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Santander (SANB11): lucro líquido recorrente de R$ 2,279 bilhões no 3T23, queda de 12,6%

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O Santander Brasil registrou lucro líquido recorrente de R$ 2,729 bilhões no terceiro trimestre deste ano, de acordo com números publicados nesta quarta-feira. Em um ano, o resultado do banco teve queda 12,6%, mas em relação ao segundo trimestre deste ano, teve alta de 18,2%.

Após 18 meses de piora na qualidade dos ativos, o banco observou uma queda da inadimplência no comparativo trimestral, o que ajudou a reduzir as despesas com provisões contra calotes. Por outro lado, as margens recuaram na comparação com o trimestre anterior, e embora tenham subido no comparativo anual, não compensaram o aumento nas despesas da instituição.

A margem financeira bruta do banco, que reflete os ganhos com operações que rendem juros, foi de R$ 13,413 bilhões, alta de 6,5% em um ano, graças à expansão da margem com clientes e da melhoria dos resultados da tesouraria. Em um trimestre, houve queda de 1,2%.

Nas margens com clientes, o resultado foi de R$ 14,240 bilhões, crescimento de 0,6% no comparativo anual, mas uma baixa de 1,3% em três meses. Nesta linha, estão contabilizados os resultados com operações de crédito. O banco afirma que a alta anual é fruto da melhor margem nas captações, graças à mudança nos preços do crédito diante da alta de juros.

Em um trimestre, porém, houve queda diante do mix de clientes e de produtos. O Santander continua concentrando as concessões de crédito em linhas menos arriscadas e em clientes de melhor perfil de risco, o que se traduz em uma rentabilidade menor.

Na tesouraria, o Santander teve perda de R$ 827 milhões, uma melhoria de 46,5% sobre as perdas de R$ 1,545 bilhão informadas no mesmo período de 2022. O banco atribui o melhor resultado a um impacto positivo da taxa de juros. O balanço do Santander se beneficia da queda da Selic.

“Nesse trimestre consolidamos a nossa estratégia com a materialização da qualidade da nossa carteira, evoluindo positivamente os indicadores de inadimplência”, afirma o presidente do Santander Brasil, Mario Leão. Segundo ele, os números reforçam o viés positivo para o custo de crédito nos próximos trimestres, e permitem ao banco retomar gradualmente o crescimento da carteira.

A inadimplência do Santander, medida pelos créditos em atraso há mais de 90 dias, foi de 3% no terceiro trimestre, queda de 0,3 ponto porcentual em relação a julho. No comparativo anual, ficou estável. A chamada inadimplência curta, de 15 a 90 dias, caiu 0,3 ponto em um ano, para 4%.

“Neste trimestre evoluímos em nossos indicadores de qualidade da carteira e consequentemente alcançamos o menor nível de custo do crédito desde março de 2022”, diz em comunicado o vice-presidente financeiro do Santander, Gustavo Alejo. “Esta melhora se deve à estratégia adotada desde o início de 2022, mais seletiva em crédito, com foco em produtos com garantias e em clientes com melhor perfil de risco.”

Ao todo, a carteira de crédito ampliada do banco somava R$ 625,487 bilhões no final do terceiro trimestre, um crescimento de 7,9% no intervalo de um ano. Essa alta foi puxada por itens como títulos privados (+40,9%) e avais e fianças (+16,9%), enquanto na carteira principal, que inclui operações de crédito, a alta foi mais forte em pequenas e médias empresas (+6,5%).

As receitas do banco com serviços aumentaram 8,2% em 12 meses, para R$ 5,123 bilhões. Houve crescimentos de destaque nas linhas de conta corrente (+8,3% em um ano) e corretagem e colocação de títulos, que reflete as operações no mercado de capitais, e que subiram 19,2% no mesmo período.

O Santander Brasil tinha ao final de setembro R$ 1,162 trilhão em ativos totais, alta de 15,4% em um ano. Em relação ao final do segundo trimestre, em junho, houve alta de 6%. O patrimônio líquido, por sua vez, aumentou 2,9% em um ano, para R$ 84,793 bilhões, de acordo com o banco.

Como resultado, o retorno sobre o patrimônio líquido do Santander caiu 2,5 pontos porcentuais em um ano, para 13,1%. Em relação ao segundo trimestre deste ano, houve alta 1,9 p.p..

Os resultados da Santander  (BOV:SANB3) (BOV:SANB4) (BOV:SANB11) referentes às suas operações do terceiro trimestre de 2023 foram divulgados no dia 25/10/2023.

