A produção industrial do Japão em Setembro recuperou a um ritmo mais fraco do que o esperado, com a produção de maquinaria de produção a afetar o valor global e os fabricantes de automóveis a apoiarem o aumento.

A produção industrial aumentou 0,2% em relação ao mês anterior, disse o Ministério da Indústria na terça-feira, falhando nas expectativas dos economistas de um ganho de 2,5%.

A leitura caiu 4,6% em comparação com o ano anterior. A produção no trimestre julho-setembro recuou 1,3% em relação ao período anterior.

Dados separados do Ministério da Indústria mostraram que as vendas no varejo diminuíram marginalmente pela primeira vez em três meses em setembro, caindo 0,1% em relação a agosto. As vendas ainda cresceram 5,8% em relação ao ano anterior.

Os dados de produção mais fracos do que o esperado oferecem novas provas ao Governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, de que a recuperação económica nascente permanece irregular, justificando a continuação do estímulo monetário.

“Olhando para os dados de produção de hoje, penso que a economia poderá contrair-se no terceiro trimestre, após os fortes resultados do período anterior”, disse Mari Iwashita, economista-chefe de mercado da Daiwa Securities. Médio Oriente.”

Os números decepcionantes surgem num momento em que o Japão enfrenta o risco de a procura externa poder arrefecer à luz das perturbações internacionais que vão desde o conflito Israel-Hamas até à rivalidade geopolítica latente entre os EUA e a China, o que poderá gerar mais barreiras comerciais oficiais e não oficiais.

“A produção industrial surpreendentemente fraca do Japão em Setembro – que culminou num declínio trimestral – apoia a nossa visão de que (o produto interno bruto) encolheu (no terceiro trimestre). As quedas de produção em categorias voláteis, como maquinaria e peças de aeronaves, arrastaram para baixo os resultados globais do mês passado e compensou o impulso na fabricação de automóveis com a recuperação das cadeias de abastecimento”, disse Taro Kimura, economista da Bloomberg.

Espera-se que o comércio global cresça em 2023 a menos de metade do ritmo previsto há seis meses, segundo a Organização Mundial do Comércio.

No meio da incerteza, o governo do Japão está a desenvolver um pacote de estímulo económico para proteger as famílias e as empresas da inflação persistente. O pacote pode incluir uma série de medidas, desde a extensão dos subsídios à energia até possíveis reduções nos impostos sobre o rendimento .

O primeiro-ministro Fumio Kishida disse na semana passada que planeja promulgar uma redução temporária do imposto de renda no valor de ¥ 40.000 (US$ 268) por pessoa e fornecer ¥ 70.000 adicionais para famílias de baixa renda, e na terça-feira o primeiro-ministro prometeu recarregar o crescimento econômico o suficiente para que o a ajuda fiscal pode ser limitada a uma etapa única.

Numa notícia mais positiva, os dados do Ministério do Trabalho mostraram um ligeiro aperto no mercado de trabalho, com a taxa de desemprego a cair para 2,6%. A proporção de empregos por candidato permaneceu inalterada em 1,29, o que significa que havia 129 empregos oferecidos em setembro para cada 100 candidatos.

É necessário um mercado de trabalho apertado para preparar o terreno para salários mais elevados, uma componente crucial no ciclo de crescimento positivo que tanto Ueda como Kishida pretendem alcançar.

A Rengo, a maior federação sindical do país, exigiu que as empresas aumentassem os salários em 5% ou mais no próximo ano, aproveitando os ganhos históricos deste ano.

“O aperto incremental no mercado de trabalho do Japão em setembro é uma pequena vitória para o Banco do Japão, que quer ver o crescimento acelerado dos salários empurrar os preços ao consumidor para cima. Kimura disse.