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Gerdau (GGBR4): lucro líquido ajustado de R$ 1,592 bilhão no 3T23, baixa de 47%

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A Gerdau reportou lucro liquido ajustado de R$ 1,592 bilhão no terceiro trimestre deste ano, cifra 47% inferior à registrada um ano antes, de R$ 3,022 bilhões. O resultado veio acima do projetado pela média de analistas consultados pela LSEG, de lucro de R$ 1,44 bilhão.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 3,349 bilhões, queda de 37,6%. A margem Ebitda ajustada totalizou 19,6%, retração de 5,8 pontos porcentuais na comparação anual.

Segundo a Gerdau, apesar das reduções registradas, principalmente devido ao aumento das importações de aço no Brasil, a companhia informou que “sustentou níveis saudáveis de rentabilidade.

“A eficácia dos atuais modelos de negócios, aliados a um portfólio de produtos diversificado e de alto valor agregado, possibilita uma maior resiliência de nosso resultados”, destacou.

Em relação lucro líquido, a empresa informou que a retração decorre da queda nos volume de vendas nas operações de negócios, somado à forte base de comparação.

A receita líquida atingiu R$ 17,1 bilhões, queda de 19,3%. Analistas esperavam, em média, receita de R$ 16,56 bilhões no período.

De acordo com a Gerdau, a retração anual decorrente da forte base de comparação e pelo dólar mais depreciado frente ao real, o que reduz as receitas em moeda estrangeira quando convertidas.

No 3T23, a produção de aço bruto foi de 2,8 milhões de toneladas, 5,5% abaixo na comparação anual. As vendas de aço no 3T23 totalizaram 2,755 milhões de toneladas, patamar ligeiramente inferior na comparação anual.

“A redução do volume de vendas em nossas operações de negócios reflete um ambiente de curto prazo mais desafiador. Isso se deve principalmente ao excesso de capacidade da produção de aço asiático, resultando em um aumento nas exportações para outros mercados e pressão nos preços internacionais”, detalhou.

Gerdau: resultados financeiros
O resultado financeiro ficou negativo em R$ 478 milhões, retração de 9,9% na comparação anual. Enquanto as receitas financeiras subiram 51%, as despesas recuaram 6,4%; variações cambiais avançaram 13,1%.

Além das maiores receitas, a melhora do resultado financeiro veio por conta da redução do endividamento bruto, que recuou 10,7%, a R$ 11,478 bilhões. A dívida líquida anual, porém, subiu 28,3%, a R$ 5,475 bilhões.

Com relação à exposição da dívida bruta por moedas, aproximadamente, 70% estão denominados em dólares americanos, 26% em reais e 4% em outras moedas. A relação entre a dívida líquida e o Ebitda ficou em 0,34 vez, ante 0,16 vez de um ano antes.

Os resultados da Gerdau (BOV:GGBR3) (BOV:GGBR4) referentes às suas operações do terceiro trimestre de 2023 foram divulgados no dia 06/11/2023.

Teleconferência

Mais uma vez, a reclamação contra as importações de aço asiático pautou o desempenho trimestral da siderúrgica brasileira Gerdau. Durante teleconferência com analistas, a companhia atribui o desaquecimento do nível de atividade dos mercados à inflação global, às altas taxas de juros, os conflitos geopolíticos, à fragilidade na economia e, principalmente, a entrada excessiva de aço importado, principalmente da China, no mercado brasileiro.

Segundo comentou Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, o movimento de importação de aços longos e planos segue ocorrendo neste quarto trimestre e exige “medidas de correção urgente” por parte do governo federal. O executivo disse que entre janeiro a setembro, a importação de aço avançou 57,9% em relação igual período de 2022, e a taxa de penetração chegou a 23%, segundo o Instituto Aço Brasil.

“A competição com aço asiático é injusta”, afirmou o CEO a analistas, uma vez que os preços praticados são inferiores ao custo de produção. “Nesse contexto, sendo que metade desse volume tem origem da China, que exporta com práticas desleais, se torna urgente a elevação temporária das tarifas de importação em 25% por parte do governo federal no curto prazo”, disse, acrescentando que protecionismo desse tipo já foi feito na Europa, Estados Unidos e México.

