O Bank of America (BofA) elevou a recomendação para ação da São Martinho de neutro para compra e o preço-alvo de R$ 34 para R$ 35, uma vez que está mais construtivo no setor de açúcar e etanol (S&E), devido a uma alta nos preços no curto prazo, fundamentos mais fortes e um real mais fraco. Conforme destacam os analistas do banco, “os fundamentos estão mais doces para o setor”.
Segundo o banco, o mercado global de açúcar deverá estar equilibrado ou com escassez de oferta nos próximos 18 meses, enquanto a menor produção de etanol no Brasil, aliada a uma forte procura, deverá reduzir os estoques finais.
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Diante disso, os analistas projetam que o mercado global de açúcar apresente um déficit de 1,2 milhão de toneladas na temporada 2024/25 (outubro-setembro), dada a probabilidade de não crescimento na produção brasileira e indiana.
Neste cenário, a equipe de análise acredita que os preços do açúcar poderiam se estabilizar em níveis pelo menos 10% superiores aos atuais (após uma recuperação de 7% no último mês). Além disso, espera que a paridade de preços do etanol em relação à gasolina poderá voltar a 70% no final do ano, cerca de 10% acima dos preços atuais.
De acordo com estimativas, cada variação de 5% nos preços do açúcar e do etanol, somados, aumento o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização da São Martinho (BOV:SMTO3) em 6%. Já as ações sendo negociadas com rendimento de fluxo de caixa (FCF) de 6% em 2025 e 14% para 2026.
O BofA também reiterou recomendação de compra para Raízen (BOV:RAIZ4), mas reduziu o preço-alvo de R$ 5 para R$ 4,90, pois espera que a dinâmica dos lucros melhore na safra de 2025, impulsionada principalmente pelo açúcar e etanol, enquanto vê oportunidades de crescimento de longo prazo a partir do etanol de segunda geração (E2G).
Por outro lado, o banco americano destaca que a falta de geração de fluxo de caixa no curto prazo continua sendo uma preocupação, mas acredita que a ação sofreu uma desvalorização significativa e agora está sendo negociada a 3,5 vezes Valor da Firma (EV)/Ebitda no ano fiscal de 2025, contra os históricos 4,5 vezes.
O Bank of America ainda comenta que a Adecoagro (empresa agrícola que atua na Argentina, no Brasil e no Uruguai) é a sua principal escolha no setor, com classificação de compra e preço-alvo elevado de US$ 15 para US$ 15,50 para a ação negociada em Nova York. Isso dado o forte potencial de crescimento, reforçado não apenas pelo desempenho do açúcar e do etanol, mas também pelos negócios agrícolas na Argentina, principalmente arroz.