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Após divulgar dados de produção e vendas do 3T23, ações da Vale tem baixa

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A produção de minério de ferro da Vale somou 86,24 milhões de toneladas no terceiro trimestre, queda de 3,9% ante o mesmo período do ano passado, informou a mineradora em seu relatório de produção e vendas.

O comunicado foi feito pela companhia (BOV:VALE3) nesta terça-feira (17).

Segundo a mineradora, a produção de minério de ferro caiu principalmente devido à menor produção de run-of-mine (minério bruto, sem tratamento) do complexo de Paraopeba e à menor produção de Serra Norte.

O resultado de produção também foi afetado por uma falha no sistema de correia transportadora no S11D, em agosto, com impacto de 2 milhões de toneladas, que levou à redução de 1,5 milhão de toneladas no Sistema Norte. Na comparação com o trimestre anterior, a produção de minério cresceu 9,5%.

A qualidade geral, entretanto, melhorou com o teor de ferro aumentando 87 pontos-base na comparação anual, com produção na mina de S11D, no Pará, e da maior produção de “pellet feed” de Brucutu, em Minas Gerais, com o comissionamento da barragem de Torto.

“Isso é resultado da maior produção no S11D e da maior produção de pellet feed de Brucutu com o comissionamento da barragem de Torto, aumentando a produção de pelotas em 11% ao ano”, informou.

As vendas de minério de ferro, por sua vez, cresceram 6,6%, atingindo 69,1 milhões de toneladas, já que a empresa afirmou ter se beneficiado de condições de mercado favoráveis.

As vendas de finos e pelotas de minério de ferro aumentaram 4,4 milhões de toneladas na comparação anual, com a venda de estoques do primeiro semestre e aproveitando as condições favoráveis do mercado.

Já a produção de cobre aumentou 9,8% na mesma base de comparação, totalizando 81,6 mil toneladas, principalmente devido ao contínuo ramp-up de Salobo III, com o complexo de Salobo atingindo, em setembro, o maior nível de produção mensal desde julho de 2019. As vendas de cobre aumentaram 8%, seguindo os maiores volumes de produção.

Apesar da crescente produção de cobre durante o trimestre, a Vale reduziu sua previsão de produção do metal em 2023 para entre 315 mil e 325 mil toneladas. A empresa atribuiu a revisão em baixa às mudanças em sua mina Coleman, no Canadá, bem como à manutenção adicional na mina Salobo.

A produção de níquel diminuiu 19% ao ano, em linha com o planejado, principalmente devido à transição contínua de Voisey’s Bay para operações subterrâneas e manutenção adicional na refinaria de Sudbury no 3T. As vendas de níquel diminuíram 12%, em linha com a produção.

Sistema sul e produção de pelotas

A produção do Sistema Sul diminuiu 2,6 milhões de toneladas, principalmente devido à menor produção de ROM e às vendas do Complexo Paraopeba, além da parada temporária das operações de Viga devido à manutenção pontual do rejeitoduto.

A produção de pelotas foi de 9,17 milhões de toneladas, aumento de 11% na comparação anual, impulsionada por um aumento no fornecimento de pellet feed de Brucutu e Itabira. Na comparação com o trimestre anterior, o avanço foi de 0,7%.

Em agosto, a Vale iniciou os testes de comissionamento da primeira de duas plantas de briquete de minério de ferro em Tubarão. Após o ramp-up, a capacidade combinada atingirá 6 milhões de toneladas por ano.

As vendas do pelotas somaram 8,6 milhões de toneladas no terceiro trimestre, aumento de 1,1% na comparação anual, mas recuo de 2,2% na sequencial.

O preço realizado de finos de minério de ferro foi de US$ 105,1 por tonelada, alta de 13,5% ante igual período do ano passado, incremento em grande parte atribuído a preços de referência mais altos de minério de ferro (US$ 10,7/t maior na comparação anual) e a um impacto positivo de ajustes de preços (US$ 2,1/t na comparação anual).

O preço realizado das pelotas, por sua vez, foi de US$ 161,2 a tonelada no trimestre, queda de 17% ante igual período do ano passado e suave avanço de 0,5% na comparação sequencial.

O prêmio all-in totalizou US$ 3,8 por tonelada, US$ 2,8 menor na comparação anual, principalmente devido aos menores prêmios de pelotas. Trimestre contra trimestre, o prêmio all-in foi ligeiramente menor, impulsionado por prêmios de mercado mais baixos, uma vez que as usinas siderúrgicas têm preferido finos de menor qualidade devido à redução nas margens de aço. Isso foi parcialmente compensado por um mix de vendas de portfólio de produtos superior, com uma participação maior dos volumes do Sistema Norte.

