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MRV & Co (MRVE3): prejuízo líquido consolidado de R$ 104,9 milhões no 4T23, ações caem

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A MRV&CO (conglomerado imobiliário que reúne MRV, Urba, Luggo e Resia) teve um prejuízo líquido consolidado de R$ 104,9 milhões no quarto trimestre de 2023, montante que representa uma perda 68% menor na comparação com o mesmo período de 2022, quando sofreu prejuízo de R$ 333 milhões.

Os números no vermelho ainda se devem ao peso dos empreendimentos com estouros de custos lançados em 2020, 2021 e 2022 (época com disparada na inflação). Entretanto, a companhia passou por uma revisão dos negócios, e a administração espera melhora gradual nos próximos trimestres.

O Ebitda (lucro antes dos juros,impostos, depreciação e amortização) consolidado ficou negativo em R$ 35,9 milhões, piora de 57,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foi negativo em R$ 22,8 milhões.

A receita líquida e consolidada do grupo totalizou R$ 1,940 bilhão, alta de 16,8% na mesma base de comparação anual, ajudada pelo aumento nas vendas de imóveis. A companhia tem se beneficiado da melhora nas condições do Minha Casa Minha Vida para aumentar as vendas e subir preços.

O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas com juros) gerou uma despesa de R$ 54,6 milhões, redução de 78%na comparação anual, devido à diminuição da alavancagem.

Divisões de negócios

Todos os braços da MRV&Co tiveram prejuízo no quarto trimestre de 2023: MRV (R$ 10 milhões), Urba (R$ 27,6 milhões), Luggo (R$ 25,7 milhões) e Resia (R$ 41,5 milhões).

O braço MRV (incorporação imobiliária com foco no MCMV) teve lucro líquido ajustado de R$ 103 milhões no último trimestre de 2023 e reverteu prejuízo de R$ 93 milhões do mesmo período de 2022. O resultado ajustado exclui efeitos do equity swap, marcação a mercado e perdas não recorrentes.

A receita líquida totalizou R$ 1,893 bilhão, alta de 20,1% na mesma base de comparação anual, refletindo o crescimento das vendas de moradias. A margem bruta atingiu 24,5%. As despesas comerciais cresceram 18,9%, para R$ 196 milhões, acompanhando os maiores esforços de vendas.

As despesas gerais e administrativas aumentaram 35,2%, indo a R$ 141 milhões. A empresa explicou que foi provisionado o valor de R$ 38 milhões referente ao pagamento de bônus pela conclusão da reestruturação dos negócios – isso era o principal gatilho de remuneração variável do ano.

O resultado financeiro gerou uma despesa de R$ 33 milhões, que foi 85% menor na mesma base de comparação anual.

Na Urba (braço de loteamentos) houve uma queda de 64% na receita, indo a R$ 33 milhões na comparação anual. A margem bruta despencou para 5,3% devido a revisão no orçamento de uma obra. A companhia explicou que esse efeito foi pontual, e que a margem retomará os níveis normais nos próximos trimestres.

Os resultados da MRV (BOV:MRVE3) referentes às suas operações do quarto trimestre de 2023 foram divulgados no dia 29/02/2024.

Teleconferência

“Faço um mea culpa, adotamos erradamente a estratégia de comprar mais de 50% dos terrenos em dinheiro”, afirmou. Com essa estratégia, a empresa acabou gastando “muio mais” com terrenos do que precisaria para seguir a meta atual de 40 mil unidades ao ano, disse. Por outro lado, “o copo meio cheio” é que a divisão de incorporação da MRV tem hoje um banco de terrenos avaliado em R$ 47,9 bilhões, e deve desembolsar menos dinheiro com novas áreas no futuro.

“Nosso papel é arbitrar o momento ótimo de vender as propriedades e, quanto mais para o final do ano, melhor”, afirmou, com a ressalva de que a empresa não pode deixar de fazer vendas antes disso, porque afetaria a geração de caixa. A Resia teve queima de caixa de R$ 1,1 bilhão em 2023, pouco melhor do que os R$ 1,3 bilhão do ano anterior.

Rafael Menin, CEO da MRV, destacou que “o programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ ficou melhor do que esperávamos, é uma belíssima alavanca para a recuperação operacional da MRV”. O executivo reforçou que as operações das empresas de baixa renda é muito impactada pelos programas atuais de habitação e devem ser beneficiadas. “Há muitos anos não observamos um programa tão azeitado para baixa renda”, afirma.

