral.

O Goldman Sachs tem recomendação de compra para as ações do Grupo Soma, com preço-alvo de R$ 15,90.

Itaú BBA 

Para o Itaú BBA, os resultados da Soma foram “suaves”. Apesar de mostrar números decentes de receita para Soma e Hering (em relação aos pares), a pressão da margem bruta decorrente da Soma excluindo Hering (-420 pontos-base na comparação anual) mais do que compensou as tendências saudáveis ​​da Hering.

Alguma diluição de despesas gerais e administrativas não foi suficiente para compensar a pressão de margem bruta, com a empresa mostrando 0,5 ponto percentual de pressão de margem Ebitda. Assim, o banco destacou, em relatório antes da abertura do mercado, que já esperava uma reação negativa, dado que há uma grande exposição de investidores locais no papel. Porém, segue com recomendação equivalente à compra para os ativos.

XP 

A XP também seguiu com visão positiva para a ação e preço-alvo de R$ 14. Para os analistas do banco, o Grupo reportou resultados em linha com as suas estimativas no 2T, com um sólido desempenho de receita, mas margem bruta pressionada na operação “ex-Hering” devido às base de comparação e efeitos fiscais registrados no trimestre.

A receita líquida consolidada cresceu 7% no ano, impulsionada pela Farm Global (+20% A/A), Animale (+18%), Farm (+7%) e Hering (+3,5%), enquanto o digital (+22%) e o atacado (+9%) foram os destaques em termos de canais.

“Interessante notar que i) o crescimento da Farm Global (+20%) permanece sólido, apesar dos ventos macro desfavoráveis para a operação; ii) a Hering superou a performance de outras varejistas de vestuário, que apresentaram queda nas vendas (Renner -6% e Guararapes -2,6%); e iii) a Animale se recuperou de forma sólida desde o último trimestre, depois da normalização da sua cadeia de suprimentos”, aponta.

Já a rentabilidade foi o destaque negativo, com a margem bruta consolidada caindo 1,8 ponto percentual (p.p.) ano a ano, impactada por Soma ex-Hering (-4,2 p.p) por conta da base de comparação difícil, aumento de impostos (DIFAL e PIS/Cofins) e menores subvenções.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters