Meio-Dia Mercado: Ibovespa opera em baixa, com perspectiva de juros elevados por mais tempo no exterior

O índice Ibovespa operava em baixa de 0,7%, na casa dos 114 mil pontos com a alta dos juros nos Estados Unidos e dados fortes de emprego; por aqui, a preocupação com a discussão no governo de acabar com a dedução dos juros sobre capital.

As ações de commodities, como Vale e Petrobras, assim como os bancos, que sofrem com a aprovação no Senado do projeto de renegociações de dívidas, o Desenrola, que inclui um teto para os juros do crédito consignado. Há ainda preocupação com a discussão no governo de acabar com a dedução dos juros sobre capital, o que afetaria a rentabilidade dos bancos, pressionam o índice para baixo.

O dólar opera em alta e é negociado no mercado futuro em alta de 0,4%, a R$ 5,11. Os juros futuros têm alta discreta nas projeções, em torno de 0,03 ponto percentual nos prazos mais curtos e de 0,07 ponto nos mais longos, acompanhando o exterior.

Nos Estados Unidos, o Dow Jones opera em baixa de 0,92%, o S&P500 perde 1,1% e o Nasdaq, 1,40%. O rendimento do título de dez anos do Tesouro americano voltou a subir e está novamente perto da máxima do dia, a 4,745% ao ano, alta de 0,06 ponto percentual, e o índice do dólar, o DXY, sobe 0,3%.

O dado de vagas abertas pelas empresas nos Estados Unidos, o JOLTS, veio bem mais forte que o esperado, com 9,61 milhões no fim de agosto, acima dos 8,815 milhões esperados pelo mercado e que o dado de julho, revisado para cima, de 8,827 milhões para 8,920 milhões. O emprego forte deve reforçar a visão no Federal Reserve, o banco central americano, de que a economia dos Estados Unidos ainda está muito aquecida e que será preciso elevar mais os juros ainda este ano. O aumento dos juros fortalece o dólar e reduz o interesse por ações, commodities e por ativos de países emergentes, como o Brasil.

Destaques:

O Grupo Casas Bahia anunciou na manhã desta terça-feira (3) que conseguiu chegar a um acordo com credores para evitar o adiantamento dos vencimentos de debêntures.

Uma das cláusulas restritivas da emissão impunha que os financiadores poderiam antecipar a cobrança no caso de a avaliação de rating da varejista cair – o que aconteceu no começo de setembro, com o S&P revisando as debêntures de brAA- para brA-. É o não exercício dessa cláusula que foi decidida hoje, na reunião convocada pela securitizadora Opea.

Como contraparte, o Grupo Casas Bahia anunciou que os CRIs serão acrescidos de um spread complementar de 0,55% e que a companhia pagará um prêmio flat equivalente a 0,25%, multiplicado pelo prazo médio ponderado remanescente.

O pagamento do Prêmio será efetuado no ambiente da B3, sendo certo que somente farão jus ao Prêmio os Titulares dos CRI que forem titulares dos CRI no fechamento do dia útil imediatamente anterior à Data de Pagamento do Prêmio. A decisão dos credores afasta o temor de que a varejista poderia enfrentar problemas maiores.

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 Com informações do BDM e TC