“A gente é positivo com a Urba mas tivemos uma explosão no custo dos principais insumos e um desarranjo operacional, mas estamos muitos comprados na tese Urba”, afirma Rafael Menin, CEO da MRV, demonstrando otimismo com a subsidiária. “Tri a tri, ano a ano, a Urba vai apresentar crescimento e uma rentabilidade crescente. Estamos convictos da operação da Urba”, reforça.

VISÃO DO MERCADO

A MRV&Co divulgou seus resultados e trouxe números menos animadores que o esperado no geral por analistas, fazendo com que as ações abrissem em queda de 6,04%, a R$ 7,16, às 10h08 (horário de Brasília) desta sexta-feira (1). Cabe destacar que os papéis da companhia se destacaram entre as maiores quedas do mês de janeiro e caem mais de 30% só em 2024.

Bradesco BBI

O Bradesco BBI considera que a recuperação da margem da MRV manteve ritmo considerado decente no quarto trimestre de 2023, mas a expectativa não atendida de geração de caixa em 2023 (ainda que esperada) se destaca como ponto negativo. A Resia, subsidiária nos EUA, continua enfrentando cenário desafiador e trouxe peso negativo para o balanço.

O Bradesco BBI tem recomendação de compra para MRV&Co, com preço-alvo em R$ 15.

BTG Pactual

O BTG também avalia que a MRV&Co teve resultados financeiros fracos no quarto trimestre, ainda sofrendo impactos nas margens dos projetos lançados entre 2021 e 2022, muitos deles ainda em construção. A receita de R$ 1,94 bilhão também ficou abaixo do projetado pelo banco, sendo que as despesas altas foram um ponto negativo.

O BTG Pactual também tem recomendação de compra, com preço-alvo em R$ 17.

Citi

Já para Citi, a receita ficou acima da estimativa, mas sendo compensadas por margens ainda fracas e um resultado financeiro “complicado”, em função de despesas relacionadas a recebíveis securitizados.

O Citi tem recomendação neutra para MRV, com preço-alvo em R$ 9.

Genial Investimentos

A Genial reforça que resultados não foram animadores, com destaque positivo para a operação de incorporação Brasil enquanto as principais subsiárias, Luggo, Urba e Resia, trouxeram resultados negativos.

Goldman Sachs

A visão do Goldman Sachs, que mantém classificação neutra para o nome, é que os resultados terão impacto neutro a negativo, uma vez que foram considerados mistos na análise. As receitas foram consideradas em linha, com lucros bruto e líquido abaixo das expectativas, de acordo com o banco. O foco da teleconferência, de acordo com os analistas, será a desalavancagem, uma vez que há expectativas de que a companhia detalhe o impacto das margens brutas mais altas nas novas vendas e o quão rapidamente a empresa pode chegar à geração de caixa (invertendo a dinâmica atual, de consumo).

“Acreditamos que um foco importante para os investidores está na perspectiva futura da alavancagem, incluindo as responsabilidades de atribuição de crédito (resultado da venda de recebíveis), sendo este último que aumentou de R$ 358 milhões no 4T22 para R$2 bilhões no 4T23, um aumento quase seis vezes em relação ao ano anterior, e se tornou um ponto-chave de preocupação em nossas conversas”, reforça o banco.

Itaú BBA

De acordo com o Itaú BBA, os resultados apresentados corroboram com a visão de recuperação da MRV. O movimento é apoiado, principalmente, por melhoria contínua na margem bruta e crescimento da margem bruta de novas vendas, que chegou a 36,5% em dezembro. O balanço foi considerando pelo banco como ligeiramente positivo, com lucro líquido acima da projeção, considerando os melhores resultados financeiros, e ainda há espaço para melhoria nas frentes da Urba e da Luggo, segundo o BBA.

“No geral, os resultados do 4T23 nos deixam confiantes em nossa projeção, e continuamos a vê-la como uma boa opção para investidores dispostos a assumir mais riscos em busca de retornos mais altos”, comenta. O banco segue recomendando o nome como outperform (performance acima da média, similar à compra), com preço-alvo estabelecido em R$ 12,00 para fim de 2024.

O Itaú BBA tem recomendação de compra para MRV&Co, com preço-alvo em R$ 12.

XP

Na ponta mais contida, os analistas da XP avaliam que os resultados foram “mistos”, afetados por uma pressão na margem bruta, embora o forte desempenho operacional da empresa e o crescimento da receita pareçam encorajadores. Apesar do recorde de vendas, a receita líquida ficou abaixo das estimativas da casa.

Ainda assim, a XP investimentos mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 17.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão

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