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BRF (BRFS3): lucro líquido de R$ 823 milhões no 4T23; ações sobem

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A BRF encerrou o quarto trimestre de 2023 com um lucro líquido de R$ 823 milhões. O resultado reverte o prejuízo de R$ 956 milhões registrado no mesmo período do ano passado e reflete a melhora do cenário internacional e a queda dos preços das commodities, principal fator de custo da companhia.

A companhia viu seu Ebitda crescer 84% nos últimos três meses de 2023, para R$ 1,9 bilhão. Já a receita líquida do período registrou uma queda de 2,4%, fechando o quarto trimestre em R$ 14,4 bilhões. Já a geração de caixa operacional foi de R$ 1,7 bilhão, com caixa livre de R$ 613 milhões.

O resultado do último trimestre de 2023 foi considerado o melhor desempenho trimestral em muitos anos e marca o fim de um ciclo na BRF. Para Miguel Gularte, CEO da BRF, o quarto trimestre fecha o processo de melhoria contínua iniciado no final de 2022, que gerou melhorias superiores a R$ 2,2 bilhões.

“Trabalhamos prevendo que isso aconteceria. Conseguimos atingir o target para o quarto trimestre”, disse Gularte. Para ele, aquilo que era apenas um programa está se transformando agora em parte da cultura.

Em grande medida, dois fatores tiveram impactos relevantes para os resultados do quarto trimestre. O primeiro diz respeito à queda dos preços das commodities, que trouxe alívio para os custos de produção. O segundo, foi a recuperação do mercado internacional.

Segundo Gularte, a geografia que apresentou melhor recuperação no último trimestre foi o Oriente Médio. A posição dominante da BRF na região permitiu que a companhia tirasse proveito para explorar a retomada de demanda e de preços.

No mercado interno, a decisão de elevar a posição comprada em grãos no terceiro trimestre, se aproveitando os preços mais baixos, permitiram que a companhia ficassse fora do mercado nos últimos três meses, período em que houve uma recuperação das cotações.

“Ao longo do ano, nosso modelo preditivo nos permitiu acertar quase que 100% os momentos certos de comprar e vender. Olhando para as geografias, muitas indicaram recuperação de preços e nos preparamos para capturar essa reação”, disse Gularte.

Olhando para 2024, o executivo considera que a BRF começou o ano “encaixada”. A expectativa é que os preços dos grãos se mantenham relativamente estáveis no primeiro semestre do ano, com a possibilidade de haver um novo ciclo de queda na segunda metade de 2024, com a entrada da safra americana no mercado.

Os resultados da BRF (BOV:BRFS3) referente suas operações do quarto trimestre de 2023 foram divulgados no dia 26/02/2024.

Teleconferência

A BRF voltou a lucrar depois de sete trimestre consecutivos de prejuízos, e os resultados registrados entre outubro e dezembro inclusive superaram as expectativas do mercado. Agora, a empresa se prepara para colocar o pé no acelerador e voltar a crescer.

A companhia liderada pelo CEO Miguel Gularte pretende investir tempo e recursos para ocupar toda a capacidade instalada disponível, principalmente no que se refere aos produtos acabados. A ideia é ampliar a produção, sem abrir mão de preços, para garantir margens mais atraentes.

Ao longo de 2023, a companhia elevou os volumes comercializados. Impulsionada por sua linha de produtos comemorativos, a BRF registrou, no quarto trimestre, seu melhor desempenho no ano. Contudo, o volume de vendas ainda não foi capaz de bater a performance do quarto trimestre de 2022.

Para Gularte, ter um parque industrial com capacidade ociosa não preocupa no momento. Em teleconferência com analistas, o executivo indicou que a demanda, tanto interna quanto externa, dá sinais de aquecimento. Além disso, a companhia conseguiu reduzir consideravelmente seus estoques.

“Em 2023, tivemos uma tempestade perfeita. Tanto o mercado interno quanto o externo ficaram retraídos durante boa parte do ano, com momentos em que a oferta ficou acima da demanda. Esse cenário começou a ficar para trás apenas no fim do ano passado”, disse Gularte.

Segundo Fabio Mariano, vice-presidente financeiro e de relações com investidores da BRF, a companhia deverá investir em 2024 entre R$ 2,8 bilhões e R$ 3 bilhões, já incluindo as despesas financeiras. O aporte será nos mesmos patamares dos registrados em 2023.

O mercado externo terá um peso importante na estratégia da BRF. Do ponto de vista da demanda, os 60 países para os quais a companhia está habilitada a exportar deverão garantir maiores possibilidades de distribuição dos produtos.

Além disso, ainda que o Brasil colha uma menor safra de grãos neste ano, a oferta global será maior. Argentina e Paraguai estão ampliando sua oferta em 2024, enquanto os Estados Unidos não enfrentam problemas no desenvolvimento de suas lavouras.
Esse cenário tende a garantir custos de produção mais confortáveis em 2024.

Ainda que os preços dos insumos se mantenham estáveis ao longo deste primeiro semestre, a BRF acredita que há espaço para custos ainda menores, especialmente na segunda metade do ano.

