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Petrobras aprova Plano Estratégico entre 2024-2028 com capex de US$ 102 bilhões

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O Conselho de Administração da Petrobras aprovou, em reunião realizada nesta quinta-feira (23), o Plano Estratégico para o quinquênio 2024-2028 (PE 2024-28+), prevendo investir US$ 102 bilhões nos próximos cinco anos.

O total representa um aumento de 31% em relação aos US$ 78 bilhões anunciados pela Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) para o período 2023-2027 e ficou em linha com as especulações do mercado de que o valor seria de cerca de US$ 100 bilhões. O cálculo, contudo, considera também os projetos em análise no plano atual.

Do montante, US$ 91 bilhões serão direcionados a projetos em implantação (Carteira em Implantação) e US$ 11 bilhões compostos por projetos em avaliação (Carteira em Avaliação), sujeitos a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da contratação e execução.

“Quando concluídos os estudos e comprovada sua viabilidade econômica, esses projetos podem migrar para a Carteira em Implantação”, explica a estatal. “O estudo de financiabilidade para projetos em avaliação é um item adicional à governança estabelecida de aprovação de projetos, que está mantida para ambas as carteira”.

O capex do segmento Exploração e Produção (E&P) representa 72% do total, seguido pelo Refino, Transporte e Comercialização (RTC) com 16%, Gás e Energia (G&E) e Baixo Carbono com 9% e o Corporativo com 3%.

O capex do E&P soma US$ 73 bilhões no período, com cerca de 67% destinados para o pré-sal, “que tem grande diferencial competitivo econômico e ambiental, com produção de óleo de melhor qualidade e com menores emissões de gases de efeito estufa”, diz a estatal.

De acordo com o fato relevante, o segmento de Exploração e Produção mantém sua relevância para a companhia com o foco estratégico em ativos rentáveis e investimentos compatíveis com uma visão de longo prazo alinhada à transição energética.

Ao mesmo tempo, a companhia disse que mantém grandes projetos de revitalização em águas profundas (REVIT), além de projetos complementares, a fim de aumentar os fatores de recuperação em campos maduros.

No que tange à exploração, destinam-se US$ 7,5 bilhões no quinquênio, distribuídos da seguinte forma: (i) US$ 3,1 bilhões para exploração na Margem Equatorial; (ii) US$ 3,1 bilhões destinados à exploração nas Bacias do Sudeste; e (iii) US$ 1,3 bilhão para outros países. Está incluída neste investimento a perfuração de cerca de 50 poços em áreas onde a companhia possui direito de exploração em blocos adquiridos.

Produção de óleo, LGN e gás natural

A Petrobras projeta atingir em cinco anos a produção de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia. A curva de produção considera a entrada de 14 novas plataformas (FPSOs) no período 2024-2028, 10 das quais já contratadas.

As projeções de produção de óleo, produção total e comercial de óleo e gás natural para 2024 foram acrescidas em aproximadamente 100 mil barris de petróleo por dia bpd/boed, na comparação com o plano anterior, considerando o bom desempenho dos campos, as previsões de ramp-ups e entrada de novos poços.

Nos anos de 2025 e 2026, a produção de óleo, produção total e comercial de óleo e gás natural encontram-se inferiores ao projetado no plano anterior em cerca de 100 mil bpd/boed.

Segundo a Petrobras, a diferença deve-se principalmente às condições atuais de mercado oriundas do contexto global, onde alguns sistemas de produção e projetos complementares de águas profundas tiveram seus cronogramas impactados.

Para 2027, as projeções de produção de óleo e produção total e comercial de óleo e gás natural foram mantidas com relação ao plano anterior. Para o acompanhamento do Plano, considera-se uma margem de variação de +-4%.

Refino, Transporte e Comercialização

O capex do RTC totaliza US$ 17 bilhões para o período 2024-2028. “O segmento segue com foco no melhor aproveitamento dos ativos de refino e logística e maior eficiência energética, visando ampliar a capacidade de produção de diesel e aumentar gradualmente a oferta de produtos para mercado de baixo carbono”, diz a Petrobras.

O PE 2024-28+ prevê o aumento de capacidade de processamento nas refinarias em 225 mil barris por dia (bpd) e da produção de diesel S-10 em mais de 290 mil bpd até 2029, suportado pela entrada de grandes projetos como o Trem 2 da RNEST, Revamps de unidades atuais e implantação de novas unidades de produção de diesel (HDT) na REVAP, REGAP, REPLAN, RNEST e GASLUB.