Após da divulgação dos resultados, as ações da Gerdau recuam, cerca de 1,2%, cotadas a R$ 22,84. A empresa reportou lucro de R$ 1,6 bilhão no 3º trimestre, queda de 47%, mas o desempenho ficou acima do previsto. Além disso, junto com a Metalúrgica Gerdau, anunciou dividendos de R$ 1,78 bilhão.

  • Gerdau espera que China não pare exportações

“A gente vinha com uma expetativa dos últimos meses que conseguiria encontrar oportunidades de continuar exportando a partir de nossa operação do Brasil, e que teríamos uma penetração do aço importado da Ásia, especialmente, da China, menor do que de fato aconteceu”, explicou.

“Mas nós estivemos nas últimas semanas visitando a China e nós saímos bastante convencidos que esse patamar atual de exportação vai continuar acontecendo”, complementou.

“A China está procurando geografias e países que não implantaram medidas de contenção desse aço que chega subsidiado, de forma predatória e desleal”, destacou a analistas.

  • Redução de produção e demissões

Por conta do contexto adverso, Gustavo Werneck disse que a empresa decidiu retirar capacidade e reduzir custo fixo, “para navegar em um cenário” em que acredita que vá “perdurar nos próximos meses”.

“A grande mudança que pode acontecer, além da redução de custo fixo e retirada de capacidade, é essa colocação de medidas do governo federal que possam criar condições mais isonômicas para a gente competir com esse aço chinês. Isso é uma tragédia para toda indústria do aço no Brasil”, ressaltou.

A Gerdau informa que já diminuiu capacidade de produção de unidades no Ceará e Rio Grande do Sul, além de fazer desligamento de 700 colaboradores.

Vendas ao exterior também difíceis

Enquanto isso, a companhia vê o mercado exportador como fechado. “Cerca de 22% da nossa capacidade instalada no Brasil tradicionalmente é vocacionada para exportação. Mas com essa inundação de aço chinês no mundo, a gente não encontra hoje oportunidades de exportar com margens que sejam atrativas para nós”, reclamou.

  • Diligência com distribuição de dividendos

Nesse 3T23, a Metalúrgica Gerdau aprovou a distribuição de R$ 960 milhões em dividendos, e a Gerdau, proventos no valor de R$ 822,2 milhões. Mas o momento requer cautela, de acordo com Rafael Japur, CFO da companhia.

“Quando a gente tem momento como hoje, em que a operação no Brasil está performando aquém do que vinha performando nos trimestres anteriores, com uma enxurrada de material importado e, ao mesmo tempo, a principal carteira que temos de capex são no Brasil – R$ 11,9 bilhões no total, com parcela importante na operação Brasil –, a gente começa a depender de trazer dinheiro de outras subsidiárias para fazer essa distribuição de dividendos, que nem sempre são oportunas como uma série de razões tributárias e financeiras”, explicou.

Japur argumentou que o ano não acabou e há ainda espaço para reavaliar a distribuição de dividendos nos próximos trimestres.

“Mas hoje, levando em consideração a perspectiva do mercado no Brasil, com enxurrado de material importado, batendo 23% de penetração agora no mês de setembro, sem uma tendência aparente de redução desse patamar de penetração e, ao mesmo tempo, uma carteira importante de projetos e com uma incerteza muito grande pela frente na economia brasileira, no consumo aparente com material doméstico, isso faz a gente ser um pouco mais cauteloso com relação à distribuição (de dividendos) e recursos em reais a partir do Brasil”, finalizou o CFO.

VISÃO DO MERCADO

Morgan Stanley

Apesar da queda das ações na sessão, a Gerdau surpreendeu positivamente os analistas, com seu resultado sendo considerado, majoritariamente, ao menos “dentro da linha” – e, para algumas casas, acima dela.

O time do americano Morgan Stanley, com Carlos de Alba a sua frente, destacou que o Ebitda ajustado, de R$ 3,3 bilhões, ficou 5% acima da sua estimativa.

“A superação em relação ao nosso número foi impulsionada por receitas maiores, apesar de maiores custos das mercadorias vendidas (COGS) em dinheiro e despesas com Vendas, Gerais e Administrativas (SG&A)”, falam.

Outro destaque apontado pelo Morgan foi o fluxo de caixa das operações foi de R$ 3,8 bilhões, com a Gerdau diminuindo seu necessidade de capital de giro.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão

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