VISÃO DO MERCADO

Este foi o primeiro lucro após sete trimestres consecutivos de prejuízos, em resultado bem acima das previsões de analistas. Com isso, às 11h (horário de Brasília) desta terça-feira (27), os ativos BRFS3 subiam 3,28%, a R$ 14,47, após chegarem a uma máxima de 5,07% (R$ 14,72), em movimento de alta também registrado por outras ações de proteínas.

Genial 

A Genial também avalia que o frigorífico reportou um trimestre sólido, com resultados pouco abaixo de suas expectativas em termos de receita (-0,7% versus a estimativa da Genial), mas acima em termos de margem Ebitda (+2,1 p.p. versus o que a casa esperava).

O time de análise da Genial destaca a recuperação sequencial de margens no 4T23, viabilizada por maiores preços de in natura, uma vez que o cenário de sobreoferta global do frango está se normalizando, e por menores custos com grãos. A companhia entregou um resultado sólido no Brasil conforme o esperado. Já o segmento Internacional surpreendeu positivamente ao entregar uma margem Ebitda de dois dígitos, com sua rentabilidade puxada pelo Halal.

Na visão da Genial, a queda nos grãos seguirá como um vento favorável para a BRF nos próximos exercícios. “Continuamos acompanhando de perto o processo de desalavancagem da companhia e esperamos ver novas melhorias no capital de giro com a implementação do programa de eficiência BRF+ 2.0, ainda que as principais eficiências já tenham sido capturadas em 2023”, comenta.

Goldman Sachs

O Goldman Sachs também pontua que o desempenho superior foi impulsionado principalmente pelas operações internacionais, onde as margens se recuperaram para 11,1% (+690 pontos-base em relação ao trimestre anterior), abrindo uma lacuna em relação às exportações totais in-natura no Brasil, que foram amplamente fracas, impulsionadas por preços resilientes de frangos, alimentos processados na Turquia e bons volumes para a Ásia.

Já o Brasil permaneceu forte (e melhorando), como esperado pelo Goldman Sachs, sustentado por preços mais baixos de grãos, rentabilidade sequencialmente melhor no portfólio regular e um desempenho sólido nos produtos sazonais. Apesar do forte desempenho operacional no 2º semestre de 2023, o fluxo de caixa livre ajustado fechou o ano em R$ 475 milhões negativos.

Com uma alavancagem menor e um novo histórico do management, a XP Investimentos disse continuar altamente convencida com a história de turnaround da BRF e a reforça a ação como Top Pick no setor.

Goldman Sachs tem recomendação de venda e preço-alvo de R$ 9,70.

Itaú BBA

Na mesma linha que as outras instituições, o Itaú BBA classificou os resultados no 4T23 como fortes. O Ebitda ajustado ficou 6% acima da estimativa, com a maior parte do impacto vindo da divisão internacional. Apesar de superar a projeção, os analistas pontuam que o consenso de compradores já estava na faixa de R$ 1,8 a 1,9 bilhão, rendendo uma surpresa de “apenas” cerca de 3%.

Segundo o BBA, os resultados do 4T23 implicam em um Ebitda próximo de R$ 6,5 bilhões em 2024, ajustada pela sazonalidade, correspondendo à projeção atual. Diante disso, o banco parabeniza o aumento do nível de rentabilidade da BRF no trimestre, mas é necessário mais para desencadear uma revisão para cima das estimativas.

Itaú BBA mantêm recomendação neutra com preço-alvo de R$ 11,50…

JPMorgan

O JPMorgan disse que a BRF relatou resultados trimestrais mais fortes do que o esperado, com um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,903 bilhão, um aumento de 76% em relação ao ano anterior, superando a estimativa do banco em 4% e o consenso em 10%.

Desta vez, segundo o JPMorgan, as operações internacionais foram responsáveis pelo desempenho superior, entregando uma margem inesperadamente alta de 11,1%, principalmente devido a preços melhores e custos mais baixos.

Em termos de geração de caixa, o fluxo de caixa livre (FCF) de R$ 631 milhões no 4T23 ficou aquém das expectativas do JPMorgan devido ao consumo de capital de giro. No geral, o JPMorgan acredita que os resultados acima devem levar a um aumento nas estimativas do consenso, especialmente para o mercado internacional.

JPMorgan mantêm recomendação neutra e preço-alvo de R$ 16,50

XP Investimentos

Para XP Investimentos, a BRF registrou um sólido 4T23 com sinais positivos em todas as linhas. A instituição comenta que esperava que a demanda no mercado doméstico sustentasse a recuperação da margem, que foi entregue juntamente com melhores perspectivas de fluxo de caixa em estoques mais baixos e resultados financeiros de caixa sequencialmente melhores.

“No entanto, a operação internacional ganhou destaque com a recuperação de preços em todos os mercados- tendência oposta à da Secex -, impulsionando a margem Ebitda ajustado de 2,6% no 4T22 para 11,1% no 4T23, uma recuperação mais rápida do que o esperado que poderia desencadear revisões de lucros por parte do mercado, enquanto o Brasil reportou uma sólida margem Ebitda ajustada”, destaca.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters e TC

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