Em biorrefino, a companhia prevê investimentos de US$ 1,5 bilhão, que suportarão o crescimento da capacidade de produção de Diesel R5, com 5% de conteúdo renovável, na REPAR, RPBC, REDUC e REPLAN. Também está prevista a instalação de plantas dedicadas de BioQav e diesel 100% renovável na RPBC e no GASLUB, que serão concluídas após 2028.

Gás & Energia

Os investimentos na área de Gás & Energia somam US$ 3 bilhões no quinquênio.

Segundo documento, uma das prioridades da Petrobras neste segmento é ampliação da infraestrutura e portfólio de ofertas de gás natural.

Considerando os investimentos em produção e escoamento de gás no segmento E&P, a companhia planeja aumentar a oferta de gás nacional da Petrobras investindo cerca de US$ 7 bilhões nos próximos cinco anos.

Redução da pegada de carbono

A Petrobras destinará até US$ 11,5 bilhões para projetos de baixo carbono nos próximos cinco anos, considerando os investimentos transversais nos diversos segmentos de negócio.

São contempladas iniciativas e projetos de descarbonização das operações assim como o amadurecimento e desenvolvimento de negócios no segmento de energias de baixo carbono, com destaque para biorrefino; eólicas; solar; captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) e hidrogênio.

VISÃO DO MERCADO

Morgan Stanley

Na visão do Morgan Stanley, embora o capex de US$ 102 bilhões seja um número “ousado”, o banco projeta um desembolso efetivo de cerca de US$ 80 bilhões em 5 anos, sendo de US$ 14 a US$ 15 bilhões no ano que vem.

“Historicamente, a Petrobras investe consistentemente abaixo do orçamento, o que nos leva à conclusão de que a tese de dividendos continua muito presente”, apontam os analistas do banco.

Eleven

“Acredito que esse novo plano estratégico da Petrobras seja bem recebido pelo mercado. A companhia não pode perder o foco daquilo que ela faz de melhor que é a Exploração e Produção (E&P). Contudo, ainda tenho receios se o presidente Lula fará intervenções ao longo do curso que possa desviar da linha estratégica. É um plano que apresenta mais oportunidades para empresa gerar caixa se bem executado”, apontou Raphael Figueredo, estrategista-chefe da Eleven Financial Research.

Goldman Sachs

O Goldman Sachs também aponta que o anúncio elimina um potencial overhang (potencial de excesso de ações por um fator de incerteza) e que o investimento anunciado para os próximos 5 anos está em linha com as expectativas do mercado, de acordo com as suas recentes conversas com investidores. “Como tal, reiteramos a nossa classificação de compra”, avalia.

Itaú BBA

O Itaú BBA destaca que, apesar do estágio ainda incipiente de potenciais novos investimentos nos segmentos como petroquímica, fertilizantes, energias renováveis e novas embarcações, aprecia a iniciativa da empresa de divulgar os investimentos ainda em avaliação.

“Isto dá aos investidores maior clareza sobre o que esperar em termos de implantação potencial total de capex – incluindo novos projetos potenciais e aquisições – e destaca o robusto processo de governança da empresa para projetos em aprovação”, aponta.

Já sobre potenciais fontes de frustração, o BBA cita as estimativas mais baixas para a produção planejada de petróleo em 2025 e 2026, devido a alguns problemas com cronogramas de projetos, embora dentro do intervalo no plano anterior.

Bradesco BBI

O Bradesco BBI também aponta que o que decepcionou foi a curva da produção, considerada conservadora. Para o próximo ano, a empresa espera uma produção de petróleo de 2,2 milhões de barris por dia (bpd), enquanto a empresa já opera a 2,3 milhões e tem outras duas grandes plataformas que irão aumentar sua produção nos próximos 12 meses.

Dividendos esperados

Falando sobre os dividendos, com base em suas premissas macroeconômicas, a empresa espera que os pagamentos nos próximos anos totalizem US$ 40-45 bilhões (em comparação com US$ 65-70 bilhões do plano anterior), o que pode incluir recompra de ações, com potencial para mais US$ 5-10 bilhões de dividendos extraordinários.

Os valores implicam em um dividend yield (dividendo sobre o preço da ação) de aproximadamente 8%-9% em relação ao market cap atual e 9%-11% incluindo dividendos extraordinários, em comparação com 13%-14% no mínimo e 15%-17% incluindo dividendos extraordinários do plano anterior.

“Vemos um risco ascendente para esses números, uma vez que a produção provavelmente ultrapassará o orçamento e, historicamente, a Petrobras executa menos de 100% do investimento orçamentado”, avalia o Goldman.

