O plano da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Produtores Aliados teve o efeito pretendido de apertar o equilíbrio global do petróleo e convenceu observadores anteriormente pessimistas a se tornarem otimistas, mas outro ano desafiador está por vir, S&P Global Commodity Insights disse em uma nota de terça-feira.
O salto nos preços do petróleo não ocorreu sem custos para a OPEP+, com a Arábia Saudita a produzir agora 9 milhões de barris por dia, abaixo dos 11 milhões de barris/dia do ano anterior, observou a Commodity Insights. Os líderes da OPEP+ precisam de continuar empenhados na contenção da oferta para manter os inventários geralmente baixos e os preços elevados.

No entanto, a dificuldade ou facilidade do grupo em apoiar o mercado petrolífero também é moldada pelo crescimento da procura mundial de petróleo e pelas alterações na produção petrolífera fora da OPEP+, de acordo com a Commodity Insights. Os cortes de produção existentes do grupo terão de resistir e poderão ser necessários mais cortes de produção se o objetivo for manter um mercado apertado, especialmente porque o crescimento da oferta fora da OPEP+ em 2024 deverá exceder novamente o crescimento da procura mundial, disse a Commodity Insights.

A Commodity Insights espera um crescimento da procura mundial de petróleo de 1,6 milhões de b/d e um crescimento da produção de líquidos fora da OPEP+ de 2 milhões de b/d em 2024.

“Seja como for, 2024 não será mais fácil do que 2023 para a Opep+”, disse Jim Burkhard, vice-presidente e chefe de pesquisa para mercados de petróleo, energia e mobilidade da Commodity Insights. “Poderia ser ainda mais difícil, dado que já estão em vigor grandes cortes de produção. O crescimento contínuo da oferta não-OPEP+ – não apenas dos Estados Unidos – será o principal desafio para o futuro da OPEP+.”