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Entregas do primeiro trimestre da Tesla decepcionam

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A Tesla Inc. (NASDAQ:TSLA), renomada fabricante de veículos elétricos sob a liderança de Elon Musk, encerrou o primeiro trimestre com resultados que não só surpreenderam mas também decepcionaram analistas e investidores de Wall Street. A expectativa era alta, mas a realidade mostrou-se bem diferente: a empresa entregou 386.810 veículos nos primeiros três meses do ano, um número que ficou aquém da estimativa média projetada, marcando a maior discrepância registrada nos últimos sete anos de dados disponíveis.

Este desempenho insatisfatório levou a uma queda expressiva nas ações da Tesla em Nova York na terça-feira, ampliando o recuo no desempenho acumulado de 2024 para 33%, posicionando-a como uma das performances mais desfavoráveis do índice S&P 500.

A Tesla também é negociada na B3 através da BDR (BOV:TSLA34).

Diversos fatores contribuíram para esse cenário desafiador. A Tesla já havia sinalizado uma expectativa de crescimento “significativamente mais baixo” para o ano, atribuindo parte dessa desaceleração ao aumento das taxas de juros, que acabaram por afastar consumidores potenciais mesmo diante da redução dos preços dos veículos. Problemas operacionais em sua fábrica próxima a Berlim, declarações controversas de Musk na plataforma social X, e a intensificação da concorrência no mercado chinês de veículos elétricos (EVs) foram algumas das “bandeiras vermelhas” que emergiram ao longo do trimestre.

Contrariando as expectativas otimistas, as entregas de veículos da Tesla sofreram uma queda de 8,5% em comparação ao ano anterior, algo que não ocorria desde 2020. Analistas, como Gene Munster da Deepwater Asset Management, não hesitaram em qualificar o desempenho como “feio”, citando a demanda enfraquecida e as altas taxas de juros como fatores críticos, além de questionar o impacto da imagem pública de Musk nas vendas nos Estados Unidos.

A Tesla apontou a transição para uma versão atualizada do sedã Model 3 e desafios logísticos, incluindo atrasos no transporte marítimo e um ataque criminoso à sua fábrica na Alemanha, como algumas das razões para o desempenho abaixo do esperado. Apesar de produzir significativamente mais veículos do que entregou, a empresa enfrenta o que parece ser um problema de demanda tanto quanto de produção, segundo análises do mercado.

Enquanto a Tesla navega por essas turbulências, seus principais mercados, os EUA e a China, continuam a ser cruciais para suas operações globais. A companhia mantém a produção de seus modelos emblemáticos em diversas localidades, incluindo Fremont, Califórnia, e Xangai, além das mais recentes adições em Austin e nos arredores de Berlim.

Apesar dos desafios recentes, a Tesla conseguiu reconquistar a posição de maior vendedora mundial de veículos elétricos, um título disputado acirradamente com a chinesa BYD Co. Este feito, embora representativo, ocorre em um momento de reflexão para a empresa e para o setor de EVs como um todo, destacando a volatilidade e as rápidas mudanças do mercado de veículos elétricos.

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