2023 marcou um período notável para a Intel (NASDAQ:INTC), uma das líderes em microprocessadores, que se encontrava em plena reformulação de sua estratégia de negócios. A empresa buscou estabelecer-se como o principal fabricante contratado de semicondutores nos EUA, contando com o apoio significativo do governo americano. Paralelamente, o mercado de PCs globais enfrentava uma retração contínua por oito trimestres consecutivos, impactando a Intel, que, além disso, enfrentava uma competição intensa de empresas como a Advanced Micro Devices em segmentos de PCs e servidores.
A Intel também é negociada na B3 através da BDR (BOV:ITCL34).
Nesse cenário, a Intel também se esforçava para alcançar a Nvidia e a AMD no mercado de processadores gráficos destinados a aplicações de inteligência artificial. Até o terceiro trimestre, a receita da Intel caiu 21%, resultando em um prejuízo operacional de 2,5 bilhões de dólares.
Curiosamente, apesar desses desafios, as ações da Intel experimentaram um aumento de 91%, o maior crescimento anual em duas décadas, embora ainda atrás dos avanços da Nvidia e da AMD.
Gus Richard, analista da Northland Securities, sugere que o potencial de valorização da Intel ainda não foi totalmente explorado. Ele propôs um preço-alvo audacioso para as ações da empresa, justificando sua visão otimista com base na melhoria em várias frentes operacionais e na perspectiva de desmembramento da empresa.
Um dos principais pontos de virada para a Intel está na recuperação de sua capacidade de fabricação, tradicionalmente seu ponto forte. Richard prevê que a Intel poderá superar a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company e outros competidores em tecnologia de processo até 2025, o que se alinha com o anúncio da Intel sobre a conquista de clientes significativos para sua nova linha de produção no Arizona.
Além disso, Richard prevê um aumento na margem bruta da Intel e um crescimento estável na receita e nos lucros nos próximos anos. Ele também aponta para uma recuperação no mercado de PCs a partir de 2025, impulsionada pelo ciclo de renovação dos PCs adquiridos durante a pandemia e pelo avanço nas aplicações de AI para PCs.
Interessantemente, Richard aponta que a Intel está se dividindo em várias empresas independentes, um processo que começou com a IPO da Mobileye e a venda de participações na IMS Nanofabrication. Ele acredita que a divisão dos segmentos de produtos e fundição da Intel é inevitável e trará benefícios significativos para os acionistas.
Este cenário para a Intel em 2023 desenha uma narrativa de desafios enfrentados e uma trajetória ascendente, sugerindo um futuro promissor para a empresa no competitivo mercado de semicondutores.