O Morgan Stanley aponta que as projeções de proventos foram robustas e provavelmente um número a ser superado. “Gostamos de ver a empresa apresentando oficialmente uma faixa de potenciais dividendos extraordinários, o que prova que este é um tema ativo de discussão dentro da equipe de gestão. No limite superior da faixa (US$ 55 bilhões), o valor está próximo de nossa estimativa atual de US$ 60 bilhões para o período. Dada a nossa opinião de que o desembolso de capex provavelmente ficará abaixo do plano, temos um elevado grau de confiança de que os riscos são positivos para as distribuições de dividendos, especialmente em 2024–25”, avaliam.

Já o Itaú BBA aponta que o intervalo destacado para pagamentos de dividendos extraordinários implica um rendimento de dividendos modesto para os próximos anos, particularmente em comparação com outras grandes empresas petrolíferas, o que foi um pouco frustrante para os analistas do banco.

“Acreditamos que os investidores fundamentalistas e de longo prazo poderão acolher com satisfação a clara orientação para o investimento total, incluindo uma estimativa para as iniciativas ainda imaturas, e o reforço do processo de governança da empresa para aprovação de projetos. Por outro lado,
reconhecemos que pode haver alguma frustração em relação aos números de produção mais baixos e
os modestos dividendos extraordinários implícitos, especialmente entre investidores de curto prazo”, avaliam os analistas do banco, que possuem recomendação marketperform (desempenho em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) para os ativos PETR4, com preço-alvo de R$ 38.

A XP, por sua vez, aponta que os dividendos vão permanecer robustos no curto prazo, mas ainda é um (outro) passo em direção a deterioração da tese.

“De acordo com a pesquisa que conduzimos com investidores institucionais no início deste mês, 91% da amostra acreditavam que o capex ficaria abaixo dos níveis anunciados, enquanto 62% acreditavam que o nível anunciado ontem poderia desencadear uma venda de mais de 5% nos preços das ações. No entanto, acreditamos que o mercado está melhor preparado para esse resultado, também considerando que o fluxo de notícias sobre esse assunto foi intenso nas últimas semanas, e relatos na mídia especulavam um número de mais de 100 bilhões”, aponta.

Ainda assim, considera o plano como uma mudança ligeiramente negativa em comparação com o plano anterior. “Além disso, a divulgação da avaliação do capex (Portfólio em Avaliação) pode indicar que a gestão está considerando ativamente movimentos de fusões e aquisições, e, em nossa opinião, se esse resultado for confirmado, o mercado poderá reagir muito negativamente”, considera, mas seguindo ainda com recomendação de compra para os ativos.

O Bradesco BBI, por sua vez, não vê grandes surpresas negativas, apesar do aumento no plano de investimentos de 5 anos (que acredita ser bastante esperado nesta fase).

“Ainda vemos grandes chances de a Petrobras pagar um dividendo complementar relacionado a 2023 de aproximadamente US$ 5 bilhões (resultando em um rendimento de dividendos elevado para 2024) e vemos a empresa encerrando 2024 com uma posição de caixa e equivalentes de cerca de US$ 18 bilhões, gerando aproximadamente US$ 20 bilhões em geração de caixa em 2024 (com base em um Brent de US$ 78/barril)”, apontam os analistas do banco.

Eles veem que, se a Petrobras pagasse o dividendo mínimo (45% do fluxo de caixa operacional, subtraído dos investimentos) terminaria 2024 com uma posição de caixa de cerca de US$ 24 bilhões (retirando o pagamento de US$ 3,5 bilhões em dividendos relativos aos resultados do 3T23, a serem pagos no 1T24). “Isto está muito acima do nível ideal de US$ 8 bilhões. Ainda há muito espaço para fusões e aquisições e dividendos complementares em 2024”, destaca o BBI, que também tem recomendação de compra para as ações PETR4.

Já na visão do BTG, o novo plano marca uma mudança estratégica, enfatizando o crescimento (também via fusões e aquisições) além de seu principal negócio, após anos de desinvestimentos e foco no segmento upstream (atividades de exploração e produção de petróleo).

“Na nossa opinião, esta estratégia não parece a ideal para a criação de valor no longo prazo, uma vez que, historicamente, a diversificação de atividades da empresa muitas vezes não conseguiu produzir retornos adequados”, avaliam os analistas.

Contudo, este plano não parece minar os aspectos-chave da perspectiva ainda otimista da casa em relação à tese de investimento. A empresa transformou-se significativamente nos últimos 9 anos, com foco na desalavancagem, segmento de E&P representando 80% do seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), e reduzindo os custos de extração para US$ 7,5/barril (de cerca de US$ 15 em 2014). “Esperamos que a disciplina, juntamente com a diversificação gradual, ainda impulsione a geração robusta de fluxo de caixa em um futuro próximo”, conclui.

Informações Infomoney

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