VISÃO DO MERCADO

Esperados com ansiedade pelos investidores, os dados de produção e vendas do terceiro trimestre de 2023 (3T23) da Vale foram vistos como “mistos” pelos analistas de mercado.

Bradesco BBI

O Bradesco BBI aponta que a Vale reportou dados operacionais em linha com o esperado. O maior ponto de atenção para os analistas do banco veio, no entanto, não do minério de ferro, mas sim do cobre.

Isso porque a empresa reduziu sua projeção de produção em aproximadamente 5%, estabelecendo uma faixa de 315 mil a 325 mil toneladas, em comparação com a previsão anterior de 335 mil a 370 mil toneladas, seguindo um padrão recente de redução nas projeções para metais básicos.

Com base nas estimativas de mercado atual, isso implica em uma diminuição de até 4% no um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) anual esperado, avalia. Por outro lado, a manutenção dos preços do minério de ferro nos níveis atuais pode ser mais do que o suficiente para compensar essa fraqueza em metais básicos, sustentando a recomendação de compra do BBI para as ações.

Itaú BBA

O Itaú BBA, por sua vez, destacou os dados como ligeiramente positivos e apontou seguir confortável com sua estimativa de Ebitda em US$ 4,6 bilhões para o terceiro trimestre. O banco também tem recomendação equivalente à compra para os ativos, com preço-alvo de US$ 17 (upside de 19,5%) para os ADRs.

Genial

Na mesma linha, a Genial aponta que os números vieram majoritariamente como o esperado para a divisão de ferrosos e mais fracos que o esperado para a unidade de metais básicos. “Ainda assim, continuamos construtivos para o desempenho da Vale daqui em diante, considerando que a divisão de metais básicos possui um peso mais baixo na composição do Ebitda”, aponta a equipe de análise.

Este foi um trimestre no qual a Vale aumentou sua produção de minério de ferro na base sequencial (avanço de 9,5% em relação ao 2T23) por um movimento natural à sazonalidade do período, acrescido de uma venda parcial de estoques acumulados, aponta a Genial.

“Com essa dinâmica, acreditamos que a companhia irá se beneficiar não só de uma receita mais alta, mas também de maior capacidade na diluição de custo fixo durante o 2S23. (…) Isso possivelmente irá arrefecer os custos C1 (custo de produção dos finos de minério de ferro da mina ao porto), endereçando a preocupação dos investidores diante dos custos altos do 1S23, ajudando a acalmar os ânimos e trazer de volta o fluxo comprador para as ações”, avalia a casa.

Já sobre o guidance para o cobre, diante de números fracos tanto de produção quanto de vendas, a Genial atualizou o seu modelo para uma produção de 320 mil toneladas, 5% abaixo da projeção anterior, mirando o meio do novo guidance. Mesmo considerando que a divisão de metais básicos faz muito menos peso no Ebitda se comparado a unidade de ferrosos, a alteração não deixa de criar um efeito que se alastra por todos os anos da sua projeção, apontam os analistas.

Assim, as projeções de 2024 em diante também se tornaram menores em seu modelo, também levando em conta os custos de frete subindo pela alta recente e inesperada nos preços de combustível, o que levou a mudança em algumas premissas. Assim, a Genial cortou o preço-alvo para as ações VALE3 em R$ 0,50, para R$ 82,50, mas reforçando recomendação de compra e destacando o potencial de valorização (upside) de 22% em relação ao fechamento de terça-feira.

Morgan Stanley

O Morgan Stanley também apontou ver um cenário de revisão para baixo no Ebitda de consenso do mercado de US$ 4,8 bilhões, mas avaliou que pode haver algum upside frente a sua estimativa de US$ 4,3 bilhões com preços realizados mais altos de minério de ferro/pelotas mais do que compensando menores remessas de pelotas e cobre.

O banco tem recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para os ADRs (recibo de ações negociados na Bolsa de Nova York), com preço-alvo de US$ 17,50, mas ainda assim projetava reação negativa do mercado aos dados de produção e vendas da empresa.

XP Investimentos

As vendas ficaram abaixo do esperado, mas compensadas por uma melhor qualidade do minério de ferro e preços realizados, conforme destaca a equipe de análise da XP.

O preço realizado de finos de minério de ferro foi de US$ 105,10 por tonelada (t), alta de 13,5% ante igual período do ano passado, incremento em grande parte atribuído a preços de referência mais altos de minério de ferro (US$ 10,7/t maior na comparação anual) e a um impacto positivo de ajustes de preços (US$ 2,1/t na comparação anual).

Já as estimativas atualizadas da XP implicam um Ebitda ajustado de US$ 4,5 bilhões no terceiro trimestre, uma queda de 3% ante a sua previsão anterior).

 

Informações Infomoney

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