As ações da Vale disparavam nesta terça-feira entre as maiores altas do Ibovespa, após o preço do minério de ferro tocar máximas em meses e com o otimismo de analistas, que apostam que os papéis da companhia podem chegar perto dos R$100 nos próximos 12 meses.
As ON da mineradora subiam 2,63% por volta das 15h22, a R$78,06, enquanto o Ibovespa recuava 0,51%, aos 125,32 mil pontos. Os ganhos acompanharam em parte o movimento dos futuros do minério de ferro em Cingapura, que subiram 1,3% hoje e tocaram o maior valor desde 15 de março, a US$132,85 dólares por tonelada.
Os papéis da Vale também ganharam impulso adicional com relatórios de bancos americanos. Hoje pela manhã, o Goldman Sachs revisou sua sugestão para as ações de “neutra” para “compra”, com preço-alvo de US$19,50, ou cerca de R$94.
Ontem, o Bank of America também havia elevado a recomendação para “compra”, com preço-alvo de R$102 para as ações, apoiado em previsão mais otimista para as cotações do minério de ferro, que segundo os analistas do BofA podem tocar US$150 por tonelada no primeiro trimestre de 2024.
Após começarem o ano em alta, por perspectivas otimistas sobre a demanda chinesa, em meio ao fim de restrições contra a Covid-19 no país asiático, as ações da Vale recuaram de um pico de mais de R$93 em janeiro para mínima do ano perto de R$61, em agosto, em meio à frustração com a economia da China.
Mais recentemente, os papéis voltaram a subir, acompanhando uma alta do minério de ferro. Neste mês, a ação da Vale acumula valorização de 13%, embora ainda com queda de cerca de 8% no acumulado do ano.
A equipe do Goldman Sachs listou uma lista de cinco motivos que apoiariam um maior otimismo com a mineradora brasileira, cujas ações ficaram para trás na comparação com rivais estrangeiras, citando “uma combinação de ventos favoráveis que não era vista desde 2014”.
Os fatores para a visão positiva sobre Vale incluem a projeção de preços do minério de ferro em média de US$110 em 2024, o bom momento operacional da companhia, a exposição relativamente baixa dos investidores ao papel, e o valor atraente na comparação com rivais, além de expectativas de mais políticas de apoio por parte do governo chinês.
“A Vale agora é nosso nome preferido em Metais na América Latina. Acreditamos que a tese agora é muito atrativa para ignorar, e que investidores vão lentamente aumentar a exposição à medida que aumente a confiança sobre o cenário de oferta e demanda por minério de ferro em 2024”, escreveu o time do Goldman.