O sentimento económico na zona euro caiu pelo quinto mês consecutivo em Setembro, embora de forma menos acentuada do que o esperado, impulsionado pela queda na confiança dos consumidores.

O indicador de sentimento económico do bloco de 20 países – uma medida agregada da confiança das empresas e dos consumidores – caiu para 93,3 em Setembro, de 93,6 revistos em Agosto, mostraram dados da Comissão Europeia na quinta-feira.

A leitura foi, no entanto, uma melhoria em relação ao nível de 92,5 esperado pelo consenso dos economistas, de acordo com uma sondagem do Wall Street Journal, sugerindo que o sentimento fraco poderá estar a chegar ao fundo do poço.

A confiança dos consumidores caiu especialmente no mês, para uma leitura de -17,8, face a -16 em Agosto, com os inquiridos mais pessimistas relativamente à situação financeira das suas famílias, bem como às questões económicas nos seus respectivos países, revelou o inquérito.

No início deste mês, o Banco Central Europeu aumentou as taxas de juro em um quarto de ponto, aumentando potencialmente a pressão sobre os rendimentos das famílias. Entretanto, a inflação da zona euro, de 5,3% em Agosto – apesar de ter caído ligeiramente no mês – continuou bem acima da meta do BCE de 2%, atingindo o poder de compra no bloco.

Mas o declínio da confiança económica, num contexto de receios iminentes de um abrandamento económico, poderá persuadir o banco central de que não são necessários novos aumentos das taxas de juro.

Noutras áreas, o inquérito da Comissão Europeia mostrou que o sentimento industrial subiu pela primeira vez em oito meses, mostrando que a confiança no sector está a estabilizar, embora bem abaixo da sua média de longo prazo. As expectativas de produção melhoraram, embora as carteiras de encomendas tenham piorado devido à fraca procura. Contudo, a confiança no sector dos serviços, que impulsionou grande parte do crescimento recente do bloco, caiu ligeiramente durante o mês.

Entre as maiores economias da zona euro, a confiança diminuiu mais em Espanha e Itália, enquanto se manteve globalmente estável na Alemanha e aumentou em França, afirmou a CE.

Embora a diminuição do sentimento não tenha sido tão grave como o esperado, a economia da área do euro pode estar em vias de contrair no terceiro trimestre de 2023, disse o economista da Oxford Economics, Rory Fennessy, numa nota.