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Os mercados internacionais estão a negociar em baixa na quarta-feira, reflectindo dados fracos na Europa e um aumento nos preços do petróleo, o que aumenta as preocupações com a inflação. Os investidores aguardam ansiosamente os principais indicadores nos Estados Unidos, incluindo o Livro Bege. No Brasil, antes do feriado do Dia da Independência, espera-se que a atividade comercial no Ibovespa diminua.
Na Zona Euro, as vendas a retalho caíram 0,20% em Julho numa base mensal, ultrapassando ligeiramente a expectativa consensual de uma contracção de 0,10%. Na Alemanha, as encomendas industriais registaram uma queda acentuada de 11,7%, decepcionando as expectativas de uma redução de -4%.
Os dados fracos da maior economia da Europa sinalizam os desafios que se colocam às novas empresas num ambiente económico difícil. Este é outro indicador que o Banco Central Europeu (BCE) provavelmente irá considerar antes da sua próxima reunião de política monetária marcada para 14 de setembro.
Assim, ganha significado o discurso de Elizabeth McCaul, membro do conselho de supervisão do BCE agendado para as 9 horas de hoje.
Na Ásia, os mercados fecharam mistos, refletindo mais uma vez a possibilidade de medidas de estímulo na China. Estas medidas, combinadas com alguma flexibilização das regras de dívida por parte do Banco Popular da China, poderão potencialmente ter impacto na economia.
Segundo a imprensa chinesa, as autoridades poderão fazer alterações para reduzir as restrições no setor imobiliário, como a eliminação do preço máximo para novas residências.
A Country Garden, uma das maiores empresas imobiliárias da China, efectuou ontem um pagamento atempado de 22,5 milhões de dólares em pagamentos de juros de obrigações, proporcionando algum alívio ao sector, que vinha antecipando um incumprimento.
Este movimento impulsionou as ações imobiliárias na China, com Evergrande subindo mais de 50%, Sunac subindo 73%, Shimao ganhando 46% e Country registrando um aumento de mais de 20%.
Nos Estados Unidos, o índice semanal de hipotecas MBA será divulgado às 8h, enquanto os dados da balança comercial, que fornecem um indicador da atividade empresarial, devem sair às 9h30. A previsão é de um défice de 68 mil milhões de dólares em julho .
Também às 9h30, Susan Collins, Presidente do Federal Reserve Bank de Boston, fará um discurso. Às 10h45, a S&P Global divulgará o Índice de Gerentes de Compras (PMI) de agosto, com expectativas acima dos 50 pontos, mas abaixo dos números de julho.
A divulgação mais esperada do dia é o Livro Bege, às 15h. O relatório do Fed deverá lançar luz sobre as condições económicas do país, após dados recentes sobre inflação e emprego. A presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, falará imediatamente após, às 16h, a API divulgará o estoque semanal de petróleo às 17h30, encerrando o cronograma.
As taxas de juro dos EUA permanecem no foco dos investidores, uma vez que existe uma crença crescente de que a Reserva Federal poderá estar a aproximar-se do fim do seu ciclo de aperto monetário.
No Brasil, sem divulgação de dados significativos no horizonte e com a cautela dos investidores antes do feriado prolongado, espera-se que o cenário político ocupe o centro das atenções. A aprovação do projeto de lei “Desenrola” pela Câmara dos Deputados, que inclui um dispositivo que limita as taxas de juros do cartão de crédito, estará em foco.
Uma potencial reforma administrativa liderada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, e remodelações ministeriais continuam na agenda política do mercado.
No calendário econômico limitado, a Fundação Getulio Vargas divulgará o Índice Geral de Disponibilidade de Preços (IGP-DI) às 8h.
