A fabricante de insumos e defensivos biológicos Vittia registrou prejuízo de R$ 14,6 milhões no segundo trimestre de 2023. Assim, reverteu lucro líquido de R$ 5,3 milhões obtidos no mesmo período do ano passado.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ficou negativo em R$ 18,557 milhões, ante cifra positiva de R$ 15,692 bilhões obtida um ano antes.
A receita líquida passou de R$ 156,8 milhões no 2T22 para R$ 72,8 milhões no 2T23, logo, com uma queda de 53,6%.
“Tal como no 1T23, os resultados deste segundo trimestre foram impactados por um cenário desfavorável para a comercialização de insumos”, diz a companhia, em nota.
Alexandre Del Nero Frizzo, FO e Diretor de Relações com Investidores da Companhia, destaca que o produtor adiou compras, em função dos desafios de comercialização decorrentes do cenário desfavorável nos preços das commodities produzidas na safra 2022/2023.
Contudo, a Vittia acredita que os fundamentos para o setor continuam a ser positivos para o ano e que a demanda será retomada no segundo semestre.
“Especialmente para tecnologias inovadoras e sustentáveis, que podem contribuir para aumento de produtividade em cenário mais desafiador para o produtor”, afirma a empresa.
Os investimentos na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação da companhia somaram R$ 6,9 milhões no segundo trimestre de 2023, contra
R$ 5,8 milhões um ano antes.
No mesmo período, o investimento em capex foi de R$ 15,7 milhões, ante R$ 20,2 milhões.
Segundo a companhia, os produtos biológicos ganharam relevância nos resultados da companhia na primeira metade do ano.
“O histórico de mercado mostra que a venda de fertilizantes especiais cresce em média 13% ao ano e deve se manter nesse patamar em um cenário de estabilidade de preços, enquanto as projeções de mercado para os defensivos biológicos estão ao redor de 30% ao ano até 2030″, afirma Frizzo.
Os resultados da Vittia (BOV:VITT3) referente suas operações do segundo trimestre de 2023 foram divulgados no dia 10/08/2023.
Teleconferência
O presidente do Grupo Vittia, Wilson Romanini, disse, em teleconferência com investidores nesta sexta-feira, que a companhia sempre teve um primeiro semestre menor e um segundo semestre “mais forte”, em termos de receita. Segundo o executivo, neste ano, produtor rural retardou a compra de insumos em virtude da preocupação em relação aos custos das lavouras, mas já é possível perceber “de forma muito clara” uma inversão de cenário. “As entradas de pedidos nos meses de julho e agosto foram 60% superiores ao mesmo período do ano passado.”
Segundo o executivo, o cenário do agronegócio ainda é “bastante interessante”. “A rentabilidade permanece para o produtor em praticamente todas as culturas, algumas culturas com posicionamento neste momento um pouquinho mais difícil, mas com expectativa positiva para frente”, disse Romanini, citando a perspectiva de nova safra recorde e maior adoção de produtos biológicos.