Nesta sexta-feira e nos últimos dias, as ações da Eletrobras e da Eneva demonstram uma tendência de alta, impulsionadas pelos efeitos da onda de calor no mercado de energia. Analistas e uma fonte bem informada sobre o assunto afirmam que essas empresas estão se beneficiando do aumento na demanda por eletricidade no Brasil.
Para atender a uma demanda recorde por eletricidade no país, foi necessário recorrer ao uso de usinas termelétricas que estavam desativadas, incluindo os ativos da Eneva. Apenas as usinas a gás do Complexo Parnaíba, operado pela Eneva (BOV:ENEV3) no Maranhão, estão gerando uma receita adicional de R$ 20 milhões por semana quando entram em operação. Além disso, a empresa também acionou usinas a carvão, conforme informado por uma fonte com conhecimento das operações à Mover.
No caso da Eletrobras (BOV:ELET3) (BOV:ELET5) (BOV:ELET6), a empresa está se beneficiando da melhoria nos preços no mercado de energia no Brasil, que começaram a subir devido às chuvas que encheram os reservatórios das hidrelétricas, após meses nos menores patamares em anos.
Os preços para contratos de longo prazo de energia hídrica aumentaram de R$ 85 por megawatt-hora em meados de agosto para R$ 113 na última semana, enquanto a energia de fontes renováveis saltou de R$ 117 para R$ 145/MWh no mesmo período, conforme dados da consultoria Dcide.
“De setembro para cá, com o aumento no consumo devido ao calor, os preços se recuperaram”, afirmou Arlindo Souza, analista do TC Matrix. Ele destacou que, devido à privatização, a Eletrobras detém uma parte significativa de sua produção de energia disponível para venda, tornando-a mais sensível às condições do mercado de energia.
Em outubro, a consultoria PSR projetou que as altas temperaturas, a seca no Norte e o fenômeno climático El Niño deveriam levar a um uso “relativamente frequente” de termelétricas, embora sem risco de suprimento. O BTG Pactual, que recomenda a compra das ações da Eneva, inicialmente previu um acionamento “quase zero” das usinas no segundo semestre. No entanto, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) agora projeta uma necessidade de acionar mais usinas térmicas até dezembro para lidar com os picos de demanda, segundo o jornal O Globo.
Por volta das 14h31, as ações ON da Eneva registravam um aumento de 1,71%, chegando a R$ 13,07, com ganhos de 10% na semana e 20% no mês. Enquanto isso, os papéis ON da Eletrobras apresentavam um avanço de 0,59%, atingindo R$ 40,95, com alta de 9,6% na semana e 17,5% no mês.