O Índice de Confiança da Construção (ICST) do FGV IBRE caiu 1,4 ponto em abril, a segunda queda seguida, e atingiu 95,2 pontos. Na média móvel trimestral, o índice variou -0,2 ponto.
“Nos últimos meses, diferentes forças afetaram negativamente a evolução da confiança setorial, contribuindo para manter o indicador abaixo do nível de neutralidade (100).
Em abril, a principal contribuição veio da correção de expectativas, com maior influência do segmento de Edificações, devolvendo praticamente toda melhora observada no ano e retomando o patamar de dezembro. O resultado parece ir de encontro às notícias sobre o setor, que mostram crescimento da atividade (emprego) e dos negócios no mercado imobiliário residencial.
No entanto, nota-se que a redução se deveu, especialmente, a um deslocamento de assinalações de crescimento para estabilidade. O percentual de empresas que espera crescimento da demanda nos próximos meses (29,8%) se mantém muito acima dos que anteveem uma queda (7,1%).
Perspectivas mais conservadoras para a evolução da taxa de juros, assim como as dificuldades fiscais do governo provavelmente contribuíram para diminuir o otimismo, sem, no entanto, reverter as projeções de crescimento em 2024,” observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.
O ICST de abril resultou da piora das expectativas dos empresários nos próximos meses, enquanto a avaliação sobre o momento atual ficou estável. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) manteve-se aos 94,1 pontos. Por outro lado, o Índice de Expectativas (IE-CST) recuou 2,9 pontos, para 96,5 pontos, menor nível desde outubro de 2023 (96,2 pontos).
Os dois componentes do ISA-CST variaram em sentidos contrários: o indicador de situação atual dos negócios avançou 0,4 ponto, para 93,9 pontos, e o indicador de volume de carteira de contratos cedeu 0,3 ponto, para 94,3 pontos. Já pela ótica dos componentes do IE-CST, ambos indicadores retraíram: demanda prevista nos próximos três meses caiu 2,5 pontos, e foi para 98,0 pontos, e tendência dos negócios nos próximos seis meses recuou 3,2 pontos, e atingiu 95,0 pontos, menor nível desde outubro do ano passado (94,0 pontos).
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção cresceu 1,6 ponto percentual (p.p.), para 79,9%. Os NUCIs de Mão de Obra e de Máquinas e Equipamentos também avançaram neste mês 1,6 e 1,1 p.p., para 81,3%, e 74,6%, respectivamente.