Teleconferência

Após 18 meses pisando no freio, o Santander Brasil (SANB11) voltou a acelerar a emissão de cartões de crédito no terceiro trimestre de 2023 e o tema foi destaque na teleconferência sobre os resultados do banco. O produto registrou um crescimento de 37% em bases anuais, mostrando um maior apetite por risco da instituição financeira.

“A gente sabia que por um ano, um ano e meio, a gente acabaria diminuindo nossa base de clientes ativos por decisão nossa e, portante, o share. Chegou a hora da gente retomar”, afirmou Mario Leão, CEO do Santander Brasil, em sua apresentação aos analistas.

O executivo logo explicou que o movimento não implica em retomada de apetite aos níveis de 2021. Segundo ele, a retomada está ligada a um maior entendimento do banco sobre os seus clientes.

“A gente tem trabalhado em uma ‘hiper’ personalização do cliente, a sua dinâmica de consumo, de renda”, disse o CEO.

Leão diz que a estratégia de crescimento em produtos colateralizados, com garantia, traçada no ano passado, não mudou.

“Estaremos abertos a produtos menos colateralizados. […] Também a gente vai olhar para crédito pessoal, dentro do que fizer sentido. Também vamos olhar para cheque especial, de forma mais construtiva”.

O CEO do Santander Brasil diz que clientes do banco vão ter prioridade. “A gente vai priorizar quem já está na folha de pagamento que a gente administra”, afirma.

O aumento do apetite de cartões de crédito do Santander Brasil coincide com mudanças regulatórias em andamento. O banco tem participado ativamente da de debates técnicos sobre o fim dos juros do rotativo e o parcelamento de compras sem juros.

“Não é sobre fomentar emissor e prejudicar adquirente. Queremos criar um equilíbrio sustentável, o que não acontece hoje, e que tem como efeito colateral juros no rotativo desproporcionais”, afirma.

Leão diz que os juros do rotativo precisam cair “de forma importante”, mas isso passada pelo parcelado sem juros, o que definiu como uma “jabuticaba brasileira”.

“Tem que ser aos poucos equilibrados para a economia ser menos dependente dele. A gente nunca propôs que fosse eliminado, sempre propusemos um faseamento, e a discussão parece estar indo nessa direção, o que é bom”, afirma.

Ainda de acordo com o executivo, o Santander Brasil não está buscando crescimento tímido em 2024. A ideia é que expansão seja no mínimo igual a que vai ser registrada este ano.

“Temos base de capital, domínio de portfólio, estamos produzindo safras novas [de crédito] onde queremos e terminando de gerir safras antigas”, explicou.

No terceiro trimestre, a rentabilidade medida pelo retorno sobre patrimônio (ROE, na sigla em inglês) do Santander Brasil cresceu 1,9 ponto percentual em relação ao trimestre imediatamente anterior, para 13,1%. Leão admite que o banco tem capacidade de alcançar níveis bem mais altos de rentabilidade, mas está contente com o progresso.

“A gente não tem um objetivo fixo. Não existe esse número mágico. E hoje é difícil saber se vamos chegar ou não [aos patamares históricos de rentabilidade]”, disse o CEO.

Ainda que o banco não trabalhe com guidance, Leão acredita na recuperação da rentabilidade ao longo dos próximos trimestres, “sem depender de terceiros” e baseado em uma agenda de eficiência, ainda que isso não ocorra de maneira linear.

O banco se prepara para assumir um novo posicionamento com o segmento de baixa renda, cuja rentabilidade, hoje é negativa.

“Na baixa renda, há uma agenda de digitalização e simplificação de oferta que tem que ser brutal”, afirmou. “Só dá para ter baixa renda rentável se jogarmos o custo de servir lá para baixo.

No segmento de alta renda, o Santander se prepara para lançar, nas próximas semanas, a conta Select Global. É um cartão de débito internacional que permite fazer compras no exterior em viagens, remessas com IOF reduzido e acesso a alguns investimentos “menos sofisticados”, de acordo o CEO.

A inciativa faz parte dos esforços do banco em fazer com que clientes tenham o Santander como seu principal banco.

“Se o meu cliente, quando tá viajando, não tem o meu cartão, isso significa que eu estou dando espaço para alguém entrar. E se esse concorrente fizer um trabalho bom, pode ser que ele comece a “comer” o resto que eu já tinha”, diz Leão.

VISÃO DO MERCADO

O banco inaugurou a temporada de resultados do terceiro trimestre de 2023 para o setor, com dados de receita que não animaram muito, mas com uma melhora na qualidade dos ativos que foi destacada por analistas de mercado.

