Na quinta-feira (26), a Ford Motor (NYSE:F) revelou resultados para o terceiro trimestre que não atenderam às previsões de Wall Street. O cenário foi influenciado pela recente greve laboral de seis semanas nos Estados Unidos promovida pelo sindicato United Auto Workers (UAW). Esta paralisação levou a Ford a rever sua projeção de lucros, que inicialmente previa um lucro ajustado entre 11 e 12 bilhões de dólares.
A Ford Motor também é negociada na B3 através do ticker (BOV:FDMO34).
No período que antecedeu a greve, que começou em 15 de setembro, a Ford estava otimista quanto a atingir essa projeção, segundo seu diretor financeiro, John Lawler.
Os dados do terceiro trimestre mostram um lucro ajustado por ação de 39 centavos, em comparação com os 45 centavos previstos pela LSEG (anteriormente Refinitiv). A receita automotiva registrada foi de US$ 41,18 bilhões, ligeiramente abaixo dos US$ 41,22 bilhões previstos pela LSEG. O lucro líquido foi de US$ 1,2 bilhão, ou 30 centavos por ação, revertendo o prejuízo de US$ 827 milhões registrado no mesmo período do ano anterior.
O setor tradicional da Ford, denominado Ford Blue, registrou um lucro de US$ 1,72 bilhão durante o trimestre, enquanto a divisão Ford Pro teve um lucro de US$ 1,65 bilhão. Em contrapartida, a unidade de veículos elétricos “Modelo e” registrou um prejuízo de US$ 1,33 bilhão no trimestre.
O impacto financeiro da greve do UAW foi substancial, custando à Ford US$ 1,3 bilhão em produção perdida, dos quais cerca de US$ 100 milhões foram no terceiro trimestre. Dan Levy, analista do Barclays, avalia que o impacto total da greve na Ford ficou entre US$ 600 milhões e US$ 700 milhões.
Um novo acordo entre Ford e UAW, ainda pendente de ratificação pelos membros do sindicato, poderá custar à montadora uma estimativa de 6,2 bilhões de dólares ao longo de seus quatro anos e meio de vigência, conforme analistas do Deutsche Bank.
Este acordo propõe aumentos salariais significativos, chegando até um acréscimo inicial de 11% e elevando o salário horário máximo para mais de US$ 40. Além disso, benefícios adicionais, como ajustes relacionados ao custo de vida e o direito à greve em caso de fechamento de fábricas, também estão inclusos.
Recentemente, as montadoras de Detroit, incluindo a Ford, têm enfrentado greves recorrentes. A falta de acordos laborais provisórios com o UAW até o prazo final de 14 de setembro culminou em paralisações que afetaram 146 mil trabalhadores. A perspectiva agora é que os trabalhadores da Ford retornem ao trabalho durante o período de votação do novo acordo, pressionando outras montadoras, como GM e Stellantis, a também chegar a termos favoráveis.