Às 10h35 (horário de Brasília) desta quarta-feira (25), os papéis tinham queda de 1,4%, a R$ 27,08.

Bradesco BBI

Também para o Bradesco BBI, o Santander Brasil apresentou tendências melhores para o 3T23, com destaque para melhoras do índice de inadimplência, que também apontou para melhoria sequencial no 4T23.

“O banco apresentou números sólidos em todos os níveis, enquanto já se esperava que a receita líquida com juros (NII, na sigla em inglês) permanecesse fraco. Esperamos uma reação positiva do mercado (para o setor bancário brasileiro), especialmente porque melhorias nos índices de inadimplência individuais podem indicar uma potencial reaceleração dos empréstimos”, avaliou antes da abertura do mercado.

Enquanto a visão dos analistas foi positiva para o balanço do 3º tri, a maior parte deles segue cautelosa com o papel. O BBI tem recomendação underperform (desempenho abaixo da média, equivalente à venda), mesma recomendação do Goldman Sachs.

BTG Pactual 

O BTG, por sua vez, afirma que mesmo co, o lucro antes de impostos tendo ficado abaixo do esperado, a qualidade do balanço surpreendeu positivamente, sugerindo um momento melhor à frente.

“Vale lembrar que Santander foi o primeiro banco incumbente a pisar no freio no crescimento dos empréstimos, no fim de 2021, devido a preocupações com inadimplência. Embora isso tenha levado ao enfraquecimento da margem financeira, estamos agora vendo o impacto positivo que teve na qualidade dos ativos”.

Citi

Para os analistas do Citi, embora o crescimento do crédito tenha desacelerado (para 1% na comparação trimestral, ante 5% no segundo trimestre) e a margem financeira tenha caído no trimestre, a qualidade dos ativos melhorou significativamente.

“A formação de inadimplência (NPL formation) caiu para 4,3%, de 6,5% no segundo trimestre, com a carteira renegociada recuando para 6,8% do portfólio total. E mesmo com a queda nas provisões para devedores duvidosos, o índice de cobertura subiu”.

Genial Investimentos

A Genial aponta que, apesar da melhora no lucro no trimestre, a rentabilidade (ROE) do Santander continua em patamares fracos frente ao histórico do banco, em apenas 13,1%.

“Por outro lado, vemos sinais positivos nas despesas com provisão, que apresentaram a primeira contração anual depois de um bom tempo, e queda na inadimplência acima de 90 dias, que devem ajudar em maior lucratividade mais à frente.”

Suno Research

Na mesma linha, José Eduardo Daronco, analista da Suno Research, reforça que o banco divulgou resultados levemente acima das expectativas do mercado.

Já era esperada uma retração na lucratividade na comparação com o ano passado, diante do contexto mais desafiador vivido.

“Neste trimestre, começamos a ver a inadimplência arrefecer, ficando em 3% (acima de 90 dias), o que é positivo. Acreditamos que o pico de inadimplência ficou para trás, de modo que ela deverá retornar aos patamares históricos nos próximos trimestres, ainda que de maneira gradual”, avalia.

Já a Carteira de crédito do banco cresceu de maneira tímida, principalmente pelo menor apetite a risco do banco. “Em nossa visão, à medida que o banco consiga estabilizar os índice de inadimplência, trazendo-os para a média histórica, ele deve voltar a crescer a carteira de crédito”, finaliza.

XP Investimentos

Para a XP, o Santander apresentou resultados positivos e acima do esperado, entregando uma recuperação saudável em sua rentabilidade.

O banco reportou um lucro líquido de R$ 2,7 bilhões, com uma contribuição significativa da menor PDD neste trimestre. “Vale destacar que o NPL (inadimplência) acima de 90 dias caiu 30 pontos-base na comparação trimestral”, destacou.

Por outro lado, apontam os analistas da casa, a margem com clientes foi de R$ 14,240 bilhões, com queda de 1,3% na comparação trimestral e avanço de 0,7% em 12 meses.

“Esperamos uma reação positiva do mercado, impulsionada não apenas pelos números trimestrais, mas também pela tendência geral de recuperação em vários segmentos, acompanhado de uma melhoria no ROE [retorno sobre o patrimônio líquido]”, apontou a XP em relatório antes da abertura do mercado.

O banco divulgou rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROAE) de 13,1% ante expectativas do mercado de 13,2%.

A XP tem recomendação neutra para os ativos.

 

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão

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